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Guia prático para fazer péssimos negócios

Por
Redação
11/10/2007 16:39 - Atualizado: 27/09/2023 16:26

O histórico contratual e de direitos de Thiago Neves com o Paraná é uma bela aula de como não se deve fazer negócios.

Em três atos, o Tricolor perdeu todas as parcelas que tinha do jogador, o direito de interferir no seu futuro e ainda se expôs ao risco de pagar multas milionárias.

Vamos por partes.

No começo de 2006, Paraná e LA Sports dividiam igualmente os direitos federativos do jogador (50% para cada lado). Por US$ 400 mil, cada um vendeu 30% do atleta à Systema, empresa de Léo Rabello.

Ou seja, o Paraná embolsou US$ 200 mil, valor até razoável para 30% do jogador. Em tese, já que não há registro deste valor no “instrumento particular de contrato de condomínio sobre os direitos de cessão de atleta de futebol”. Nome pomposo para o documento que, trocando em miúdos, determina que Léo Rabello passou a ter 60% de Thiago, o Paraná ficou com 20% e a LA com outros 20%.

O segundo ato é ainda dos primeiros dias de janeiro do ano passado. Dia 9, para ser mais exato.

Nesta data, foi registrado um contrato entre Paraná e Systema, paralelo ao de empréstimo do jogador ao Vegalta Sendai. O documento estipula uma série de obrigações ao Tricolor, entre as quais contratar um seguro de vida e acidentes pessoais para Thiago, em favor da Systema, no valor de R$ 3 milhões.

Uma outra clásula estipulava o pagamento pelo Tricolor de uma multa de R$ 5 milhões caso o clube não cumprisse os tópicos do contrato. Ou seja, o Paraná deu uma espécie de cheque caução de R$ 3 milhões (o seguro) como garantia à Systema enquanto Thiago estivesse no Japão.

O capítulo mais recente é de 9 de julho deste ano, uma semana após Thiago Neves virar titular no Fluminense. Em um novo contrato, o Paraná se desfez dos 20% que lhe restavam do meia em troca de uma dívida referente ao jogador Leonardo.

Pelo perdão de um débito de R$ 135 mil, cedeu 12% à LA. Para quitar dívida de R$ 96 mil, repassou outros 8% à Systema. Ou seja, por R$ 231 mil, perdeu o que lhe restava de Thiago Neves. Uma mixaria para um jogador que, hoje, vale bem mais que isso.

A cereja do bolo é a obrigatoriedade do Paraná de não se opor a qualquer transferência de Thiago acertada pela Systema. Isso inviabiliza a hipótese de o clube reter a liberação para que Thiago seja reemprestado ao Fluminense ou a qualquer outro clube enquanto não se esclarece a maneira que o time da Vila foi perdendo os direitos sobre o jogador. A multa no caso de o Paraná criar algum obstáculo? R$ 6 milhões.

Perante vertiginosa série de acordos, duas interpretações são possíveis: o Paraná foi ingenuamente enrolado por Léo Rabello; ou alguém no clube agiu de má-fé, contra a própria instituição.

Custo a acreditar nas duas hipóteses. Mas se não for isso, o que explica esse péssimo negócio?

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