O primeiro fim de semana do Brasileiro foi como um tapa na cara dos nossos clubes, daqueles que te arrancam de um sonho bom e o fazem ver, ainda com a vista embaçada, que é hora de sair da cama e encarar mais um dia duro. Lógico que nada está perdido, ainda há 37 rodadas pela frente. Mas ficou claro que o trabalho terá de ser muito bem feito para evitar um fim de ano trágico.
Do Paraná não se esperava muito. A diretoria assumiu o risco de jogar as primeiras rodadas fora ao ser morosa na remontagem da equipe. Algumas coisas em Salvador, porém, chamaram a atenção.
Marcelo Toscano era atacante até o ano passado, quando virou ala-direita. Ainda assim, uma posição ofensiva, bem diferente do velho lateral na linha de quatro defensores.
Mas foi como lateral que Toscano começou o jogo. E foi em cima dele que o Bahia fez 1 a 0. Se Zetti não conhecia sua característica (bem possível), poderia ter se informado em Jundiaí, onde já trabalhou; recebido informações de quem o contratou ou contado com a personalidade do jogador de dizer: não sei jogar ali.
Quando Zetti consertou a defesa, já estava 2 a 0. Aí veio Marcelo e jogou tudo no lixo. O garoto, aliás, provou ainda não ter condições de jogar como profissional. Posicionou-se mal nos dois gols e mostrou desequilíbrio ao reclamar da ginga de Paulo Roberto, que resultou na sua expulsão.
Não entendo essa pseudoética do boleiro de que drible é desrespeito. Drible faz parte do jogo, é um recurso para chegar ao gol. Zagueiro que fica com essa palhaçada de dar de dedo porque levou drible deveria ser expulso direto, por antijogo.
Apesar de tudo isso, sigo na minha posição de não cobrar grandes performances do Paraná até a quinta rodada. Faltam quatro, e o que for somado de pontos nesse meio tempo será bem-vindo.
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No Palestra Itália, faltou ousadia e prender a bola no ataque para o Coritiba. Foram problemas crônicos nesse jogo, mas que não são inéditos.
A ousadia deveria ter aparecido no primeiro tempo. O time reserva do Palmeiras é comunzinho. O Coritiba deveria ter se imposto e marcado pelo menos mais um gol. Não importa se estava no Palestra Itália. É melhor, vai para cima e ganha, simples. Esquece a cartilha do “estou na casa do time grande, preciso respeitá-lo”. Não dá para se comportar como time pequeno porque é o “Parmêra”, o “Curintia” ou o “Framengo” do outro lado.
No segundo, o Coritiba repetiu um problema crônico deste ano. A bola não para no pé dos jogadores. Vanderlei faz a ligação direta do gol para o meio, alguém mata e já toca para outro, que toca de novo ou tenta o drible, mas sempre erra. Bola no pé do adversário, que vem de novo para cima. O Coxa confunde velocidade com pressa. Por isso toma sufoco toda a hora. Se tivesse controlado a bola no ataque, mesmo com Diego Souza, Keirrison e Cleiton Xavier o Palmeiras não teria virado.
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Gol do Vitória aos 14 minutos desmontou equipe atleticana na Arena. No lance, Wallace subiu sozinho para abrir o placar na Arena
Quem menos vi em ação foi o Atlético. Assusta o fato de o Rubro-Negro já começar perdendo em casa para alguém do mesmo nível, como Geninho definiu corretamente.
É um dos preços de apostar em um time extremamente jovem mesclado a atletas mais rodados que já demonstraram ser limitados. Os rodados não vão mostrar muito mais do que isso e os garotos precisam de tempo para amadurecer.
O ataque deve sofrer uma limpa, com a saída de Júlio César e Preá (Lima já era). Roni e Josiel são as opções. Grandes chances de funcionarem bem no time.
O que mais impressiona e decepciona é ver que o famoso “Projeto”, impecável nos efeitos extracampo, não conseguiu dar frutos duradouros dentro dele. Pegando o recorte do meio de 2005 para cá, o Atlético voltou a ser aquele time de torcida apaixonada, que belisca o Estadual, mas passa sufoco no Brasileiro. Decepcionante.
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Boa parte do que escrevi nesse post já deveria, na verdade, ter ido para o ar sábado à noite e ontem à noite. Uma tragédia, porém, mudou os planos, desregrou a atualização do blog e deixou esse meu início de semana extremamente amargo.
Felix Scheller, irmão de Zé Roberto Scheller, um dos grandesx amigos que tenho nessa vida, morreu em um acidente de carro na madrugada de sábado. Tinha 28 anos, voltava de uma festa e acabara de deixar a namorada em casa. Bateu em um poste na área industrial de Joinville, onde toda a família Scheller (o Felix morava em Itajaí; o Zé aqui em Curitiba) estava reunida para o Dia das Mães.
Fui para lá ontem cedo, com mais dois casais de amigos, voltamos no começo da tarde. Após 15 anos de convívio com o Zé, seja nas salas de aula do Medianeira, nos campos de pelada, nas nossas casas, em mesas de bar e em qualquer outro lugar, pela primeira vez vi o Zé na lona, algo que me doeu demais.
Ao Zé e a toda a família, muita força nesse momento difícil. E que Deus abençoe a todos e receba de braços abertos o super Félix. Pode contar com o amigo e com todo o nosso Clube da Bola para o que for possível.
