Torcedores estão mais preocupados em se divertir do que torcer.
Repórter branquelo virou atração na arquibancada do Orlando Stadiun no Soweto.
Um jogo de futebol na África do Sul é algo difícil de se imaginar. Só mesmo vendo. Esqueça a Copa do Mundo. O futebol é ruim. E talvez esse seja o motivo para que o estádio, mesmo em uma semifinal de uma competição semelhante a Copa do Brasil, fique meia bomba. Digamos ¼ da capacidade total.
E, note na foto, com exceção de mim, não há mais nenhum homem branco. O que, de certa forma, garante a alegria. Afinal, em 90 minutos da partida entre Orlando Pirates e MP Black Aces, descobrimos, eu e Albari Rosa, o autor da fotografia, que por aqui a rivalidade da lugar ao divertimento – esse será um dos temas do caderno especial que estamos preparando para quando voltarmos.
Em uma partida que decidia a vaga para a decisão na Nedeban Cup, vimos pessoas com camisas de todas as equipes que disputam o torneio reunidas e despreocupadas. E nenhuma briga.
Antes mesmo do jogo, o pessoal não parava de cantar e dançar. Depois da partida, a mesma coisa.
O Estádio fica no Soweto, e lá não tem cinema, é verdade.
Mas, brincadeiras a parte, o futebol por aqui precisa evoluir muito ainda para se tornar algo que valha a pena ser olhado com atenção.
Já os estádios… Esses sim, são e, pelo cuidado que recebem, devem continuar fazendo parte dos melhores e mais conservados do mundo. Até por que, boa parte, é limpa sem nem mesmo ter sido sujado.
Marcio Reinecken
