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Sua empresa é inovadora?

Itamir Viola

Itamir Viola

CEO da TechInvestor, fundo de investimento direcionada a empreendimentos tecnológicos para o agronegócio, founder da VIASOFT, um dos mais importantes grupos de empresas de tecnologia e gestão empresarial do Brasil, com nove empresas no portfólio e 30 anos de história. Investidor Anjo da Curitiba Angels, Palestrante, Administrador, Analista de Sistemas, especialista em Inovação e Economia Digital - difusor de conceitos ligados à inovação disruptiva, sociedade conectada, colaboração humana, economia criativa e megatendências do futuro. Em 2019 idealizou o VIASOFT CONNECT, o maior evento de inovação em gestão do Brasil realizado anualmente há 5 anos. Co-Criador do Rocket Startup, reality show do Grupo RPC - Afiliada a Rede Globo no Paraná.

Inovação nas empresas

Sua empresa é inovadora? É assim que a sua marca é vista pelo mercado?

18/05/2022 21:42
Há algum tempo atrás eu estava conversando com um diretor de Marketing de uma empresa muito conhecida em Curitiba, no Paraná, e eis que ele disparou a seguinte frase: “Nossos clientes acham que nossa marca é defasada e sem inovação”. Pensei que, como consumidor, também vejo essa marca como defasada e não inovadora, mesmo sendo uma empresa de relativo sucesso no seu mercado, porque faz somente o que as demais empresas fazem.
Por mais que essa empresa apresente um produto de qualidade, com bons resultados de venda, isso não é suficiente – a qualidade deve ser algo dado como certo. Não é suficiente porque os clientes e o mercado vivem hoje em constante mutação no que diz respeito às necessidades e desejos do consumidor, e eles esperam sim e gostam de saber que sua empresa está fazendo de tudo para estar atualizada em tecnologias, em processos, em inovações.
É difícil assumir a dianteira num nicho de negócio se sua marca (aqui me refiro à empresa como um todo) é vista com pouca tração inovadora. Significa que seus consumidores, ao terem qualquer outra necessidade em relação aos seus produtos e serviços, vão trocar você sem a menor dificuldade. A medida da competitividade de uma empresa hoje é a capacidade de transformar seu setor para que gere nova riqueza.
Em um mundo tão mutante e imprevisível, as empresas precisam ser capazes de dar giros bruscos em seus processos e serviços no sentido de inovar com maior frequência. Ter essa pegada de “inovação” e comunicar isso ao mercado de forma eficiente é informar ao seu cliente que você está se preparando para o futuro e que esse cliente pode contar com você, não somente hoje mas amanhã também. Essa é sem dúvida a forma mais segura de fidelização do seu cliente, para que ele acredite e veja que de fato sua empresa está indo nessa direção.
Obviamente isso não é tão simples e a inovação é um assunto muito mais fácil de se falar do que de fazer, no âmbito de uma corporação. Bom, então por onde começar?
Existem metodologias simples para startar isso dentro de uma empresa. Para falar mais sobre isso, convidei o Roberto Elias Silva, Vice-presidente de Inovação da Viasoft para nos falar um pouco sobre essas possibilidades.
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Devo dizer que a inovação não é causa, mas sim, uma consequência, portanto devemos “provocar” a inovação dentro de nossas empresas.
E quem deve provocar esse processo é o alto escalão da diretoria, que deve estar consciente da necessidade de investir recursos e tornar a inovação parte da sua estratégia de longo prazo. Preferencialmente, uma pessoa do C-level deve conduzir a área com o apoio de um comitê de inovação, composto por membros de diversas especialidades. O passo seguinte é implantar um “Programa de Inovação Corporativa”, que engloba três grandes desafios: como disseminar a todos os colaboradores a cultura da inovação, como se beneficiar da open innovation para trazer inovações externas que façam sentido para a companhia, e terceiro, se e como integrar tudo isso com um departamento de inovação ou de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).
Para ilustrar melhor como o processo pode acontecer, já que cada empresa pode usar estratégias diferentes, vou usar como exemplo o que fizemos na Viasoft.
Há vários anos, possuímos um departamento de tecnologia responsável pela P&D. Ou seja, a “terceira frente” da inovação corporativa aparentemente estava resolvida. No entanto, concluímos que só um departamento de P&D não necessariamente torna a empresa inovadora o suficiente. Por isso decidimos implementar um programa estruturado de inovação corporativa.
Para isso, assumi o cargo de VP de inovação, criando um departamento de inovação responsável por planejar, organizar, dirigir e controlar as iniciativas em toda a empresa. Montamos um Comitê de Inovação, formado por diretores de marketing, comercial, tecnologia e operações, o qual tem poder para deliberar sobre as propostas de inovação, decidindo pela sua aplicação ou não.
A primeira missão do departamento de inovação, foi promover a cultura da inovação em todos os níveis da empresa, da diretoria ao operacional, que convive diariamente com os clientes, com os produtos, com os processos, enfim, com as fontes das boas oportunidades para inovar. Como temos colaboradores em todo o Brasil, criamos o site da inovação. Nele tornamos online nossa caixa de sugestões, para que todos possam contribuir com ideias, onde quer que estejam. Criamos também o “ranking da inovação”, onde os colaboradores pontuam a cada contribuição, sejam ideias, desafios ou participação em atividades relacionadas à inovação. 
Aqueles que mais contribuem recebem prêmios que podem ser desde uma simples camiseta até uma viagem para participar de um grande evento nacional.
Esse programa está sendo um sucesso e em 2021 tivemos 30 pessoas premiadas, com 179 ideias ou desafios cadastrados, que geraram inovações nos processos e produtos que desenvolvemos.
No ambiente externo, também lançamos mão da inovação aberta, participando ativamente de movimentos e eventos relacionados a startups, como por exemplo, o Viasoft Connect, onde conhecemos centenas de startups, e já surgiram até parcerias com algumas em que houve afinidades. Como exemplo mais recente, posso citar a InspectoAgri, uma plataforma digital para o crédito no agronegócio em que investimos porque combina perfeitamente com nossa estratégia de agronegócios e fintech.
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Inovação deve ser um programa estratégico da companhia e ter a participação da alta direção da empresa, disposto a receber os investimentos necessários. E o mais importante de tudo, deve ser definido como objetivo. A Inovação precisa passar a fazer parte da cultura da empresa e de toda a equipe para que algo realmente novo modifique substancialmente algo existente e você possa se destacar no seu ramo como um negócio que inova e segue o ritmo do seu cliente.
Na próxima matéria vou trazer um outro viés de como sua empresa pode, de forma simples, participar de programas que promovem, destacam e premiam a Inovação. Até la.

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