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Análise

Por que o Athletico perde, e muito, sem Tiago Nunes como técnico no CT do Caju

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André Pugliesi
05/11/2019 15:31 - Atualizado: 29/09/2023 23:19
Por que o Athletico perde, e muito, sem Tiago Nunes como técnico
Por que o Athletico perde, e muito, sem Tiago Nunes como técnico | Foto: Gazeta do Povo

Tiago Nunes está de malas prontas para se mandar a São Paulo, para dirigir o Corinthians. O apartamento que o técnico ainda ocupa no bairro Portão vai ficar vago. Para 2020, o Athletico precisa encontrar um novo treinador.

Diante da negativa sobre a renovação, creio que não seja o caso de discutir se o Furacão foi ao limite para mantê-lo. Se a proposta do Timão é, realmente, absurda para os padrões rubro-negros. E nem mesmo se o gaúcho de apenas 39 anos fez bem ao aceitar a missão no instável clube paulista.

Tiago Nunes, agora, é passado no Athletico. E que passado. Em pouco mais de um ano à frente do time, o técnico levantou um campeonato estadual, a Sul-Americana e a Copa do Brasil, estes dois entre os títulos mais importantes da quase centenária história vermelha e preta. É muito.

Os resultados falam por si. E mostram como Nunes, como nenhum outro treinador que passou pelo CT do Caju nos últimos 20 anos, converteu a estrutura do Furacão, talvez a melhor do país, em taças. Nem mesmo Geninho, o outro campeão nacional, chegou perto.

Não sou do automobilismo, mas uma metáfora em quatro rodas ajuda a explicar. O Athletico não tem uma Ferrari, que o Flamengo consegue comprar com sua fábrica de milhões de reais. Mesmo assim, com um máquina bem menos possante, o Furacão conseguiu deixar outros motores envenenados na poeira.

E quem pisou forte no acelerador da nave rubro-negra foi Nunes. Claro, com os jogadores, a comissão técnica e, evidentemente, contando com o suporte do clube. Com outros, entretanto, o veloz carro do Furacão não batia nem 80 km/h. Pra piorar, em alguns momentos, chegou a fumacear o motor.

Foi assim com uma série de treinadores que, de acordo com o Athletico, viriam apenas para encampar o projeto e fazer uso das melhores condições de trabalho do país. Casemiro Mior, Sérgio Soares, Milton Mendes, Ricardo Drubscy, Juan Ramón Carrasco, Fabiano Soares, Miguel Angel Portugal, entre muitos nomes.

Como se vê, não basta ter estrutura de ponta. É preciso "capital humano", para usar agora uma expressão de outro jargão. E Tiago mostrou todas as suas habilidades para conduzir o clube. Não por acaso, o Furacão projetava tê-lo como peça fundamental para 2020.

O gaúcho soube aproveitar as revelações do clube como ninguém, casos de Renan Lodi, Léo Pereira e Bruno Guimarães, entre outros. Equalizou o estilo de jogo proposto por Fernando Diniz e consolidou uma nova identidade que se impõe mesmo longe da Baixada. E, carismático, ainda virou ídolo da torcida.

Resta agora aguardar e ver. Quem virá terá a mesma competência para esticar ao máximo o potencial do Furacão? Conseguirá turbinar a estrutura do CT do Caju? Ou o Athletico voltará a ser um clube com condições de correr a 130 km/h mas que, às vezes, é ultrapassado por Fuscas? Difícil dizer. De certo, que o gaúcho Nunes foi o melhor piloto que o Rubro-Negro já teve.

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