Em fevereiro de 2009, Beto Richa (PSDB) havia acabado de se reeleger prefeito de Curitiba e foi ao Palácio do Planalto para uma audiência com o então presidente Lula. Era de se esperar um encontro tenso, já que o tucano havia feito 78% dos votos contra 18% de Gleisi Hoffmann na disputa eleitoral de cinco meses antes. E, na audiência, estava o marido de Gleisi, Paulo Bernardo, então ministro do Planejamento.
Richa saiu da conversa feliz da vida. Não porque Lula garantiu mais recursos para o Paraná ou coisas do gênero, mas porque teve o ego devidamente massageado. “Era Beto pra lá, Beto pra cá… Ele fez de tudo para me deixar à vontade. Fiquei impressionado com o carisma e a simplicidade do presidente”, disse o paranaense, em entrevista na época.
Lula talvez tenha sido o presidente brasileiro que mais soube fazer a política do afago, do jeitinho. Já a sucessora, Dilma Rousseff, faz a política do jeitão.
Quase todo parlamentar da base aliada reclama do “atendimento” da presidente. A maioria, aliás, da falta desse “atendimento”.
Ontem, Dilma realizou uma rara reunião com líderes da base aliada no Congresso. Pelo jeito, tentou construir um mecanismo de diálogo para evitar a “pauta-bomba” que está montada para os próximos dias.
Se vai conseguir, é outra história. O difícil é acreditar que ela vai mudar o jeitão de lidar com os políticos. Errada ou não, o fato é que todos os que hoje reclamam da falta de traquejo da presidente sempre souberam que ela é assim.
No aspecto temperamental, nem eles nem os eleitores compraram gato por lebre em 2010.
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