Que tal um Paranaense de showbol?
Fim de ano, futebol profissional quase em férias, as tevês se viram para ocupar sua grades com o glorioso esporte bretão. O Sportv é quem mais se vira nos 30, pois depende do futebol nacional. Por isso, enfia na grade sub-20, sub-16, amigos de beltrano x inimigos de ciclano e… showbol.
Como jogo, acho o showbol bizarro. Sei lá, esse negócio de a bola não sair, poder fazer tabela com as placas… Me lembra os jogos no recreio da Escola Nossa Senhora Menina, onde batíamos bola espremidos entre uma escadaria de concreto e a parede do ginásio.
O que me atrai no showbol é a nostalgia. Eliel, Marquinho, Balu, Marcelo Sander, Ayupe, ícones do futebol brasileiro nos anos 80 e 90, pelo menos para quem cresceu vendo a bola rolar na Bandeirantes, o Canal do Esporte. Pena que ainda não vi jogo do Fluminense neste ano, para saber se o Super-Ézio está lá.
Agora, o que eu queria mesmo era ver os nossos times participando dessa brincadeira. Enquanto a bola bate nas placas de um lado para o outro, imagino como seria ver Coxa, Atlético, Paraná e nossos times do interior na areninha do showbol. Fiquei possesso quando vi o Brasileiro de showbol com só com times do eixão e do eixinho. E nós aqui, pombas?
O Coxa podia mesclar jogadores dos anos 80 e 90. Renato Secco (ainda fininho treinando os goleiros do Paraná na meta); Jorjão espanando todas lá atrás; Andrezinho correndo pelos lados do campo; o Dida, redondo como uma tampa de poço artesiano, podia ficar só soltando uns petardos do meio da rua; Carlos Alberto Dias, Tostão ou Ademir Alcântara distribuindo pelo meio; Pachequinho entortando os zagueiros pelo lado e o Edison Borges mandando a bola pra rede; sem contar que, numa jogadaça de marketing, dava até para trazer o Kazu.
No Atlético, a base do time campeão da Série B de 95 e sensação da Série A em 96. Ricardo Pinto na meta; Reginaldo Cachorrão ralando o bumbum no chão de tanto dar carrinho; Leomar e Valdir carimbando todas no meio-de-campo; de repente o gringo Matosas com toda a raça uruguaia pelo meio; e no ataque os demolidores Oséas e Paulo Rink, que já têm experiência no showbol.
O Paraná, então, seria sacanagem. “Só” a base do time que fez o Tricolor mandar no estado. No gol, para dar uma colher de chá, o Neneca. Mas no resto… Marcão na zaga; Ednélson dando os canudos de média distância estilo gol-do-título-de-91-contra-o-Coxa-no-Couto; Hélcio fazendo seus gols de cabeça e mordendo o calcanhar do craque adversário; Adoílson entregando a bola redondinha para os atacantes e fazendo gols decisivos; e lá na frente dava até para escolher entre o Tigre Saulo, Carlinhos Sabiá e Maurílio.
Ainda dava para os Londrinas de 81 (Éverton e Cláudio José) e de 93 (Carlão, João Neves, Márcio Alcântara e Aléssio) se juntarem. Ou montar um Rio Branco com Erminho vestindo a braçadeira de capitão.
Enfim, daria um baita campeonato, além de recolocar no cenário jogadores que fizeram a alegria de muitos torcedores. Craques, esforçados e pernas-de-pau que fizeram a minha geração dar uma banana para o massacre paulista-carioca na telinha e se apaixonar pelo nosso futebol.
E você, caro leitor, gostaria de ver quem numa equipe de showbol dos nossos clubes?
