Série El Presidente mostra a corrupção no futebol e ainda diverte
Desde o começo do mês de junho está disponível para os assinantes da Amazon Prime Video a série "El Presidente", que relata o maior caso de corrupção já descoberto na Fifa, o que ficou conhecido como o "Fifa Gate". Depois de ver todos os episódios já é possível recomendar. Vale a pena!
Apesar do que a primeira cena sugere, com a famosa "chuva" de dinheiro caindo sobre o ex-presidente da Fifa, Joseph Blater, o presidente que dá nome à série não é ele. A história gira em torno do chileno Sergio Jadue, até então uma figura periférica na história do lamaçal que se tornou o futebol mundial.
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Após conseguir o acesso para a primeira divisão chilena com uma pequena equipe, Jadue de repente se torna presidente da ANFP (Associação Nacional de Futebol Profissional do Chile). A CBF deles. Uma subida de cargo tão inusitada quanto a situação que o dirigente, na época com 31 anos, encontrou ao se deparar nas reuniões com outros cartolas da América do Sul, na sede da Conmebol, no Paraguai, na cidade de Luque - e é possível saber porque lá.
Nos encontros estão nomes conhecidos do futebol brasileiro, como os ex-presidentes da CBF, Ricardo Teixeira e depois José Maria Marin. Assim como o argentino Julio Grandona, que durante décadas comandou o futebol argentino e que faleceu em 2014. Na série, em uma espécie de "memórias póstumas", é Grandona o narrador dos acontecimentos, explicando de forma leve, divertida e clara até para quem nunca ouviu falar no assunto como a corrupção tomou conta do meio do futebol.
Como todos os outros, Jadue se envolve nos esquemas relacionados principalmente a venda dos direitos de televisão dos campeonatos sul-americanos e acaba no fim se tornando um informante do FBI para não ser preso. No meio disso tudo temos a Copa do Mundo do Brasil, em 2014, e a Copa América no Chile, no ano seguinte, servindo de pano de fundo para mostrar como o dinheiro jorrava na mão dos dirigentes.
A série não pode ser considerada um documentário porque tem uma parte de ficção. Mas a maior parte do que é real e o que foi feito para "apimentar" fica bem claro no último episódio. Resta no fim a certeza de que não há limites para a ganância de quem comanda o futebol e que devemos ter uma segunda temporada bem brasileira.
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