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Camila Farani

Vozes

Cada vez mais plataformas

23/06/2019 21:00
Já ouviu falar desse termo? Se ainda não é bom você começar a se acostumar com a ideia de que essa já é a nova lógica nas organizações, caso você queira sobreviver nos próximos anos. Esse termo foi criado por Salim Ismail, diretor executivo e embaixador mundial da Singularity University, para diferenciar empresas com alto poder de crescimento das ditas tradicionais.
Organizações exponenciais desenvolvem soluções pelo menos 10 vezes melhores, mais rápidas e de menor custo. Então uma startup é exponencial? A princípio sim, porque ela possui isso no seu DNA. Mas nem todas conseguem ter uma escalabilidade à altura de uma organização exponencial, e são essas que aparecem no topo dos rankings de faturamento. Como “beber dessa fonte”? O que elas fazem de diferente? E como posso aplicar isso na minha empresa?
A questão é que os rápidos avanços tecnológicos que estão mudando diversos setores da economia exigem rápidas respostas. Trata-se de um caminho sem volta. É preciso que aconteça a transição do conceito linear para o exponencial. Se formos analisar, toda nossa vida foi calcada em modelos lineares. Nossa educação formal e nosso senso de administração nos moldaram para fazer associações lineares, mas os dados hoje são exponenciais. A verdade é que a cada dia nos tornamos mais dominados pela informação. O único caminho para respondermos a esse novo modelo é transformar a forma como as pessoas processam as informações.
Vivemos a era das plataformas digitais. A primeira lição que podemos aprender com as organizações exponenciais é: “não seja uma empresa, torne-se uma plataforma”.
Vamos lembrar do caso da Nokia que era tida como fabricante dos mais eficientes celulares no ínicio dos anos 2000. A empresa finlandesa, dois meses após o iPhone, comprou a Navteq, empresa de navegação por mapas, que gerava  informações baseada na coleta de dados por sensores. Foi uma aquisição de US$ 8 bilhões. Na verdade, ela fez esse movimento pensando na concorrência com a Apple e o Google Maps.
Porém, no mesmo ano, surgia em Israel uma empresa chamada Waze. Por não depender de sensores físicos, podia crescer de forma exponencial porque usou a tecnologia de forma disruptiva. Não dependia de altos investimentos para performar. A indústria de smartphones estava passando por uma transformação radical e a Nokia não respondeu a tempo. Já era tarde. Em 2013, o gigante Google comprou o Waze por US$ 1,1 bilhão, e acumulou mais um serviço no seu modelo “plataforma”.
Além de provocar essa mudança no modelo de negócio e na
“lente estratégica” das empresas, existem alguns passos importantes para se
preparar para a era exponencial:
1- Liderança mais colaborativa
Organizações exponenciais possuem um formato de liderança mais colaborativa e aberta. Estimule a troca de ideias entre os setores. Faça com que todos participem da estratégia e tomadas de decisão.
2- A revolução acontece fora da empresa 
Empresas exponenciais inovam olhando para tendências for a do seu negócio principal. As estruturas organizacionais tradicionais impedem as empresas de inovarem de forma disruptiva. Grandes iniciativas acabam sendo bloqueadas. Portanto, invista em negócios nascentes no mercado.
3- Use a lógica dos sprints exponenciais 
Não existe um MBA que te ensine a criar um Netflix, mas a Singularity University criou uma metodologia chamada EXO Sprint, com duração de 10 semanas para concepção e aceleração de iniciativas exponenciais.
4- Crie mecanismos para a adoção de ideias 
O Google, por exemplo, possui um programa interno de intraempreendedorismo que estimula os funcionários a criarem novos produtos e serviços. O Google Chrome surgiu nesse ambiente. Ninguém melhor do que seus colaboradores conhecem a empresa e poderão inovar. 
5- Seleção de talentos
No futuro, os nomes dos cargos se resumirão a “solucionador de problemas criativo e adaptável”. Cada vez mais, pessoas serão contratadas baseadas na sua adaptabilidade. Para manter um negócio inovador, é preciso antes de tudo contar com um time engajado e colaboradores com uma identificação forte com a cultura e clima da empresa.
Por fim, provocar essa “virada de chave”, em um mundo que já
funciona de forma exponencial, está longe de ser simples. Principalmente,
porque cada organismo organizacional é distinto do outro. O que funciona para
mim, pode não ser aderente para você. Mas o principal é conhecer profundamente
a essência do seu negócio, os processos, e criar uma estratégia única para
mudança de cultura da empresa.

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