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Árbitro de vídeo é bem-vindo, mas não como a CBF quer

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Esportes Gazeta do Povo
22/09/2017 21:51 - Atualizado: 27/09/2023 19:39
Jô fez gol com o braço no jogo entre Corinthians e Vasco. Árbitro não viu. Foto: © Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians
Jô fez gol com o braço no jogo entre Corinthians e Vasco. Árbitro não viu. Foto: © Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians

Bastante criticada por torcedores e representantes de todos os clubes, a arbitragem nacional pode sofrer grande transformação com a introdução do auxílio de vídeo durante os jogos do Campeonato Brasileiro.

O processo é simples: um árbitro em cabine assiste à partida pela televisão e avisa o profissional em campo, por meio de ponto eletrônico, as irregularidades ou dúvidas indicadas. A tendência é de que não haja paralisação. Mas, se o árbitro sair do campo para ver o replay do lance, a bola para.

O futebol americano tem sete árbitros, todos dentro do campo: o principal e mais seis auxiliares. São, ao todo, catorze olhos e catorze ouvidos a serviço da correção do jogo. E o árbitro se dá ao luxo de explicar à multidão, pelos alto-falantes, a natureza de cada falta cometida pelos jogadores.

O basquete, que é jogado num espaço mínimo, põe, dentro da quadra, três árbitros. Ao fundo, uma mesa cheia de “experts” dá respaldo aos três.

O tênis vai mais fundo: espalha uma dúzia de juízes em torno da quadra. Sem contar o supervisor que assiste ao jogo de lugar incerto e que, na hora de um grande impasse, vem socorrer o árbitro de cadeira.

Com tanta polêmica é bem vinda a entrada do árbitro de vídeo no futebol, mas não como a CBF quer fazer: agora, no fim do Campeonato Brasileiro.

O bom senso recomenda que tudo seja muito bem ensaiado para o lançamento na próxima temporada, em todos os jogos e da primeira a última rodada.

***** EFABULATIVO

O rádio esportivo perdeu o talento do curitibano Willy Gonser, um dos mais completos narradores de futebol do país.

Conta-se que, em fins dos anos 1950, o famoso Willy Gonser prestava serviços à Rádio Paiquerê, de Londrina, e o time local ia decidir o título da zona norte do futebol paranaense na cidade de Mandaguari.
Naquele tempo, o sistema de comunicação era precário e não existiam canais telefônicos disponíveis para todas as emissoras interessadas na transmissão dos jogos.

Era uma aventura transmitir uma partida fora.

Como não havia condições técnicas, a solução encontrada pelo “Alemão” foi permanecer no estúdio da emissora em Londrina, ouvindo a transmissão da Rádio Guairacá, de Mandaguari, dublando o relato do locutor que se encontrava, efetivamente, no estádio. Transmissão de estúdio, como se tornou comum ultimamente com o advento da televisão.

Só que no rádio da época, o dublador repetia o que relatava o locutor que estava no local do evento.
Com o empate, o Mandaguari seria campeão e decidiria o título com o Coritiba, já então proclamado campeão da zona sul. O Londrina precisava vencer.

Aos 43 minutos do segundo tempo, 0 a 0 placar, o árbitro marcou pênalti a favor do Londrina e Willy incendiou a cidade com sua emocionante transmissão. Só que, bem naquele momento, faltou luz em Mandaguari e a rádio local saiu do ar. Willy Gonser ficou às cegas, mas continuou inventando fatos para os ouvintes na esperança de que a energia elétrica voltasse e recolocasse a rádio de Mandaguari no ar.

Falou que os jogadores cercaram o árbitro, que a torcida protestou, que o policiamento entrou em campo, etc. E nada da luz voltar.

Como não acreditava que o atacante fosse perder o pênalti, depois de dez minutos sem outro argumento decidiu narrar o lance e gritou um sonoro “Goooool! Londrina campeão!”.

Carnaval na cidade e milhares de torcedores rumaram para a saída de Cambé preparando calorosa recepção aos campeões. O ônibus chegou silencioso. O atacante havia perdido o pênalti. O Mandaguari decidiu o título com o Coritiba e o “Alemão” deixou a cidade de Londrina na madrugada para nunca mais voltar.

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