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André Pugliesi
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Se o Atletiba fosse “humano”, já estaria morto pela cartolagem

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André Pugliesi
30/01/2019 00:12 - Atualizado: 29/09/2023 23:37
Se o Atletiba fosse “humano”, já estaria morto pela cartolagem

Estava na cara que o Atletiba pelo Paranaense acabaria enroscando. Era uma questão de tempo. As horas se passaram, e o inevitável se confirmou: sim, o clássico enroscou. E, a 24 horas de a bola rolar, ninguém sabia se teria ou não jogo na Baixada.

Tudo por causa da “torcida humana” do Athletico, a origem de toda a encrenca. O Furacão está amarrado ao “conceito”, não apenas “inovador”, mas também inédito no futebol mundial. E joga junto, numa tabelinha muito bem azeitada, com o Ministério Público do Paraná (MP-PR).

Um sistema que não apresenta nenhum dado confiável para a sua implantação, que a torcida do Athletico, em sua imensa maioria, não quer, que traz prejuízos financeiros ao clube, mas que, entretanto, Mario Celso Petraglia, presidente do Conselho Deliberativo do Furacão, faz vingar.

O Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR), por sua vez, já emitia sinais, públicos e inequívocos, de que faria de tudo para colocar atleticanos e coxas-brancas dentro da Arena da Baixada, no velho esquema de sempre, com espaço reservado para os visitantes.

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Vieram liminares, decisões, pareceres, notas oficiais e, pasmem, até pedido de W.O. e disputa do jogo com portões fechados, medidas que remontam ao período medieval do esporte. Assuntos que o torcedor, compreensivelmente, detesta (confesso que eu também).

E seja qual for o destino do Atletiba da vez, e mesmo que ocorra um jogaço no Joaquim Américo, é certo que o clássico tomou mais um golpe duro. Fosse humano, como é a “torcida humana”, e o Atletiba já estaria morto pela cartolagem.

Em tempos de duelos internacionais rolando direto na TV, Liga dos Campeões, Libertadores da América, Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil mais valorizados, é natural que duelos locais fiquem enfraquecidos. O mundo parece disponível a somente 90 minutos de distância.

Apesar disso tudo, não se renega o passado. Não há vergonha em valorizar as próprias raízes. Não há lugar, no mundo, melhor do que a própria casa. E, assim, uma rivalidade de 94 anos, ancestral, multigeracional, como é a do Atletiba, precisa receber a atenção que merece.

Esqueça o papo frouxo de torcedor que tem um time no Brasil e outro na Inglaterra, daqueles em que o jogo corre picotado no stories do Instagram, dos tarados por análise de desempenho, dos colecionadores de “patchs” etc. Atletiba sempre foi e é do cacete! Por que? Porque é nosso.

E pode ser até com time sub-23, ou aspirante, do Athletico. Pode ser também no falimentar Campeonato Paranaense. Não tem problema. São as camisas que entram em campo e o que se espera é um jogo limpo e arquibancadas tingidas de vermelho e preto, verde e branco.

Se a cartolagem faz de tudo para estragar o clássico — já começou com uma barbeiragem da Federação Paranaense do Futebol, que marcou o duelo para 21h30 de uma quarta-feira –, e não é de agora, é chegada a vez de os torcedores abraçarem o que é seu.

Ou então, testemunhar a morte lenta do Atletiba…

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