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Judiciário e MP do PR gastaram R$ 100 milhões em auxílio-moradia. Veja o que isso compraria
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O CNJ determinou que a partir de novembro de 2014 os magistrados de todo o país recebessem um auxílio-moradia fixo, de R$ 4,3 mil por mês. Serve para todos os ramos da Justiça. Logo a seguir, os integrantes do Ministério Público decidira pela isonomia, e também passaram a receber o valor.

Antes disso, no Paraná, já havia o pagamento do auxílio, mas em valor um pouco menor. Nunca se exigiu que ninguém comprove que usa o dinheiro efetivamente com moradia. Todos podem receber, independente de terem mudado de cidade para exercer a função ou de ter casa própria.

Na verdade, todo mundo sabe que não é uma verba indenizatória, e sim uma complementação do salário. Só não se admite isso formalmente porque complementar o salário dessa forma seria ilegal, além de ultrapassar o teto do funcionalismo.

No Paraná, desde novembro de 2014, sabe-se que cerca de 800 juízes e desembargadores e aproximadamente 700 integrantes do Ministério Público recebem o dinheiro. Fazendo as contas, percebe-se que o gasto da população para manter essa verba desde então está chegando a R$ 100 milhões.

O blog resolveu ver o que seria possível fazer pela população do estado com esse dinheiro. Veja alguns exemplos:

50 creches
Cada CMEI em Curitiba custa cerca de R$ 2 milhões. Isso para construir do zero. E a creche, em média, atende 150 crianças. Ou seja: com esse dinheiro seria possível construir vagas para 7,5 mil meninos e meninas. Isso numa situação em que estão-se fechando berçários para colocar crianças em creches da capital.

100 novos biarticulados
Cada biarticulado das linhas de expresso de Curitiba custa cerca de R$ 1 milhão. Lembre que Curitiba está com quase 200 ônibus andando pela cidade já com a vida útil vencida.

160 Hibribus
Se ao invés de aumentar a capacidade se decidisse colocar ônibus mais confortáveis, com piso rebaixado para entrada dos passageiros e ecologicamente corretos, os R$ 100 milhões pagariam 160 ônibus híbridos.

2,5 mil viaturas
A Polícia Militar paga hoje cerca de R$ 40 mil por viatura, já com todos os itens. Caso o investimento fosse em segurança pública, e não em aumento de salários de juízes e promotores, o estado poderia ter mais 2,5 mil viaturas nas ruas.

bolsa familia

Dois anos de Bolsa-Família
O pagamento do Bolsa-Família em Curitiba custa R$ 4 milhões por mês, para beneficiar famílias que têm renda máxima de R$ 77 per capita ao mês. Seria possível manter o programa por dois anos com esse dinheiro.

Testes de zika
O Ministério da saúde poderia comprar cerca de 8 milhões de testes de zika. O suficiente para testar quase toda a população do Paraná individualmente.

Cem longas-metragens
De vez em quando, o governo do Paraná solta um edital para produção de um longa-metragem. O valor tem sido de R$ 1 milhão por filme. Ou seja, seria possível filmar cem longas com esse dinheiro.

Asfalto

Cem quilômetros de asfalto
E nem precisa dizer o quanto as ruas de Curitiba precisariam disso…

Um novo hospital (e  meio)
O novo hospital da Zona Norte, que a prefeitura de Curitiba ainda não conseguiu fazer, está orçado em R$ 60 milhões. O Hospital do Idoso, em valores corrigidos, custou R$ 51 milhões.

Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo.

Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo.

Um mês de passe livre
A população inteira de Curitiba poderia andar de graça de ônibus por um mês.

Quer mais duas comparações?

Três mega-senas

Outro jeito de medir o quanto os juízes e promotores já tiraram dos cofres públicos do Paraná em pouco mais de uma no de auxílio-moradia é vendo que, mesmo acumulada como está hoje, seriam necessários três sorteios da Mega-Sena com R$ 30 milhões de prêmio para chegar perto do valor pago a eles até hoje.

Clubes de futebol

Sempre se fala que jogadores de futebol são ricos e que ganham bem demais. Pois bem: só o auxílio-moradia (sem incluir um centavo de salário) pago em 16 meses a juízes e promotores do Paraná seria suficiente para pagar todo o elenco de Coxa, Atlético e Paraná durante todo o ano de 2016. O Coritiba, por exemplo, tem folha mensal de salários de cerca de R$ 2 milhões, ou R$ 24 milhões ao ano.

Colaboraram: Diego Antonelli, Fernando Martins, Fernando Rudnick, André Pugliesi, Diego Ribeiro, Caroline Olinda, Raphael Marchiori.

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