Bebidas

2021: quais são as tendências no universo das cervejas?

18/01/2021 16:37
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Falar de tendências é tentar prever o futuro. E como não tenho bola de cristal, tudo que posso oferecer é a experiência e observação do presente, mais ou menos científica, de fundo de quintal, que cultivo por aqui. Mas de vez em quando é o suficiente para acertar alguns palpites. No passado, já falei das cervejas em madeira, Session Beers e muitos outros movimentos que se confirmaram. E o que será de 2021?

A evolução das IPAs

As India Pale Ales hoje são uma força que domina grande parte do mercado da cerveja artesanal. Inúmeras variações foram criadas com o tempo e esse processo vai continuar. As NE IPAs, também conhecidas como Juicy ou Hazy IPAs, que tomaram conta da cena nos últimos anos já mostram novos desdobramentos. Já se fala, por exemplo, em Triple NE IPA: ainda turvas, muito aromáticas e frutadas em razão das altas doses de lúpulo, trazem amargor ainda mais alto e teores alcoólicos que normalmente superam os 10%.

As azedinhas vieram para ficar

Muitos especialistas estão cantando essa bola ano a ano. Mas foi em 2020 que as cervejas ácidas realmente despontaram na minha avaliação. Grande parte das cervejarias têm pelo menos uma opção de cervejas Sours. Na verdade, trata-se de uma grande categoria que engloba vários estilos com acidez elevada! Muitos deles são leves, refrescantes, adicionados de frutas e, a meu ver, ideais para o calorão do verão brasileiro. Novidades nessa área são a Imperial ou Double Sours, feitas para ter maior teor alcoólico, e o crescimento das Sours mais complexas.

Saúde é o que interessa...

Há alguns anos que o mercado global de cervejas vem enfrentando uma perda de volume. Em parte, por conta de uma preocupação crescente das pessoas com a saúde. O crescimento das cervejas sem álcool e sem glúten, por exemplo, são uma tentativa do mercado recuperar esse público. O sucesso estrondoso da Heineken 0.0% no Brasil deve trazer à tona em breve novas cervejas artesanais sem álcool.

Nas bordas

Dizem que para prever tendências não devemos olhar para o mainstream, mas sim para as bordas. E o que eu vejo é um certo cansaço de cervejas exageradas e com tudo dentro. E como a vida é cíclica, prevejo uma volta às cervejas mais simples. Nos Estados Unidos, isso já começou com a revalorização das Lagers. Mas não é qualquer Lager. São aqueles estilos clássicos simples, de fermentação “limpa”, mas nem por isso fáceis de serem feitos. Pelo contrário: Lagers suaves não escondem defeitos ou problemas. Mas o prazer de beber uma boa cerveja dessas, o prazer da simplicidade, é fantástico.

M-Sour

Estilo: American Sour Ale com melão, morango e manjericão
Cervejaria: Colaborativa entre Hump (Curitiba) e Cathedral (Maringá)
Embalagem: 473ml
Teor alcoólico: 3,5% ABV
Preço: entre R$ 20 e R$ 25

Bastards e Juan Caloto "El Triplo Infortúnio de Max Mellow"

Estilo: Tripel Juicy or Hazy IPA com marshmallow
Cervejaria: Colaborativa entre Bastards (Pinhais) e Juan Caloto (São Paulo)
Embalagem: 473ml
Teor alcoólico: 9% ABV
Preço: entre R$ 37 e R$ 42

Golden Ale Sem Álcool

Estilo: Sem álcool
Cervejaria: Dádiva (Várzea Paulista - SP)
Embalagem: 310ml
Teor alcoólico: menor que 0,5% ABV
Preço: entre R$ 10 e R$ 17

La Bohéme

Estilo: Bohemian Pilsener
Cervejaria: Colaborativa entre Joy Project Brewing e Bonna Beer (Curitiba)
Embalagem: 473ml
Teor alcoólico: 5,1% ABV
Preço: entre R$ 23 e R$ 32