Antes tarde do que nunca
Jadson, revelado pelo Atlético, recebeu nesta terça-feira o primeiro chamado para a seleção brasileira
De certo modo, fiquei surpreso com a convocação de Jadson para a seleção brasileira. Não esperava mais, pois ele já teve mais destaque no Shakhtar que hoje, principalmente na época em que o clube faturou a Liga Europa com gol dele.
De certo modo, podemos estranhar também que ele foi chamado justamente quando se especulava uma naturalização para que ele defendesse a seleção da Ucrânia, sendo que inclusive ele já atendeu a todos os pré-requisitos necessários para que pudesse fazer isso, até porque os anos passaram e vários companheiros deles passaram pela Amarelinha (Elano, Douglas Costa, Fernandinho). A naturalização como ucraniano significaria a perda da nacionalidade brasileira por conta das leis do país do Leste Europeu. E também uma grande arma para a seleção ucraniana, que tem uma lacuna na transição entre uma geração envelhecida e outra de garotos. Era agora ou nunca.
Jadson é um jogador difícil de achar no futebol mundial, por ser um armador clássico. São poucos os países que têm um. O Brasil, privilegiado, tem pelo menos três. E eles fizeram falta na Copa de 2010. Dunga não levou nenhum deles: Alex (ex-Coritiba), Jadson e Ganso.
Para a posição em que eles poderiam atuar, o ex-técnico do Brasil, chamou Kaká, que é mais um carregador de bola, jogador de infiltração, e Júlio Baptista, que não é um meia e sim um atacante de apoio que abre espaço também carregando bola. Quando precisou de alguém que controlasse o ritmo, não teve com quem contar.
Ganso foi titular no primeiro amistoso sob o comando de Mano Menezes e depois se lesionou gravemente, estando ainda em recuperação. Ao convocar Jadson, o técnico brasileiro reitera a necessidade de um jogador com esta categoria, no que pese o fato de Ganso ser canhoto como Alex e ter mais mobilidade que Jadson.
Jadson poderá ser uma peça de reposição para 2014, quando terá 31 anos. Não acredito que tire a posição de titular de Ganso, quando este voltar. Terá uma concorrência grande na posição do meio de campo. Terá de agarrar a chance como nunca. Aparecer na seleção, significa também que o londrinense terá uma chance de uma virada na carreira, ainda mais quando está próximo de conseguir passaporte italiano, de finalmente cruzar a fronteira e entrar no futebol do ocidente europeu.
