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Elites do Brasil - estudo
| Foto: Reprodução/Foundation for Value Creation

As elites brasileiras ficaram no fim da tabela, em 27º lugar, no Índice de Qualidade das Elites (EQx) 2020, publicado pela primeira vez neste ano. O estudo inédito é uma iniciativa da Foundation for Value Creation (Fundação para Criação de Valor), com sede em St. Gallen, na Suíça. Acadêmicos de várias universidades, líderes empresariais e formuladores de políticas participaram dos trabalhos.

O primeiro colocado no ranking é Singapura, seguida por Suíça, Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos. Egito e Argentina ficaram em último e penúltimo lugar, respectivamente, entre os 32 países onde o estudo se concentrou.

Segundo os pesquisadores, as elites brasileiras tiram mais valor da sociedade do que criam. Apesar dessa conclusão, o estudo reconhece que o Brasil avançou desde a restauração de sua democracia, em 1985, especialmente recuperando e mantendo amplamente o controle da inflação.

“No entanto, no momento, a fé precisa ser restaurada no governo (do Brasil), com a pontuação do país abaixo da média em todas as áreas do índice, a fim de garantir um robusto caminho de crescimento de longo prazo”, observa o relatório.

De acordo com a pesquisa, as elites brasileiras devem fazer a transição para modelos de negócios de criação de valor, ao mesmo tempo em que o país deve fornecer condições favoráveis ​​aos negócios e ao empreendedorismo na economia.

O Brasil apresenta os piores desempenhos, segundo conclusão da pesquisa, nas variáveis globalização da economia (penúltimo lugar), resposta do governo a mudanças (30º), liberdade de trocas comerciais (30º), empreendedorismo (30º), desemprego geral (29º) e desemprego entre jovens (27º).

Ranking

  • 1 - Singapura
  • 2 - Suíça
  • 3 - Alemanha
  • 4 - Reino Unido
  • 5 - Estados Unidos
  • 6 - Austrália
  • 7 - Canadá
  • 8 - Japão
  • 9 - Coreia do Sul
  • 10 - Suécia
  • 11 - Noruega
  • 12 - China
  • 13 - Polônia
  • 14 - Portugal
  • 15 - França
  • 16 - Israel
  • 17 - Itália
  • 18 - Espanha
  • 19 - Cazaquistão
  • 20 - Indonésia
  • 21 - México
  • 22 - Arábia Saudita
  • 23 - Rússia
  • 24 - Botswana
  • 25 - Índia
  • 26 - Paquistão
  • 27 - Brasil
  • 28 - Turquia
  • 29 - Nigéria
  • 30 - África do Sul
  • 31 - Argentina
  • 32 - Egito 

O EQx 2020 constatou ainda que em Singapura, líder do ranking, embora haja concentração de poder, as elites desta cidade-Estado do sudeste asiático são, de longe, as criadoras de valor mais alto do planeta, o que favorece todas as camadas da população. O modelo de organização e atuação das elites da Suíça e da Alemanha também conseguem promover alto nível de criação de valor em várias áreas.

A China é apontada pelos pesquisadores como o mais emergente dos Brics, com superelites em um nível de geração de valores muito mais alto do que seus pares. Enquanto as elites chinesas ficam em 12ª posição no índice, as de Rússia, Índia, Brasil e África do Sul estão entre 23ª e 30ª.

O que são elites e como atuam

O EQx é um índice de economia política que mede e classifica os países com base em sua qualidade de elite. Para montar o ranking, os pesquisadores avaliam como as elites políticas e econômicas contribuem para favorecer ou prejudicar o desenvolvimento do seu país.

De acordo com o levantamento, as elites de alta qualidade maximizam o desenvolvimento econômico e humano inclusivo de um país no longo prazo. Em contraposição, as elites de baixa qualidade retiram mais da sociedade do que contribuem.

Em definição mais simples, as elites de qualidade desenvolvem modelos de negócio que fazem crescer o bolo como um todo, o que permite um pedaço maior a cada membro da sociedade. Já a elite de baixa qualidade busca apenas aumentar a sua própria fatia no bolo, o que atrapalha o desenvolvimento do país.

O estudo recorre a dados internacionais, governamentais e de entidades – como Banco Mundial e FMI –, e analisa dezenas de variáveis para obter quatro indicadores principais: poder econômico, valor econômico, poder político e valor político. Esses indicadores permitem medir a qualidade das elites de um determinado país e ajudam a prever crescimento econômico e desenvolvimento humano de uma sociedade.

O estudo define elites como “grupos estreitos e coordenados com modelos de negócios que acumulam riqueza com sucesso; eles são uma inevitabilidade empírica e existem em todas as sociedades do planeta”.

Para os pesquisadores do EQx, as elites fornecem capacidade crítica de coordenação para os recursos da economia, sejam humanos, financeiros ou baseados no conhecimento. Ao moldar instituições que permitem a coordenação, as elites determinam o desenvolvimento humano e econômico, a riqueza das nações, bem como sua ascensão e queda.

O índice leva em consideração as dimensões econômica e política. O poder econômico mede o domínio da elite na economia, enquanto que o poder político mede a captura de três tipos de regras: regulação do Estado, regulamentação de negócios e regulação do trabalho humano.

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