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Vamos conversar um pouco sobre política e Brasília. Sem gritaria
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Passei um terço da minha vida em Brasília, onde nasci, em 1979. Filho de militar que trabalhou no Palácio do Planalto nos tempos de Ernesto Geisel e João Figueiredo, caçula de seis filhos, mudei-me com os pais para Curitiba aos quatro anos.

Em 2007, voltei à capital para ficar 8 anos e meio como correspondente da Gazeta do Povo.

Esses quase 13 anos não são lá uma era, tampouco uma temporada desprezível. Foram suficientes para aprender uma coisa: quanto mais tempo você passa no coração da política nacional, mais entende que nunca vai entendê-lo por completo.

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E é justamente a dolorosa busca por essa compreensão que move a cobertura que o jornal tem feito da capital federal ao longo dos últimos anos. Em tempos de hiperinformação, uma de nossas principais apostas diárias é explicar os fatos. Mais do que o furo jornalístico, mirar o seu significado (que, convenhamos, é o que leitor tem a guardar de mais valioso).

Em meio ao turbilhão político que dominou o país nesta década, muitas vezes esse esforço passou despercebido. Enquanto uns lacram e outros mitam, trata-se de um trabalho de formiguinha. Algumas coberturas, em retrospectiva, ajudam a explicar o garimpo desse ouro.

Em março de 2014, trabalhei em um levantamento que mostrava que o Paraná era a unidade da federação que havia obtido menos autorizações do governo federal para realizar empréstimos ao longo da gestão Dilma Rousseff. O número turbinava o argumento do então governador, Beto Richa (PSDB), de perseguição política petista para favorecer a ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann (PT). Era um exemplo da guerra PT x PSDB na velocidade máxima.

O avanço da apuração mostrou que a batalha era travada em uma zona mais cinzenta do que se imaginava. O estado estava em situação fiscal precária, o que de fato prejudicava a concessão de aval. Chegávamos a um dilema Tostines: o Paraná não conseguia a liberação porque estava mal das pernas ou estava mal das pernas porque não conseguia empréstimos?

No fundo, um pouco dos dois. O que importava, profundamente, era mostrar como a politicagem prejudicava o contribuinte. A evolução dos acontecimentos e das eleições de 2014 para cá são uma comprovação de que não havia santo na história.

Esse é só um exemplo de um trabalho conjunto repleto de outros tantos mais. Quem lê a Gazeta do Povo hoje sabe como a política afeta sua vida. Foi assim na cobertura recente da reforma trabalhista, com um arsenal de conteúdos exclusivos (em reportagens de texto, análises, e-book e vídeos).

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Está sendo assim no debate sobre o futuro da aposentadoria do país (e, por consequência, das nossas contas públicas). Nessas circunstâncias, caro leitor, tenha a certeza de que pode nos utilizar como um manual de sobrevivência.

Motivo de orgulho da minha trajetória de mais de 18 anos de empresa, que tem atualmente a maior equipe de política nacional de sua história centenária.

Somos 12 jornalistas diariamente focados em traduzir a Brasília que realmente importa para o leitor. Nosso time com Camila Abrão, Ewandro Schenkel, Fernando Jasper, Fernando Martins, Fernanda Trisotto, Giorgio Dal Molin, Jéssica Sant’Ana, Kelli Kadanus, Lúcio Vaz, Renan Barbosa, Sérgio Luis de Deus está escalado para dobrar nossa aposta em mais 100 anos de jornalismo.

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