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Ética não é palavra para ficar esquecida no dicionário ou nos labirintos da mente humana. É o anseio da alma, a essência da vida de todo cidadão de bem. Deveria estar escancarada nas ruas, na internet, dominar todos os aspectos do viver.

Indivíduos sem ética não deveriam sequer ser aceitos nos quadros de um partido político para concorrer a uma vaga no serviço público, que dirá ser aceitos por parte do eleitorado. O Brasil está sufocado pela falta de ética. O recado das urnas em 2018 foi claro. O país cansou da falta de ética, da incompetência, da má gestão, da corrupção. Assim como está agora cansado da falta de ética no Judiciário.

Os brasileiros não suportam mais ver advogados alçados à condição de juízes, julgando processos em que os réus são seus antigos clientes: partidos e políticos que antes defendiam como advogados. A muitos juízes falta ética para se declararem impedidos de julgar determinadas ações, falta ética até para respeitarem a Constituição.

O Brasil está sufocado, mas não precisa de respirador. Precisa de verdade, de respeito, de honestidade.

Definição de ética

Ética é o nome dado ao ramo da filosofia que se dedica à observação e à análise dos assuntos morais, de comportamento humano, dos valores que orientam a forma de agir dos homens. Ser ético é respeitar códigos de conduta, regras da vida em sociedade, as leis do país. O objetivo da ética é tornar a convivência social pacífica e justa, seja através das atitudes individuais ou coletivas.

A palavra ética é derivada do grego e significa modo de ser. Toda cultura e toda sociedade se estabelecem com base em valores definidos a partir do que as pessoas julgam ser o bem e o mal, o certo e o errado. A forma como agem, o seu modo de ser, são a sua ética.

Nos últimos anos, com o avanço da era da informação, os brasileiros passaram a olhar com mais atenção para a ética, o "modo de ser" de todos que têm cargo público. E, nesse momento, olham para quem já esteve no comando do país, foi banido, mas quer voltar.

Podem tentar a manobra que for, mas o brasileiro está de olho na ética de cada um dos atores da política, seja da política nos parlamentos, nos palácios de governo ou nos tribunais, que estão sim atuando de forma eminentemente política e não técnica, como deveria ser.

Lições que vem do berço

Peço permissão aos leitores homens, mas hoje quero falar como mulher, como mãe. Sugiro que os homens, pais, leiam como se estivessem aqui mencionados também. A eles e também às mulheres que não são mães, peço que leiam como filhos, pensando no que viveram em casa com suas próprias mães.

O que nós, mulheres, mães, ensinamos para os nossos filhos? O que você aprendeu com a sua mãe? Posso apostar que com raras exceções onde a ignorância e a negligência falam mais alto, mães ensinam a respeitar os outros e o que é dos outros, a não mentir, não trapacear, não roubar, reconhecer quando erra, assumir os erros, pedir desculpas e corrigir posturas.

Se nós lutamos para ensinar nossos filhos a viver com ética, por que aceitaríamos deixar para eles um país sem ética? Se nos esforçamos para dar educação, passar valores, ensinar virtudes para os filhos, deixando filhos melhores para o mundo, qual seria o sentido de permitirmos que vivessem em um mundo pior, em um país pior, comandado por gente pior?

Nós, mulheres, somos a maioria da população e do eleitorado. Grande parte de nós é mãe e ensina ética para os filhos. Não aceitamos narrativas mentirosas, fantasiosas, discursos de gente que finge defender a democracia e acusa os outros de serem ditadores, mas aplaude as ditaduras vizinhas, pratica a desonestidade, a trapaça e o roubo.

Lula e a falta de ética

Muita gente de bem, honesta, íntegra, trabalhadora, ficou sem esperança depois desta semana de decisões inaceitáveis do STF.  É compreensível. O Brasil mal começava a entender como é a vida sem notícias diárias de corrupção, cada hora em um ministério, órgão público ou empresa estatal, e vem a bomba das manobras jurídicas para livrar da punição bandidos que pilharam o Estado até não poder mais.

Não queria sequer mencionar o nome do protagonista das aberrações jurídicas saídas da Suprema Corte esta semana, mas permito-me aqui emprestar o raciocínio do analista de política Caio Coppola. De forma resumida e brilhante ele explica a atual situação do homem que muito bem classificou como ex-presidente, ex-condenado e ex-presidiário.

“Lula não está livre porque foi absolvido. Lula está solto porque o STF determinou que dois julgamentos não bastam para prender criminosos condenados. Lula não está elegível porque é inocente. Lula está elegível porque após anos de investigação e anos de instrução penal os processos foram arbitrariamente, monocraticamente, politicamente anulados e remetidos a uma outra jurisdição, tanto que o foro designado, a Justiça do Distrito Federal, pode convalidar e legitimar todas as provas colhidas pela Lava Jato, porque elas existem e de fato comprovam todos os crimes praticados por Lula.”

