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Sindicato diz que médica que recusou atendimento a filho de petista devia ficar orgulhosa
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Ariane Leitão. Reprodução/Facebook.

Ariane Leitão. Reprodução/Facebook.

O presidente do Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Sul, Paulo de Argollo, deu entrevista ao jornal Diário Gaúcho afirmando que a médica que se negou a  dar atendimento a uma criança por ser filho de petistas está respaldada pelo código de ética da profissão. Argollo diz que a médica não tem por que se arrepender do que fez. Pelo contrário, tem de “ter orgulho”, afirmou.

Segundo o raciocínio do entrevistado, se existe alguma coisa na relação entre médico e paciente que pode afetar o comportamento do médico, torná-lo inadequado para o tratamento, ele deve ser claro e não deixar que isso prejudique o paciente.

A exceção, segundo ele, seria no caso de uma emergência. Ou se se tratasse do único médico da cidade naquela especialidade, o que não é o caso em Porto Alegre.

“Tu não és o único médico da cidade e o paciente tem a possibilidade de escolher outros profissionais, daí tu tens que ser honesto, tem que ser leal com o teu paciente. Se tem alguma coisa que te incomoda e que tu achas que vai prejudicar a tua relação com o teu paciente, se tu não vais se sentir confortável, se não vai ser prazeroso para ti atender aquela pessoa, tu deves dizer para ela francamente: olha, prefiro que tu procures um colega”, disse.

A médica Maria Dolores Bressan se recusou a atender o filho da ex-vereadora Ariane Leitão, de um ano de idade, alegando que não gostaria de continuar atendendo alguém que é filho de uma militante do PT e de um filiado ao PSol. O fato ocorreu na primeira semana de março, quando Lula foi conduzido coercitivamente para d\ar depoimento à Lava Jato.

Leia a mensagem da médica, enviada por WhattsApp:

“Bom dia Ariane. Estou neste instante declinando em caratér irrevogável, da condição de Pediatra de Francisco. Tu e teu esposo fazem parte do Partido dos Trabalhadores (ele do Psol) e depois de todos os acontecimentos da semana e culminando com o de ontem, onde houve escárnio e deboche do Lula ao vivo e a cores, para todos verem (representante maior do teu partido), eu estou sem a mínima condição de ser Pediatra do teu filho. Poderia inventar desculpas, te atender de mau humor, mas prefiro a HONESTIDADE que sempre pautou minha vida particular e pessoal.

Se quiser posso fazer um breve relatório do prontuário dele para tu levar a outro pediatra.

Gostaria que não insistisse em marcar marcar consultas mais.

Estou profundamente abalada, decepcionada e não posso de forma nenhuma passar por cima dos meus princípios. Porto Alegre tem muitos pediatras bons. Estarás bem acompanhada

Espero que compreendas.”

Segundo Ariane, que fez a denúncia em sua conta de Facebook, a médica atendia seu filho desde que ele nasceu, mas repentinamente, em meio às denúncias da Lava jato, decidiu enviar uma mensagem por WhattsApp informando que não poderia continuar cuidando do filho da petista.

“Na semana passada no auge dos ataques contra o presidente Lula, fui surpreendida por uma mensagem da pediatra do meu filho que escreveu que ‘estava declinando de maneira irrevogável de atender o Francisco, por eu ser petista!’ Justificando com ataques sua decisão! Pasmem!”, disse.

Segundo a ex-secretária, “a sensação, na hora, era de que tinham me dado um soco no estômago! Nada pode ser pior que envolver teu filho nessa canalhice toda! Compartilho com vcs para mostrar a que ponto de demência essa gente, que não aceita opinião diferente da sua, pode chegar em seus ataques!”

O caso, segundo Ariane, está sendo levado às autoridades. A Rádio Guaíba, de Porto Alegre, entrevistou o presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers), Rogério Aguiar. Segundo ele, a Constituição Federal e o Código de Ética Médica dizem que não pode haver nenhum tipo de discriminação com pacientes. “Porém, sobre o caso relatado, em tese, Aguiar vê como improvável a cassação do exercício profissional”, diz o texto da rádio.

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