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Liberdade de expressão só vale para quem é de esquerda? É o que pregam políticos e militantes de esquerda, estejam eles no serviço público, na imprensa ou nas redes sociais. Pregam liberdade para quem pensa igual e censura para os opositores.

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O duplo padrão ficou escancarado nas análises do episódio da invasão da igreja em Curitiba, no último sábado (5), por supostos ativistas antirracismo, liderados por um vereador do PT.

Enquanto juristas apontaram o claro cometimento de crime de invasão de propriedade, vilipêndio a templo e discriminação religiosa, entre outros, apoiadores de ideologias e partidos de esquerda tentaram minimizar o ocorrido, como se a invasão de um local considerado sagrado por quem segue a religião cristã, uma igreja católica, tivesse sido um mero exercício do direito de manifestação e de livre expressão do pensamento.

É importante expor os dois pesos e duas medidas da turma que acha normal um grupo de militantes radicais de esquerda atrapalhar uma missa católica, invadir um local de culto religioso, gritar com os fiéis e com o padre, que estavam ali em oração.

Minimizam o fato de que esses militantes ainda acusaram os fiéis da igreja de algo que não são: fascistas e racistas, transformando o que seria um protesto contra racismo em ato político contra o presidente da República, que não mora em Curitiba e, até onde se saiba, nunca esteve naquela igreja.

Imprensa faz militância ideológica

Assim que a imprensa começou a noticiar o lamentável episódio da invasão da Igreja Nossa Senhora do Rosário, em Curitiba, ficou clara, mais uma vez, a linha divisória entre a parte do Jornalismo e da população que defende o cumprimento das leis, a moral e os bons costumes e aquela outra parte que vê como toleráveis a discriminação religiosa, discursos de ódio e até vandalismo, desde que em nome de uma “boa” causa.

Para esses defensores da militância dita “progressista” é aceitável que um vereador tenha organizado uma manifestação em frente a uma igreja na hora da missa e puxado coro de “racistas” e “fascistas” contra os católicos para atrapalhar quem estava lá dentro em oração. E aceitável, também, que ele e dezenas de militantes com bandeiras do PT e do PCB invadissem o local de culto e seguissem gritando e caluniando toda uma comunidade religiosa.

Na cobertura militante a palavra “invasor” foi substituída por “manifestante”, estratégia que permite abafar os crimes cometidos sob o manto da liberdade de manifestação e expressão, previstas na Constituição de 1988. Esquecem que liberdade de manifestação não é salvo conduto para se cometer crimes como o de invadir propriedade de uma comunidade religiosa ou discriminar a fé alheia.

Essa é a turma que se finge de empática, altruísta, diz estar sempre pensando no outro e tenta passar para a sociedade a ideia de que só pessoas de esquerda são preocupadas com justiça social e promoção da igualdade de oportunidades para todos. Roubam para si o monopólio das virtudes e dizem ser a única ala da população que pensa no coletivo e no bem dos mais fracos e desfavorecidos.

Invadir igreja pode, manifestar-se pacificamente na rua, não?

Para quem acompanhou a repercussão desse caso ficou claro que o discurso dos jornalistas, políticos, influenciadores ou apenas militantes virtuais que agora passam a mão na cabeça dos invasores da igreja é o mesmo dos que defenderam aqueles manifestantes de São Paulo que queimaram uma estátua no ano passado e que acharam um absurdo a polícia ter levado os vândalos presos.

É também o mesmo discurso dos que costumam sair em apoio a black blocs que atiram pedras em policiais, vitrines de lojas, invadem e quebram agências bancárias e até universidades quando estão se manifestando contra o quer que seja (de “racismo estrutural" a políticas do governo).

Arrisco dizer que é igual ao discurso dos que apoiam invasões de prédios e propriedades, invasão de terras e até destruição de laboratórios de pesquisas genéticas, tudo para chamar a atenção para as “boas” causas que defendem, supostamente em nome do combate à desigualdade e justiça social.

Veja que é um discurso criminoso. Incita ódio e prega o desrespeito às leis e às liberdades individuais, além da segregação de pessoas conforme a fé ou o status social, exatamente o contrário do que diz defender.

