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Ederson e o gol que deixa o Atlético mais perto da vaga. (Foto: Albari Rosa/ Gazeta do Povo)
Ederson e o gol que deixa o Atlético mais perto da vaga. (Foto: Albari Rosa/ Gazeta do Povo)| Foto:

Jogo de Libertadores merece tratamento especial. Exatamente por isso, o Bola no Corpo se agarra ao pobre portunhol para analisar a derrota do Atlético por 2 a 1, para o Sporting Cristal. Entre os resultados de derrota, o melhor possível. Pelo placar mínimo e fazendo gol. Basta fazer 1 a 0 na Vila e a vaga na fase de grupos estará garantida. O desenho de time usado por Miguel Ángel Portugal mostra que a classificação é perfeitamente possível. Mas a defesa em linha contra o rápido ataque cervejeiro indica uma fragilidade que o Atlético precisa corrigir até a próxima quarta-feira. Vamos ao giro…

0 Linha de defesa do Atlético

A combinação entre uma zaga permanentemente em linha e um ataque preparado para transformar qualquer linha em burra por pouco não foi trágica para o Atlético. O primeiro gol peruano saiu explorando essa linha e outras oportunidades do Cristal surgiram da mesma maneira. Parecia o Atlético de Drubscky — não por coincidência, o miolo de zaga foi Manoel e Cléberson. Luiz Alberto fez falta.

 

1 Só Enrique Osses viu

Enrique Osses: sete cartões, para a alegria da dona Conmebol. (Foto: Albari Rosa/ Gazeta do Povo)

Enrique Osses: sete cartões, para a alegria da dona Conmebol. (Foto: Albari Rosa/ Gazeta do Povo)

Na boa? O árbitro errou nos dois pênaltis. Sim, a camisa de Natanael foi puxada. Sim, Manoel encosta em Carlos Lobatón. Mas o esporte onde qualquer choque é falta é o basquete. Estamos falando de futebol. Nem o puxão de Calcaterra nem a relada de Manoel foram fortes o suficiente para configurar falta. E o Osses é juiz de Copa do Mundo e final de Libertadores! Socorro!

 

2 Pega o Cazulo!

Bastou o Atlético meter pressão na saída de bola no início do segundo tempo para ficar exposta a grande deficiência do time peruano. Cazulo tem dificuldade com a bola no pé. Quando pressionado, o volante rifa a jogada. Isso quebra a ligação direta dos peruanos e devolve a bola rapidinho para o adversário. Uma boa receita para explorar na Vila.

 

3 Olha o ladrão, Deivid!

Cazulo e Lobatón batem a carteira de Deivid e... gol do Cristal. (Foto: Enrique Mendivil/ Reuters)

Cazulo e Lobatón batem a carteira de Deivid e… gol do Cristal. (Foto: Enrique Mendivil/ Reuters)

Deivid não foi mal, mas cometeu um erro capital. Demorou demais para arredondar o passe quadrado de Paulinho Dias, teve a carteira batida por dois peruanos (olha a foto aí) e assim o Sporting Cristal fez 1 a 0. E Deivid é reincidente.

 

4 Lopes histérico

A Nadja Mauad registrou na RPC a agitação do Delegado. Impaciente, o diretor de futebol gritava para o auxiliar Leandro Ávila mandar Miguel Ángel Portugal ser mais atuante à beira do gramado. Como se o treinador agir como uma cheerleader histérica fosse sinônimo de vitória.

 

5 Marcelo

É até sacrilégio criticar Marcelo, mas o camisa 7 do Furacão ficou devendo. Um pouco desatento, não deu sequência às jogadas de ataque. Com o passar dos jogos, Marcelo tende a ganhar ritmo e crescer de produção, algo natural em um atleta que depende demais da explosão física, exatamente como aconteceu nos dois últimos anos. O esquema tático é propício para que Marcelo e Suéliton formem uma dupla infernal.

 

6 Penny Malandroviski

O goleiro peruano encarnou o personagem do mito Sérgio Mallandro na cobrança do pênalti de Ederson. Só faltou soltar um “glu! glu!”. Ritual que não adiantou nada. Para quem não conhece ou quer matar saudade, Malandroviski em ação. Rendeu muitos momentos de alegria da infância do blogueiro.

 

7 Douglas Coutinho e Fran Mérida

O Atlético melhorou com a entrada da dupla. Douglas Coutinho lembrou o jogador que se destacou no Paranaense do ano passado, veloz, ofensivo e com um excelente trabalho tático sem a bola. Fran se sentiu à vontade como extremo esquerdo, posição em que ele sempre jogou na Espanha.

 

8 O esquema de Portugal

CAP time

O Atlético jogou em um 4-4-2 bem europeu, com duas linhas de quatro bem definidas. Paulinho Dias ficou mais e Natanael soltou-se apenas no segundo tempo, em uma tentativa de dar um equilíbrio defensivo que o Atlético não alcançou. Do meio pra frente, as coisas se encaixaram melhor. Suéliton fica mais livre para atacar na segunda linha de quatro. Tem tudo para formar uma dupla infernal com Marcelo. João Paulo centralizado tem mais espaço para armar. Zezinho funciona bem aberto pela esquerda. O mesmo vale para Ederson com liberdade de movimentação. Ainda foi melhor na teoria do que na prática, mas é um bom caminho para o Atlético trilhar.

 

9 Irven Ávila

O atacante de 23 anos infernizou a defesa atleticana. Impressionante a sua capacidade de se posicionar na linha do penúltimo defensor e disparar no momento exato do passe. Ano passado, fez 22 gols em 44 jogos. Já deixou sua marca na Libertadores. Um nome para estar na lista dos olheiros brasileiros.

 

10 Gol do Ederson

Ederson e o gol que deixa o Atlético mais perto da vaga. (Foto: Albari Rosa/ Gazeta do Povo)

Ederson e o gol que deixa o Atlético mais perto da vaga. (Foto: Albari Rosa/ Gazeta do Povo)

Com gol fora de casa como critério de desempate, o pênalti convertido por Ederson teve peso gigantesco. Graças a ele, o Furacão joga por um simples 1 a 0 na Vila.

Vai com Deus, guri! (de personagem que pode pegar um Penha)

Dellatorre. Dinheiro é bom, quem não gosta? Londres é uma excelente cidade para morar e jogar bola. Mas trocar a Libertadores pela Segunda Divisão inglesa denota baixa ambição na carreira.

 

Um abraço para o contexto (de melhor frase)

“Quem está lá ainda? Gabiru? Kelly? Douglas Silva? Igor?”

Abel Lobatón, como se nota, está totalmente por fora do Atlético atual. Nada que arranhe seu status de um dos personagens mais bacanas que passaram pelo futebol paranaense nos últimos anos. Golaço do Fernando Rudnick.

 

Minha planilha que não falha (de estatística inútil)

US$ 1,4 mil. O lucro que Enrique Osses deu à Conmebol pelos sete cartões amarelos aplicados no Estádio Nacional de Lima. Só o Atlético contribui com US$ 1 mil, descontados na fonte da cota a que o clube terá direito por jogar a primeira fase.

 

Vai ganhar o Motorádio (de craque do jogo)

Carlos Lobatón. Se Irven Ávila era a flecha, o Lobatón mais novo foi o arco dos perigosos contra-ataques do Cristal.

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