Caio Coppolla, analista de política da CNN Brasil

Resumindo: ainda que tenha sido beneficiado pela canetada de um companheiro de ideologia, Lula não pode ser chamado de inocente, honesto ou ético. Não adianta querer se vender de bom moço. Apenas sua parca militância cega ainda acredita nos velhos discursos já desmascarados pelas evidências e pelos fatos.

Artimanhas antiéticas

Insisto que o Brasil está sufocado pela falta de ética, mas consegue enxergar claramente a ditadura dos mentirosos, que tentam se impor à base da força e usam dinheiro roubado para encher de purpurina as narrativas fantasiosas, sempre tentando esconder a verdade.

Quem defende o Estado Democrático de Direito, a verdadeira Democracia, não assalta os cofres do país para enriquecer e abastecer projetos políticos de se perpetuar no poder. Não usa dinheiro desviado de empresas estatais para campanhas caríssimas nem para pagar bancas de advogados famosos.

Homens realmente acusados de forma injusta pela autoria de crimes que não cometeram buscam contestar eventuais provas apresentadas pelos acusadores em vez de contratar profissionais do Direito especializados em passar anos atrasando o trabalho do Judiciário, apelando a recursos que nunca questionam as provas em si, apenas detalhes do andamento das ações. Falta ética.

Falta aquilo que nós mulheres, mães, ensinamos para os filhos desde pequenos. Que lápis é esse que apareceu na sua mochila? Achou no chão? Não sabia de quem era? Entregue para a professora. Ela vai achar o verdadeiro dono, que deve estar sentindo falta do lápis. Não é seu, não use. Pegou emprestado, devolva e ainda agradeça. Ética. Falta ética no Brasil.

Todos sabem o que é ética

Não é porque um Zé Dirceu, a verdadeira cabeça do PT, disse na maior cara de pau que ia “tomar o poder, que é diferente de ganhar eleições”; não é porque agora estamos entendendo o que ele queria dizer com isso e estamos vendo o resultado do aparelhamento do estado, das universidades, de todo o serviço público, do Judiciário, que esquecemos o que é ética.

Também não é por estarmos vendo o poder dado a aliados colocados a dedo no STF , que extrapolam seu  papel, legislam sem ter recebido voto e mandato para isso e, pior, dizendo o que o Executivo pode ou não fazer, ignorando a Constituição, tirando poderes do presidente escolhido pelo povo nas urnas em eleições livres e o impedindo de governar, que deixamos de acreditar na importância de se respeitar as leis do país e as regras de convivência em sociedade.

O Brasil está sufocado pela falta de ética, mas sabe o valor da verdade, da honestidade, da responsabilidade com o outro e com o que é dos outros. Está sufocado, mas não vai se calar, não vai se deixar enganar, não vai perder a esperança. E vai ter cada dia mais atenção para as ratazanas que saíram da toca e tentam de novo roubar consciências para seguir com seu processo antiético e antidemocrático de “tomada do poder”.

Acredito na força das mães, das mulheres, e também na dos homens, aqueles de bem, os éticos. Vamos construir uma corrente para derrubar as narrativas camufladas, desmascarar o egoísmo disfarçado de altruísmo, o mau fantasiado de bem. Não aguentamos mais farsa. A verdade é libertadora. O Brasil clama por ética.

Participe do debate

Se você está nessa comigo, deixe seu comentário, rebata aí alguma narrativa que já viu ressurgindo e sendo abraçada pelos cegos por ideologia. Fiz aqui uma lista de perguntas que precisam ser colocadas a quem defende a aberração jurídica que está em curso no Brasil.

O Lula é inocente só porque o ministro Fachin anulou os processos contra ele na 13ª Vara da Justiça Federal em Curitiba? As provas contra ele sumiram? Os 51 milhões de reais do apartamento do Geddel eram fantasia? O triplex, o sitio, as benfeitorias pagas por empreiteiros em agradecimento por contratos superfaturados de obras para Petrobrás, tudo isso deixou de existir?

Cadê as malas de dinheiro? O Pallocci inventou tudo aquilo? O Duda Mendonça não sabia o que estava dizendo? E as delações dos empresários, dos doleiros? E os 4 bilhões devolvidos para os cofres púbicos em acordos de confissão?

Acreditar nas narrativas dos “tomadores de poder” é dar as costas para a ética. Pense nos seus filhos, no que ensinou e no que quer para eles. Pense no país em que eles vão viver, nos exemplos que vão ter, em quem estará no comando.

Se compartilha da minha indignação, participe do debate e encaminhe este artigo para os amigos. O Brasil precisa seguir respirando ética.

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