Em nome do direito de manifestação, prega que tudo é possível, até esquecer o que está escrito no Código Penal, em leis ordinárias ou mesmo na Constituição. Até desrespeitar propriedade privada, os bens culturais, o espaço público, discriminar pessoas pela sua fé e desrespeitar os lugares de culto. Falam e agem da mesma forma que os piores tiranos e se vendem como antifascismo e antirracismo!

Normalizar um crime é permitir que seja cometido de novo

É inacreditável que, diante dos pedidos de cassação do mandato do vereador petista que comandou a invasão da igreja, tenha gente levantando a bandeira da liberdade de manifestação e de expressão. São justamente aqueles que vivem apoiando a censura e até a prisão de pessoas por um crime que sequer existe no nosso Código Penal: o crime de opinião.

Querem dizer que os invasores do templo têm direito de se manifestar dentro da igreja dos outros e que os críticos da forma de atuação de alguns ministros do STF, por exemplo, não podem se manifestar de dentro de sua própria casa, gravando um vídeo, por exemplo?

Repare na incoerência: esses arautos da liberdade são os mesmos que promoveram uma imensa campanha de difamação contra os manifestantes de 7 de Setembro, acusando de antidemocrático quem dizia que sairia às ruas no dia da Independência do Brasil para celebrar a Pátria e protestar contra o STF (que vinha desrespeitando a Constituição e atentando contra as liberdades previstas em lei e, aliás, continua fazendo isso).

Daquela vez, uma jornalista de rádio espalhou a “fake news” de que os manifestantes sairiam às ruas armados, atirando em quem pensasse diferente! Surpreendentemente, esse tipo de mentira não vai parar na CPI das Fake News, nem é alvo de reportagem de agências de “checagem”. A jornalista que disparou essa mentira aos quatro ventos sequer se desculpou ou corrigiu a fala.

A imprensa em geral, aliás, nunca se retratou pelas acusações levianas que fez contra os manifestantes do dia 7 de Setembro, que demonstraram, no dia da Pátria, o que é uma manifestação verdadeiramente democrática, com milhões nas ruas sem qualquer registro de brigas, arruaça, sem um único ato de vandalismo ou depredação de patrimônio alheio.

É bom lembrar que aqueles manifestantes cantaram o hino nacional várias vezes, fizeram orações, rezaram unidos pelo Brasil, além, claro, de manifestar pacificamente sua indignação contra ministros do STF que desrespeitam a Constituição. Não houve ataque à instituição do STF, apenas críticas legítimas a alguns ministros. E o pedido de respeito às leis e à dignidade das pessoas.

Essa mesma imprensa que acusou os manifestantes de promover ataques à democracia (o que não ocorreu), sem jamais se retratar, agora chama o vereador invasor de igreja apenas de “manifestante” e os demais arruaceiros de “ativistas”.

Estranho terem deixado de lado a adjetivação pejorativa usada contra os manifestantes que foram às ruas no dia 7 de Setembro, via de regra classificados como antidemocráticos. Invadir as ruas não pode, mas a igreja dos outros pode?

Milícias digitais e gabinetes de ódio da esquerda

Digo o mesmo sobre os militantes virtuais que andaram amenizando o discurso ao falar dos invasores da igreja nas redes sociais. Jamais pediram desculpas por terem chamado de fascistas os que foram para a rua no dia da Pátria pedir liberdade e respeito à Constituição. Difamar pessoas e jamais se desculpar ou admitir que errou é o típico modo de agir do que chamam de milícia digital e gabinete de ódio, não?

Os discriminadores da fé alheia, que caluniaram uma comunidade religiosa inteira em nome de uma ideologia política; atrapalharam uma missa católica e desrespeitaram um local de culto precisam não só ser punidos conforme manda a lei. Precisam do repúdio de toda a sociedade.

Normalizar tamanha atrocidade seria permitir que avançassem em sua sanha ditatorial, violenta e destrutiva, como fizeram os esquerdistas radicais chilenos em 2020, que acabaram incendiando duas igrejas em nome da liberdade de manifestação contra o governo.

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