• Carregando...
Fokker 100, matrícula PR-OAU, foi o usado para o último voo pela Avianca Brasil (Foto: Gustavo Ribeiro)
Fokker 100, matrícula PR-OAU, foi o usado para o último voo pela Avianca Brasil (Foto: Gustavo Ribeiro)| Foto:
Fokker 100, matrícula PR-OAU, foi o usado para o último voo pela Avianca Brasil (Foto: Gustavo Ribeiro)

Fokker 100, matrícula PR-OAU, foi o usado para o último voo pela Avianca Brasil (Foto: Gustavo Ribeiro)

A história do Fokker 100 no Brasil terminou nesta terça-feira (24), quando a Avianca Brasil realizou o último voo com a aeronave, de matrícula PR-OAU, decolando e pousando no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Foram 10 anos na frota da empresa.

E foram pouco mais de 25 anos em céu brasileiro, com as cores da TAM, Taba, Avianca (antes Oceanair) e Mais Linhas Aéreas. Uma história que ficou marcada mais pelo lado negativo do que pelo bem que fez à aviação brasileira.

Os acidentes e incidentes com alguns Fokker 100 da TAM só serviram para piorar a imagem da aeronave que nunca caiu no gosto dos passageiros. Uma rejeição que, curiosamente, começou antes mesmo de o avião entrar em serviço pela companhia de Rolim Adolfo Amaro.

Primeiro por parte das autoridades aeronáuticas, que desconheciam o avião holandês, bastante moderno no início da década de 1990. Quando a TAM recebeu os dois primeiros exemplares (de matrículas PT-MRA e PT-MRB), houve surpresa.

Fokker 100 da TAM, matrícula PT-MRA, foi o primeiro a operar no Brasil (Foto gentilmente cedida por Afonso Delagassa)

Fokker 100 da TAM, matrícula PT-MRA, foi o primeiro a operar no Brasil (Foto gentilmente cedida por Afonso Delagassa)

O Ministro da Aeronáutica na época, Sócrates Monteiro, levou um susto quando viu as aeronaves em Congonhas, no dia 4 de outubro de 1990. Afinal de contas, o dono da TAM pedira autorização para trazer aviões de linha aérea regional. Um Fokker 100, jato para 108 passageiros, era muito diferente de um Fokker 27, um turboélice com 50 assentos. Não à toa que a autorização demorou um pouco para sair.

Depois, os próprios passageiros não se enturmaram de cara com o avião. Acostumados aos Boeing 737 da Varig, Transbrasil e Vasp, e mesmo os Electras da Varig na Ponte Aérea, houve uma resistência inicial.

Rolim Amaro chegou a admitir que a escolha pelo Fokker 100 foi errada. Pelo menos no início. Um trecho do livro O Sonho Brasileiro, uma biografia de Rolim, escrito por Thales Guaracy, deixa isso bem claro.

“Eu, pessoalmente, havia cometido um erro. Achei que o mercado saberia o que era o Fokker 100. E o mercado não sabia. Quando nós fizemos a publicidade do novíssimo Fokker 100 como o jato de Congonhas, não tinha me dado conta de que o Brasil era um país da Boeing. As pessoas ainda pensavam que o Fokker 100 era aquele simpático turboélice barulhento como o diabo, de tecnologia antiga, que já tinham visto na ponte aérea ou num dos nossos outros voos regionais”, disse.

Depois desse início complicado, porém, a TAM usou e abusou dos Fokker 100 para se tornar hoje a maior companhia aérea brasileira. Foram eles que fizeram a transição de uma empresa regional de aviação para uma aérea mundial.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]