Atleticanos, cabeça no lugar
Não vi o jogo do Atlético, confesso. Folga é sagrada em todas as profissões. Mas, como o meu trabalho anda lado a lado com a distração, ouvi o duelo com o Palmeiras quase na íntegra.
Durante a transmissão, certamente mais emocionante do que in loco, fiz o seguinte juízo de valor sobre os comentários referentes à arbitragem: ‘Incrível, todo time desesperado vê complô do apito’. Em um segundo momento, também de forma precipitada, falei comigo mesmo: ‘Como os radialistas exageram.’
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Estava, em parte, fazendo ilações equivocadas – apenas em parte, repito. Ao ver alguns lances e ouvir companheiros sobre os momentos não editados pela tevê, arrisco-me dizer: houve um despreparo emocional por parte dos atleticanos.
O árbitro Marcelo de Lima Henrique foi mesmo muito mal na Arena. Mas só isso. O resto foi sintoma da posição incômoda do clube – algo que precisa ser trabalhado, pois outros apitadores ruins vão aparecer até o fim do Nacional.
O carioca da Fifa teve uma atuação pífia. Entre outras coisas, amarrou o jogo. Marcou tudo que pôde. Rigor da lei ao extremo. Mas não deu sinais de má-fé, como muitos pregam.
Na súmula, por exemplo, relatou intempéries de Cléber Santana – o motivo da expulsão. O jogador provocou essa saia-justa. Uma bobagem.
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Na conta das cobranças atleticanas, dois motivos justos de reclamação: 1) Não viu a cotovelada do Kléber no Deivid. Deveria ter rifado o palmeirense. Porém, pode não ter visto, afinal é humano. 2) Teria de ter dado vermelho para o Marcos ao fazer pênalti em Guérron.
Diante disso, o dirigente Alfredo Ibiapina errou ao invadir o campo no intervalo. Agora, o clube corre para evitar uma punição no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Certamente, a invasão de gramado entrará na pauta de julgamento. Ontem mesmo, o Rubro-Negro contratou o advogado Domingos Moro para se livrar de uma catastrófica perda de mando.
Rubro-negros, cabeça no lugar.
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