Teste com videoárbitro confirma: ‘juiz ladrão’ com os dias contados
A polêmica envolvendo o uso de imagens para sanar dúvidas da arbitragem, algo que desgraçadamente coloca um asterisco no Campeonato Brasileiro, está muito perto de uma solução.
Se o Brasil tivesse sido autorizado pela Fifa para usar o videoárbitro, como ocorreu, por exemplo, na Holanda, não iria à Justiça a partida entre Flamengo e Fluminense, vencida pelo Fla, graças a dúvida se o apitador consultou ou não (algo vetado pelas regras do futebol) alguém que viu o lance pela TV.
Depois de anos de resistência, a International Board (entidade que regula as leis do futebol) aceitou iniciar testes com meios tecnológicos auxiliares da arbitragem – o Brasileirão está na fila para servir como laboratório. Deve sair dela em 2017.
Veja então o que aconteceu recentemente na Holanda, país autorizado a usar recursos tecnológicos. Será o fim do chamado ‘juiz ladrão’, pois praticamente elimina o erro por negligência, imperícia ou imprudência. Claro, sempre existirá o dolo, com ou sem imagens.
Em setembro, o Ajax enfrentava o pequeno Willem II, duelo da primeira rodada da Taça da Holanda. A tradicional equipe de Amesterdã vencia por 2 a 0, quando o árbitro, pela primeira vez de forma oficial, mudou uma decisão através do recurso do videoárbitro.
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Aos 13 minutos do segundo tempo, Anouar Kali, do Willem II, fez uma falta dura no dinamarquês do Ajax Lasse Schöne. O árbitro Danny Makkelie mostrou cartão amarelo, mas, em poucos instantes, foi informado pelo responsável das imagens que o lance era para cartão vermelho. Makkelie alterou a decisão e expulsou Kali (veja o vídeo no fim da reportagem).
Pol van Boekel era o homem nos bastidores alertou o juiz. A dupla já trabalha em conjunto há dois anos no projecto “arbitragem 2.0” para implementar os meios tecnológicos auxiliares no futebol holandês.
“Vi uma infração, revi várias vezes o lance, a partir de ângulos diferentes, e ficou claro para mim que devia ser mostrado um cartão vermelho”, justificou o videoárbitro.
A partida terminou com goleada do Ajax por 5 a 0.
Além da Holanda, Portugal também já fez testes, em julho, mas sem intervenção extracampo.
Brasil, Austrália, Alemanha, Holanda e EUA pediram à Fifa para fazer testes tecnológicos. É a chance de deixar a idade média do apito, com erros bobos de interpretação, e suspeita de má-fé.
