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Ex-presidentes - vacina
Obama, Bush e Clinton dizem que vão se vacinar diante das câmeras.| Foto: Reprodução/Imagem de vídeo da ABC

Três ex-presidentes dos Estados Unidos se ofereceram para tomar vacina contra covid-19 assim que as autoridades de saúde americanas aprovarem um imunizante. O republicano George W. Bush e os democratas Bill Clinton e Barack Obama disseram que estão dispostos a se vacinar publicamente para construir confiança pública e encorajar as pessoas a se imunizarem. No Brasil, nenhum ex-presidente havia se disposto até esta quinta-feira (3) e o presidente Jair Bolsonaro, ao contrário, tem insistido que não vai se vacinar.

“Pessoas como Anthony Fauci, que conheço e com quem trabalhei, confio totalmente. Prometo que quando for a vez de vacinar as pessoas que correm menos riscos, eu aceitarei”, disse Obama em uma entrevista ao apresentador do canal SiriusXM, Joe Madison, na quarta-feira (2). Fauci é considerado o mais importante especialista em doenças infecciosas do país e um dos principais integrantes da força-tarefa criada pela Casa Branca para responder à pandemia.

Obama acrescentou que pode tomar a vacina em frente das câmeras de TV, “apenas para que as pessoas saibam que eu confio na ciência e que não confio em ficar exposto à covid”. O ex-presidente declarou ainda que “as vacinas são o motivo pelo qual não temos mais pólio, o motivo pelo qual não temos um monte de crianças morrendo de sarampo, varíola e doenças que costumavam dizimar populações e comunidades inteiras”.

vacina - Bolsonaro - cloroquina
Bolsonaro defende cloroquina e diz que é um direito dele não se vacinar contra covid-19.| Reprodução/Youtube

O republicano Bush também se comprometeu a tomar a vacina assim que estiver pronta. De acordo reportagem da CNN, o chefe de gabinete de Bush, Freddy Ford, disse que o ex-presidente havia entrado em contato com Fauci e com a Coordenadora de Resposta do covid-19 da Casa Branca, Deborah Birx, perguntando como poderia ajudar a promover a vacina.

“Algumas semanas atrás, o presidente Bush me pediu para avisar Fauci e Birx de que, quando chegar a hora certa, ele quer fazer o que puder para ajudar a encorajar seus concidadãos a se vacinarem”, disse Ford em reportagem da CNN. O chefe de gabinete de Bush ressaltou que “primeiro, as vacinas precisam ser consideradas seguras e administradas às populações prioritárias. Então, o presidente Bush entrará na fila para receber a sua, e ficará feliz em ser vacinado diante das câmeras”.

O democrata Bill Clinton é outro ex-presidente que quer promover a vacinação. “O presidente Clinton com certeza tomará uma vacina assim que estiver disponível para ele, com base nas prioridades determinadas pelas autoridades de saúde pública. E ele fará isso em um ambiente público se isso ajudar a incentivar todos os americanos a fazerem o mesmo ”, disse o secretário de imprensa do ex-presidente, Angel Urena, também em entrevista a jornalistas.

O presidente Jair Bolsonaro, ao contrário, tem repetido que não vai tomar a vacina. Em 26 de novembro último, o presidente afirmou que "se for certificado pela Anvisa, o governo federal vai comprar esse material (vacina) e colocar à disposição da população de forma gratuita e voluntária", mas insistiu que não aceitará se vacinar. "Eu digo para vocês, eu não vou tomar, é um direito meu", frisou ao enfatizar que já contraiu o vírus e está curado.

Na última quarta-feira (2), Bolsonaro voltou a falar sobre a vacinação contra a covid-19 e disse que não poderá ser cobrado se houver efeito colateral ou "um problema". Afirmou ainda que revelará todos os detalhes de possíveis contratos para compra de vacinas contra covid-19. “Eu vou mostrar todo o contrato para vocês. Quem tomar vai saber o que está tomando e daí as consequências”, declarou.

Os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (FHC) e Luiz Inácio Lula da Silva têm defendido a vacinação o mais rápido possível assim que uma vacina for aprovada pela Anvisa, mas nenhum dos dois se dispôs a tomar a vacina como forma de promover a imunização em massa. Posicionamento semelhante tem os ex-presidentes Michel Temer e Fernando Collor de Mello. Dilma Rousseff e José Sarney também se calaram até o momento sobre tomar ou não a vacina contra coronavírus.

No início de novembro, FHC cobrou explicações da Anvisa após a suspensão temporária dos testes da Coronavac, vacina do Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac. "É lamentável o que está acontecendo: politização da vacina que nos livrará do coronavírus", disse em sua conta de Twitter. FHC não tornou público ainda se tomará vacina contra covid-19.

Em carta aberta divulgada no dia 11 de novembro, Lula afirmou que “não se pode fugir dela: a vacina é um direito de todos, e a vacinação é um dever do Estado”. “Vacina para todos. Pela vida, pela recuperação de empregos e renda, pela dignidade do Brasil e do seu povo”, escreveu Lula sem mencionar se tomará a vacina publicamente para promover a imunização.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta quinta-feira (3) que a vacina Coronavac será aplicada na população paulista em janeiro de 2021. Doria não disse se tomará a vacina publicamente nem reservadamente.

A vacina ainda está na terceira fase de teste, em que a eficácia precisa ser comprovada antes de ser liberada pela Anvisa. O governador paulista criticou o anúncio feito pelo governo federal de que o calendário de vacinação nacional deve começar em março de 2021.

Até o momento, Reino Unido e Rússia anunciaram o início da vacinação em massa para a semana que vem. A Agência Reguladora de Saúde e Produtos Médicos do Reino Unido (MHRA, a sigla em inglês) concedeu licença à vacina produzida pela Pfizer em parceria com a BioNTech. O Reino Unido deve tornar-se o primeiro país a começar a vacinar a população contra covid-19. Outros países da Europa estão ainda preparando a vacinação e preveem começar em janeiro.

A Rússia liberou o primeiro lote de vacinas da Sputinik V contra a Covid-19 na segunda-feira (30) para aplicação da população em um hospital na Zona Sul de Moscou. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou na quarta-feira (02) que o governo vai iniciar na semana que vem uma vacinação em massa, começando por médicos e professores.

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