Só o futebol opera o prodígio da conciliação no Brasil
Véspera de eleições gerais no país deixa a população atenta, o mercado agitado e os prognósticos difíceis de serem produzidos.
Ainda mais no Brasil onde a política sempre foi rigorosamente controlada por grupos fechados que não abrem espaços partidários para mudanças significativas.
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O máximo a que se permitem os donos do poder é algum tipo de apoio para os coligados em determinadas eleições. A regra geral é passar os votos de pai para filho. Sempre dentro das famílias ou dos grupos políticos que, há décadas, comandam praticamente todos os estados da Federação.
Assim caminha a pobre e permanentemente imatura democracia brasileira.
Ao povo resta a esperança de um dia ver as coisas colocadas de maneira diferente.
Daí os apelos comuns ouvidos em todos os cantos do país: “Pelo amor de Deus”, “se Deus quiser” e “graças a Deus”. São expressões de contrariedade, medo, resignação e felicidade.
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O brasileiro, se não cultiva o Pai pelo coração, pelo menos o faz com o verbo. E Deus, em sua infinita sabedoria, deve perdoar os que utilizam seu nome em vão.
No futebol não é diferente. Deus está sempre presente, seja nas orações ou nas comemorações de um gol.
Apesar do baixo nível técnico do Campeonato Brasileiro em andamento, alguns dos nossos times conseguiram avançar nos dois torneios continentais: Grêmio e Palmeiras na Libertadores da América; Atlético, Bahia e Fluminense na Copa Sul Americana. Não é nada, não é nada e pode não ser nada mesmo, mas também pode representar a capacidade de reação do nosso futebol, mesmo depois de mais uma frustração em Copa do Mundo.
Palmeiras e Grêmio enfrentarão os gigantes argentinos Boca Juniors e River Plate, respectivamente.
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Na bola não tenho dúvida quanto a capacidade de gaúchos e paulistas chegarem à final da competição. A dúvida fica por conta do baixíssimo padrão da arbitragem continental. Com o pequeno e importante detalhe de, invariavelmente, beneficiar as equipes argentinas.
Na Sul Americana haverá o cruzamento entre o Furacão e o Tricolor de Aço nas quartas de final restando ao Fluminense encarar o Nacional, de Montevidéu.
Para o torcedor dessas equipes Deus está repartido entre o sofrimento, a esperança e a felicidade de um gol, da vitória ou do título alcançado.
O torcedor, que se distingue da massa apenas pelas cores de preferência do time escolhido, é uma coleção bem justaposta de situações em permanente estado de ebulição.
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Diferentemente da política, o futebol possui a faculdade de unir, com planos e contraplanos de sua geometria apaixonante.
Quando o estádio lota e a bola rola tudo se amolda a um espírito de convergências, que, de modo bem claro, marca a vontade e o caráter nacional. Diverge-se muito, mas há uma imensa procura pela conciliação e acordo.
Por enquanto, só mesmo a magia futebolística tem conseguido operar esse tipo de prodígio.
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