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Linguagem neutra, esse dialeto que algumas poucas pessoas vêm tentando adaptar à língua portuguesa a título de inclusão de seres humanos "não binários" (aqueles que dizem não se identificar com nenhum dos sexos), pode soar empática se usada em pequenos círculos, em momentos em que todos os presentes estão à vontade para fazer a experiência linguística.

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Imposta à sociedade, porém, gera deboche, desprezo e até mais aversão ao diferente do que dizem existir. Não se inclui uma minoria às custas de ingorar a maioria.

Ninguém conquista respeito tentando forçar algo que não é natural, ou sequer, correto, como é o caso dessa língua distorcida, que já flertou com o "x" no lugar do "a" e do "o" e, mais recentemente, apelou para o "e" como solução para o suposto preconceito linguístico.

Ocorre que a brincadeira de exalar altruísmo avançando sobre a gramática está indo longe demais. Nesses tempos de sinalização de virtudes e de patrulhamento ideológico, virou moda fingir solidariedade aos trans, não binários, QI+, ou seja lá como chamem, fazendo a língua de refém.

Há ditadores, travestidos de professores universitários, empurrando goela abaixo dos alunos a maldita linguagem neutra, prova de que não têm nenhum apreço pelo ensino e sim, pela formação de mais e mais militantes políticos e ideológicos.

Em escolas particulares algumas tentativas de imposição de uma linguagem neutra que sequer existe acenderam o sinal vermelho para os pais. Em plena pandemia dois casos de escolas particulares, uma de Recife e outra do Rio de Janeiro, geraram polêmica na comunidade escolar e obrigaram a direção a rever posição.

Museu da Língua Portuguesa adere à linguagem neutra

No último sábado (31) o Museu da Língua Portuguesa, destruído por um incêndio de enormes proporções em dezembro de 2015, finalmente reabriu as portas. Poderia ter sido um momento de celebração plena, mas a atual direção do museu, ideologizada, conseguiu o feito de causar aversão em quem verdadeiramente ama e respeita a língua.

Na conta do Museu no Twitter, dias antes, o convite para a reabertura veio junto com a explicação sobre a vírgula usada como imagem de perfil e a dita linguagem neutra.

"Nesta nova fase do MLP, a vírgula – uma pausa ligeira, respiro – representa o recomeço de um espaço aberto à reflexão, inclusão e um chamamento para todas, todos e todes os falantes, ou não, do nosso idioma: venham, voltamos!"

Tweet do Museu da Língua Portuguesa

Não bastasse isso a direção do Museu conseguiu desagradar os seguidores do perfil no twitter ao politizar a restauração, tentando esconder que parte da obra foi paga pelo governo federal.

Também no Twitter o Museu divulgou que o mérito da reconstrução era do governo de São Paulo e de entidades privadas. Só depois, em mensagem separada, reconheceu a lei federal de incentivo à cultura e o governo federal contribuíram.

Entrevista

Na entrevista em vídeo, que você pode assistir clicando no play da imagem no topo da página, a professora de português Cíntia Chagas, que vive de lecionar gramática, explica a origem latina da língua portuguesa e por que a tal linguagem neutra (que não existe) é uma aberração linguística.

Ela também comenta que, mal usada, a língua pode ser um instrumento de desagregação social, em vez de inclusão, como tanto insistem em dizer. Quem conhece e respeita a norma culta, entretanto, entende a força da língua na formação da imagem pessoal, na construção da credibilidade e também na conquista por respeito.

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