Quando um clube demite um treinador, virou um clichê dizer que a agremiação busca um “fato novo”. É bem mais fácil mandar embora um treinador que vários jogadores quando um time vai mal.
Esta quinta-feira (3) o negócio foi instantâneo. Primeiro, o Rio Branco. O time está novamente em uma má posição. Parece endêmico o sofrimento do Leão da Estradinha. Nas duas últimas edições do Paranaense, o clube trocou de técnico e contratou Norberto Lemos, que conseguiu a salvação do rebaixamento na última rodada, em embates dramáticos. A diretoria alvirrubra quer quebrar as correntes e fazer o time reagir antes para almejar algo a mais.
Depois, poucos minutos, na correria da redação, foi a vez da confirmação da queda de Sérgio Soares, que pediu para sair e foi atendido. Para um clube com o investimento do tamanho do Atlético (comparado com os outros times do Paranaense), ter apenas 50% de aproveitamento é pouco. Além disso, o time perdeu o padrão de jogo da temporada passada. Claro que a culpa não é toda do treinador, pois a defesa, ponto forte da equipe, foi praticamente desmanchada pela diretoria, mas em algum momento a corda arrebenta e sempre do lado mais fraco.
Os bancos do CT do Caju não terão mais a presença de Sérgio Soares, que pediu para sair e foi atendido
Alguns queixavam-se que Soares já não tinha mais o grupo na mão e a derrota para o Cascavel teria sido apenas o estopim, cujo rastilho de pólvora pode ter sido aceso após a derrota do meio da semana passada frente ao Operário, quando o treinador afirmou que “qualidade sem determinação não adianta”. Quando o professor desanca o grupo publicamente, é que, num termo mais coloquial, a chapa está esquentando, vide o episódio de Roberto Fernandes e a testosterona.
Provavelmente, o próximo técnico atleticano fará o gênero disciplinador, criando o “fato novo”, no caso uma descarga de motivação no grupo, que demonstra certo abatimento. Porém, se o técnico não tiver nada mais que a motivação como arma, torna-se uma medida com data de validade curta.
