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Como pedófilos assediam crianças e adolescentes na internet é algo que todo mundo se pergunta. Afinal, não parece fácil fisgar uma vítima em abordagens virtuais, à distância, sem a possibilidade de usar aquela velha técnica, conhecida há décadas pela polícia, de oferecer um doce para atrair o menor de idade, ganhar a confiança dele e depois levá-lo para um lugar isolado e praticar a violência.

Mas há bandido e maníaco de todo tipo. E aqueles que se satisfazem "apenas" com o roubo de imagens íntimas de crianças e adolescentes perceberam o momento atual, com centenas de milhares de possíveis vítimas conectadas, como o período ideal para agir.

Quem tem adolescente em casa sabe o quanto é difícil acompanhar o que eles acessam na internet, ainda mais agora que as aulas são online e os relacionamentos são todos virtuais. Mas se você tem filho adolescente não descuide. E também não descuide dos pequenos, porque o perigo pode estar onde menos se espera.

Como pedófilos assediam crianças e adolescentes na internet

Os criminosos interessados no público infanto-juvenil usam perfis falsos para se disfarçar de meninos e meninas ou fingem ser adolescentes. Com linguagem igual à deles, comentam e interagem com outros internautas nas áreas de bate-papo dos vídeos, jogam os mesmos jogos, vão ficando conhecidos, ganhando confiança, criando amizade até conseguir o que querem.

Esta semana a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, lançou o alerta aos pais, citando o exemplo de um crime que aconteceu agora, durante a pandemia: um pedófilo foi desmascarado, no interior do Maranhão, depois de fazer dezenas de vítimas - 60 só em Brasília -, todos meninos de 11 a 14 anos.

Usando identidade e foto falsas para simular um perfil de menina, ele puxava papo, começava uma amizade e depois se insinuava, sugeria um namoro virtual, mandava fotos e pedia fotos também. O namoro ia avançando e virava uma relação mais íntima.

Com o pedófilo a polícia encontrou fotos e até vídeos desses meninos, sem roupa e mostrando o rosto. O negócio é tão absurdo que a ministra Damares Alves gravou um vídeo contando a história e pedindo que os pais fiquem atentos ao risco que é deixar adolescentes e crianças trancados no quarto por horas, navegando livremente na internet.

Você pode conferir os principais trechos do recado da ministra clicando no play do vídeo no topo da página. Com muita propriedade Damares chama esses bandidos de estupradores digitais e explica como pedófilos assediam crianças e adolescentes na internet. E não dá para amenizar dizendo que estupro só existe com presença física ou uso da força.

Esses bandidos, à solta na internet, são dissimulados, mas ameaçadores. Quando abordam crianças pequenas o assédio virtual é ainda mais sutil, como em outro caso denunciado ao Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos.

A menina participava de um joguinho online bem infantil com a mãe do lado, quando piscou na área de chat um pedido para que ela fornecesse o telefone. Quando a criança perguntou o porquê do pedido veio a proposta para que fossem namorados. "Quem garante que era uma criança do outro lado daquela conversa," diz Damares no vídeo.

Orientação e denúncia

Para quem está na condição de pai ou mãe pode parecer difícil, a princípio, levar esse alerta aos filhos, especialmente aos adolescentes, que julgam saber tudo, inclusive defender-se de abordagens suspeitas na internet, mas não é bem assim. Até adultos, afinal, clicam em links suspeitos e caem em golpes cibernéticos.

"É hora de agir, antes que seja tarde. especialmente agora na quarentena em que meninos e meninas ficam quase o dia todo na internet. Conversem com as crianças, conversem com os adolescentes, acompanhem o tempo todo o que estão fazendo e com quem estão conversando."

Damares Alves, ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos

E vale lembrar que as redes sociais são outra porta de entrada para os bandidos virtuais. A polícia desaconselha aos pais permitirem que filhos menores de 18 anos criem perfis nas redes sociais. As próprias plataformas, em tese, não autorizam isso. Mas há youtubers famosos, de cabelo colorido e linguagem descolada, ensinando crianças e adolescentes a mentir, informando um ano de nascimento errado para conseguir criar o perfil e navegar por vídeos sem restrição de faixa etária.

Não à toa a ministra sugere atenção dos adultos também ao conteúdo acessado por crianças e adolescentes. "Conheçam as ferramentas de controle que as redes sociais já oferecem aos pais e como acionar os filtros de proteção. Expliquem para as crianças e adolescentes sobre os riscos e alertem para nunca conversarem com estranhos, mesmo que pareçam ser gente da mesma idade."

Quem identificar algo suspeito pode avisar a polícia; ligar para o disque 100 (central telefônica que funciona 24 horas e com ligação gratuita) ou denunciar pelo aplicativo Direitos Humanos Brasil, lançado no início da pandemia pelo próprio ministério de Damares.

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