Grande novidade tática com Diniz, Atlético está decepcionando
O futebol fascina as pessoas porque ele tem muito de drama.
Na realidade o futebol transcende o lado esportivo para invadir a alma, provocando-lhe amor, ódio, dor, alegria, enfim as mais variadas manifestações dentro do campo das emoções humanas.
O drama se encerra ao apito final do árbitro ou quando termina o campeonato.
Nesta altura da temporada, com as disputas dos torneios nacionais e continentais, aumenta a cobrança em torno da produtividade das equipes. Ou, por outra, os técnicos são colocados em xeque antes da paralisação das principais competições para a Copa do Mundo na Rússia.
A grande variedade de estilos de jogo apresentada pelos treinadores intriga os torcedores.
Os mais experientes mantém as estratégias conservadoras, tipo “congestionar o meio-de-campo, igualar a pegada e jogar em cima do erro do adversário”.
Os modernos que estão surgindo com propostas táticas inovadoras provocam surpresas, mas se ressentem da falta de rodagem na profissão para manterem-se mais tempo nos cargos.
Virou um drama para os novatos que reclamam da cobrança exagerada por resultados. Cobrança, esta, que começa nas arquibancadas com o clamor das torcidas, contagia os dirigentes e, sobretudo, setores da mídia que analisam conforme o placar dos jogos.
Acontece que a maioria da crônica esportiva trata os técnicos como se fossem os autores das vitórias, embora, com exceções, nas derrotas ponham a culpa nos jogadores ou nas arbitragens.
Roger Machado e Fabio Carille são os mais ilustres representantes da nova geração de treinadores do futebol brasileiro.
Roger já recebeu críticas no Palmeiras. Mesmo tendo em mãos o elenco mais caro do país ele tem encontrado dificuldade para dar uma cara ao time. Uma identidade tática e técnica que permita destacar a atual formação do Palmeiras como favorita aos títulos que disputa.
Carille venceu as últimas competições, ganhou prestígio, mas com os altos e baixos da equipe começa a receber os primeiros sinais de insatisfação. Ainda são protestos tímidos, estritamente ligados ao rendimento dos jogadores.
Quem continua nadando de braçada é o tarimbado Renato Gaúcho. O futebol altamente competitivo do Grêmio vem agradando. Ele conseguiu harmonizar um sistema de jogo ao mesmo tempo aguerrido e que busca incessantemente o gol. Conta com jogadores eficientes para isso.
Se o Flamengo está na liderança do campeonato, mas não consegue impressionar a maioria dos observadores, a principal novidade no mês de abril foi o Atlético de Fernando Diniz.
Sagrou-se campeão paranaense jogando com o time aspirante, eliminou o São Paulo na Copa do Brasil, goleou e eliminou o Newell’s Old Boys pela Sul-Americana e iniciou o Brasileiro com uma impiedosa goleada sobre a Chapecoense.
Com três zagueiros, por definição, ele liberou os alas para atacar, não apenas para ficar na intermediária aguardando o momento de cruzar pelo alto. Mas na prancheta de Fernando Diniz não estava escrito que Lucho Gonzalez, Camacho e Guilherme rendessem tão abaixo do padrão técnico necessário.
Abriu-se um buraco na defesa e, obviamente, o ataque feneceu nas últimas apresentações do Furacão.
Para o esquema funcionar é preciso um elenco rico em valores individuais e com opções para fazer a bola rodar de pé em pé.
Foram decepcionantes as atuações nas derrotas para o Palmeiras, na Arena da Baixada, e para Newell’s Old Boys, em Rosário.
