A APP-Sindicato, que representa os professores da rede estadual de ensino, disse nesta quarta-feira que considera inconstitucional o projeto da “Escola sem partido”, protocolado nesta semana na Assembleia Legislativa. O sindicato afirma que vai procurar a OAB e o Ministério Público para tentar barrar a aprovação da proposta.
De acordo com seus autores, que “importaram” a ideia, apresentada neste ano em vários estados e municípios, é impedir que os professores doutrinem ideologicamente os seus alunos. Eles afirmam que a categoria estaria usando a sala de aula para “fazer a cabeça” dos estudantes. O projeto prevê a afixação de cartazes dizendo itens que os professores estariam obrigados a respeitar.
Para Marlei Fernandes, representante do sindicato, o projeto é fruto de uma “onda conservadora” e fere a liberdade de atuação dos profissionais. Além disso, segundo ela, a proposta vai contra os direitos sindicais da categoria. “Nós falamos para os alunos sobre a realidade. Não se trata de doutrinação”, diz ela.
Segundo a professora, os profissionais foram acusados erradamente de partidarizar a repressão aos manifestantes do 29 de abril. “Explicamos aos alunos o que aconteceu. Faz parte do nosso papel. Se ligamos esses fatos ao atual governo é porque foi o atual governo que os promoveu”, afirma. Segundo ela, professores que se excedem são exceção.
O autor do projeto, pastor Gilson de Souza (PSC), disse ao blog que imagina que a discussão da proposta passará pela discussão do 29 de abril, já que pode parecer que os deputados estão retaliando os professores pelas manifestações. Na ocasião, durante a votação da reforma previdenciária estadual, a polícia feriu 213 manifestantes. Os professores, na época em greve lideram as manifestações.
Marlei diz que a categoria está indignada com o projeto. “Ficamos respondendo ontem até uma da manhã.”
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