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Indignado com o fundão? Só em carros oficiais o país gasta muito mais
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O fundão para pagar a conta das eleições indignou o país. Afinal, R$ 1,7 bilhão é mesmo muito dinheiro – some a isso a falta de credibilidade dos políticos e uma crise econômica e estão dados os elementos para um escândalo nacional. Era de se prever.

Mas é curioso como outras coisas que custam o mesmo, ou até mais, passam batidas debaixo do nosso nariz, por terem se tornado naturais. E, às vezes, por estarem diluídas em pequenos gastos que nunca são reunidos numa mesma soma. Mas quando você faz a conta…

É o caso do uso de carros oficiais. Quanta gente você vê por aí, às vezes nem em cargos tão altos, que tem direito a um veículo pago com grana do erário? Muitas vezes, com motorista particular. E todos, claro, acham que têm direito. E nem sai tão caro assim… Só que sai.

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Um levantamento da ong Contas Abertas mostrou que o país gasta R$ 1,6 bilhão por ano só com carros oficiais. Mas, espera aí: a conta, por mais que seja altíssima, ainda não fechou. Esse é só o dinheiro para órgãos federais. Ninguém sabe a quanto chega a fatura se você conseguisse somar o que gastam estados e municípios.

R$ 1,6 bilhão por ano significa R$ 6,4 bilhões durante o período de quatro anos entre uma eleição e outra. Ou seja: quase quatro vezes o fundão eleitoral. Se imaginarmos que estados e prefeituras dobrem a conta (deve ser mais), chegamos a sete vezes o valor que anda indignando os eleitores.

Como é muito dinheiro, vamos dar uma noção em termos práticos: este R$ 1,6 bilhão (só da esfera federal) seria suficiente para construir 800 creches públicas por ano, para 150 vagas cada. Ou seja: 120 mil novas vagas por ano. Ou poderia simplesmente ser descontado do imposto que você paga.

Há um projeto na Câmara dos Deputados reduzindo o tanto de carros oficias no país. Perderiam os “veículos oficiais para representação pessoal” os ocupantes de mandatos eletivos, magistrados, membros do Ministério Público, dos tribunais e dos conselhos de contas. O projeto não atinge os presidentes dos Poderes federais.

Quem sabe passa? E a gente economiza mais do que um fundo eleitoral por ano, só nessa brincadeira?

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