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Jeff Lawson, cofundador e CEO da Twilio, pegou dinheiro da família e de amigos para construir um negócio que hoje vale US$ 12 bilhões. (Foto: Reprodução/LinkedIn).

Camila Farani

Gazz Conecta

Invista você primeiro no seu negócio!

14/04/2019 23:00
Há uma coisa que todos os investidores exigem que você faça: que você invista seu próprio dinheiro no seu negócio antes que eles façam isso!
Isso é um sinal fundamental para todos os investidores de que o empreendedor realmente está de “corpo e alma” no negócio, que trata-se do seu Plano A. Em inglês, existe uma expressão para isso é o skin in the game, algo como “colocar a própria pele no jogo”. Significa que os fundadores se comprometeram pessoalmente com a empresa e estão arriscando tudo. Fundamentalmente, são os investimentos financeiros próprios envolvidos, mas podemos incluir nessa lista outros itens como custos de oportunidade, salários perdidos e propriedade intelectual.
Um dos melhores exemplos disso é Jeff Lawson, que fundou a empresa de tecnologia Twilio, uma plataforma de comunicações na nuvem, sediada em São Francisco, em março de 2008. O capital de risco não estava tão disponível por conta da crise financeira no país, então ele deu um salto e colocou seu dinheiro e o dinheiro de seus amigos e familiares em risco.
Lawson chegou a vender até seus presentes de casamento para continuar com a empresa. Resumo da história: Twilio vale hoje mais de US$ 12 bilhões e arrecadou mais de US$ 250 milhões em capital de risco, de nomes como Bessemer Venture Partners, Salesforce Ventures, Amazon e Lowercase Capital.
Quando me interesso em investir em uma startup, olho de perto os fundadores, individualmente e em equipe. Se percebo que aquilo não é a vida deles, existe uma boa parcela de chance de não dar certo.

Para mim, essas são as três principais razões pelas quais os investidores apostam num negócio:

1. Demonstram compromisso
Se você não vai se comprometer, por que eu deveria? Quando um empreendedor diz que possui outra ocupação principal, porque precisa pagar as contas, meu sinal vermelho acende.
2. Ter um protótipo testado
Hoje, como o custo para lançar uma startup caiu muito (abaixo de US$ 5.000 em alguns casos), os investidores esperam que os fundadores tenham um produto mínimo viável e tração antecipada (vendas, pré-encomendas, inscrições, etc.).
A plataforma Gust, um serviço que ajuda empreendedores a lançar startups, coletou dados de mais de 6 mil startups e descobriu que 95% das startups que arrecadavam dinheiro tinham um protótipo. Simplesmente andar por aí com um sonho e sem capacidade para executar esse sonho não é mais desculpa. Se você não está disposto a investir o tempo, o esforço e a pequena quantidade de capital necessário para chegar lá, então é difícil acreditar que você tenha a resiliência necessária para colocar um produto no mercado.
3. A garantia é o oposto do risco
Os investidores querem saber se você não vai fugir quando as coisas ficarem difíceis. É mais provável que um fundador que colocou seu próprio dinheiro no empreendimento demonstre resiliência. O que acontece geralmente é que os fundadores se sentem menos pressionados em demonstrar resultados aos investidores quando possuem outros recursos envolvidos. De certa forma, isso traz mais tranquilidade ao investidor. Por isso, defendo o posicionamento de ter pouca participação em cada negócio que entro.
Está mais do que comprovado que não ter skin in the game é um indício de insucesso para muitos investidores. Por isso, se você planeja levantar dinheiro de investidores e quer melhorar suas chances de sucesso na captação de recursos, invista você na sua startup e mostre isso ao mercado.

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