colunas e Blogs
Carneiro Neto
Carneiro Neto

Carneiro Neto

Carneiro Neto

Um ano de ilusões e frustrações no futebol do Brasil

Por
Carneiro Neto
09/11/2018 14:14 - Atualizado: 29/09/2023 23:41
Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Depois dos humilhantes 7 a 1 da Alemanha sobre a seleção, em pleno Mineirão, esperava-se radical transformação no futebol brasileiro.

Nada mudou.

Até, pelo contrário, os cartolas não só mantiveram o mesmo status como aceitaram antecipar em um ano a eleição na CBF para atender aos interesses dos atuais gestores.

Passados quatro anos a seleção chegou a Copa do Mundo na Rússia com promessas de renovação e, sobretudo, de reconquista do título mundial.

O banho de bola que Tite e comandados levaram da Bélgica, vejam só, da Bélgica, durante o primeiro tempo da partida, entrou para a história de uma das mais desastradas atuações do time que ostenta cinco estrelas de campeão sobre o escudo na camisa verde-amarela.

Como estamos chegando ao final de um ano de ilusões e frustrações no futebol, é tempo de avaliações, reflexões e projeções.

O torcedor tem todo o direito de indignar-se com o baixo padrão técnico da maioria absoluta das equipes. Assim como deve estar muito frustrado com o fracasso dos nossos representantes na Copa Libertadores da América.

A dor aumenta quando observamos os argentinos preparando a grande festa para os jogos finais entre Boca Juniors e River Plate.

O consolo virou a possibilidade de o Furacão ou o Fluminense ganhar o título da Copa Sul-Americana.

Mas se o torcedor tem o direito de contrariar-se com o insucesso dos times não tem o direito de surpreender-se.

O me engana que eu gosto continua vivo nos gramados e nas arquibancadas.

Os analistas esportivos apontam as deficiências na gestão da CBF, das federações estaduais e nos clubes; a mídia, escrita e eletrônica, insiste na necessidade de mudanças estruturais para tentar recuperar o prestígio de quem se tornou apenas fornecedor de jogadores para o mercado internacional.

Enfim, todos batem na mesma tecla, mas parece que os dirigentes tapam os ouvidos e seguem em frente com administrações temerárias, endividamentos, troca-troca insano de treinadores, fracassos técnicos, etc., etc., etc.

Ninguém suporta mais a repetição das mesmas cenas com os mesmos atores.

Em termos futebolísticos dá a impressão de parecermos uma versão do personagem interpretado pelo ator Bill Murray no filme “Feitiço do tempo”. Aquela comédia de Harold Ramis no qual o sujeito acorda todo dia no mesmo dia. Um gélido 2 de fevereiro – Dia da Marmota, no qual, segundo a tradição nos Estados Unidos e Canadá, as pessoas devem observar a toca de uma marmota: dependendo da atitude do bichinho, o inverno terminará mais cedo ou não -, mas apenas Murray nota que o tempo não passa.

Ou melhor, passa e volta ao começo.

Conforme tromba com a repetição dos eventos daquele dia, ele tenta, nem sempre com sucesso, evitar o encontro com o chato no meio da rua ou pegar um pessoal a partir da tentativa-e-erro.

O pessoal, no caso, é um grupo de pessoas que circula pelo filme para preencher o repetitivo dia-a-dia do personagem principal.

Entre eles, Andie MacDowell, a mocinha do filme desprovida de sex appeal. Daí não vale a pena ficar repetindo a cena e Murray entra em colapso nervoso no final da história.

Voltando à vaca fria, como se dizia antigamente, já passou da hora de os responsáveis pelos clubes mais importantes do país despertar, exigir a formulação de um calendário decente, transformar os anacrônicos campeonatos estaduais em festa para os times de menor porte e iniciar um processo verdadeiramente eficaz para recuperar o combalido futebol brasileiro.

Veja também:
Paraná Clube alcança renda histórica na Ligga Arena
Paraná Clube alcança renda histórica na Ligga Arena
Flamengo, Palmeiras ou Corinhtians? Veja as dez maiores receitas do Brasil
Flamengo, Palmeiras ou Corinhtians? Veja as dez maiores receitas do Brasil
Agente de Vitor Roque detona Xavi e admite saída do Barcelona
Agente de Vitor Roque detona Xavi e admite saída do Barcelona
Tcheco admite emoção "inesquecível", mas prega cautela no Paraná
Tcheco admite emoção "inesquecível", mas prega cautela no Paraná
participe da conversa
compartilhe
Encontrou algo errado na matéria?
Avise-nos
+ Notícias sobre Carneiro Neto
Multidões, alegorias, falhas, protestos e gols na festa do futebol
Opinião

Multidões, alegorias, falhas, protestos e gols na festa do futebol

O desafio de Cuca entre o investimento e a realidade do Athletico
Opinião

O desafio de Cuca entre o investimento e a realidade do Athletico

Os dirigentes erram, os jogadores se omitem e os treinadores pagam a conta
Opinião

Os dirigentes erram, os jogadores se omitem e os treinadores pagam a conta