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O futebol está repleto de personagens sinistros

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Esportes Gazeta do Povo
20/04/2018 18:34 - Atualizado: 27/09/2023 19:31
Futebol precisa do detetive Sherlock Holmes.
Futebol precisa do detetive Sherlock Holmes.

Em Londres, nas últimas décadas do século dezenove, era assim: se havia greve dos cocheiros, se a rainha Victória ficava com prisão de ventre ou se uma mulher da noite era assassinada nas sujas ruas do West End, já se sabia. Era o professor Moriarty que estava por trás daquilo. Pelo menos na cabeça do detetive Sherlock Holmes.

Nas suas pesquisas e perambulações como investigador genial – tão bem narradas pelo, de resto, opaco Dr. Watson -, Holmes identificou na ponta extrema de tudo o que se passava em Londres nos tempos de Moriarty, que ele chamada de “Napoleão do crime”.

O que espantava o famoso morador da Baker Street é que tudo acontecia debaixo dos bigodes da Scotland Yard, tida como a melhor polícia do mundo. Não que os policiais não soubessem, mas eram incapazes de fazer a conexão com o nocivo Moriarty. Só depois de uma dezena de histórias, nos últimos capítulos do conto final, foi que o autor Conan Doyle acabou com o mistério glorificando de vez o seu herói.

O futebol brasileiro está repleto de personagens sinistros que causam o mesmo grau de perplexidade aos habitantes daquela Londres vitoriana.

A eleição do novo presidente da CBF foi muito sugestiva pela proverbial cumplicidade das federações estaduais e pela incompreensível conivência dos clubes. A honrosa exceção foi representada por Atlético Paranaense, Flamengo e Corinthians que não apoiaram a manobra da antecipação sucessória na cúpula do futebol.

Em um país, cujo esporte mais popular tornou-se inacessível para os pobres, soa desconcertante ler e ouvir as denúncias de corrupção na CBF.

Corinthians e Flamengo, detentores das duas maiores torcidas nacionais, tomaram a iniciativa de abrir as portas para que os menos favorecidos pudessem ver os jogadores de perto e matar a saudade dos velhos e bons tempos das gerais nos estádios.

Itaquera e Maracanã ficaram lotados por famílias que se sentiram prestigiadas durante um simples treinamento.

Outros clubes extremamente populares deveriam abrir as suas arenas para que o povo possa sentir o ambiente do futebol moderno. Seria, também, uma forma de incentivar as pessoas a se associarem aos clubes dentro de planos de fidelidade mais baratos em locais estratégicos dos estádios.

É a forma singela de atender aos anseios daqueles que se limitam a ver os jogos pela televisão, quando o sinal é liberado, ou a curtir as frenéticas transmissões radiofônicas.

Voltemos aos cartolas que comandam o futebol.

São tipos que deixam o torcedor comum pasmo diante dos fatos narrados pela imprensa desde sempre. Ultimamente com o envolvimento até do FBI, a polícia americana.

O futebol anda precisando de mais Sherlocks e menos Moriartys.

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