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George Soros financiando Organizações Não Governamentais (ONGs) brasileiras ligadas à esquerda parece aquele tipo de afirmação que os mais desavisados ou mal-intencionados logo classificariam como “teoria da conspiração”. Um multibilionário húngaro naturalizado norte-americano doando dinheiro para quem se opõe ao “imperialismo” dos EUA e aos lucros gerados pelo capitalismo?

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Acontece que George Soros tem uma Fundação, a Open Society, que realmente doa dinheiro para organizações do mundo inteiro, desde que alinhadas à sua visão de mundo. E esta visão, por incrível que pareça, é de esquerda.

O homem que fez fortuna atuando de forma desonesta no mercado financeiro europeu, especulando contra a moeda inglesa, para depois migrar para os Estados Unidos, o país mais livre do mundo, defende legalização das drogas e do aborto, entre outras pautas ditas “progressistas”.

Nos Estados Unidos há dinheiro da Fundação Open Society sustentando ativistas de movimentos que promovem vandalismo fingindo lutar por direitos de negros ou por democracia. Fora do território americano o magnata financia organizações de países em desenvolvimento que muitas vezes seguem a mesma linha: praticam violência para impor narrativas ou defender o indefensável.

O jornalista da Gazeta do Povo Gabriel de Arruda Castro decidiu investigar as contas da Fundação Open Society e descobriu uma série de empresas e ONGs brasileiras que vêm recebendo doações de George Soros. Quase todas trabalham para divulgar ideias que só a esquerda tem interesse em ver no debate público, como as citadas acima.

A reportagem foi publicada no último domingo (6) na editoria Vida e Cidadania e despertou enorme atenção dos leitores. Quase 700 fizeram questão de registrar que ficaram indignados com a notícia, interação raras vezes vista entre os assinantes. Outros tantos se disseram surpresos e tristes. Poucos se sentiram felizes ou inspirados pelo conteúdo, mas explicaram na área de comentários o motivo da escolha.

“Eu me sinto feliz por ler essa matéria, porque pelo menos hoje se sabe que este tipo de atividade e financiamento com a tentativa de minar nossa democracia representativa existe, ontem nem isso sabíamos”.

Chico, assinante da Gazeta do Povo, na área de comentários da reportagem.

Com este artigo duplo, trazendo versão também em vídeo, ajudo a dar mais alcance a um tema de tamanha importância, que nos faz entender por que algumas pautas de esquerda parecem dominar a mídia e invadir a política, como se fossem de interesse da maioria. Não são. Dominam todos os espaços justamente por terem dinheiro grosso financiando campanhas de divulgação.

É assim que pautas que se arrastavam há anos e seguiam os trâmites tradicionais do debate público, chegando aos parlamentos através de audiências abertas para que representantes de classe e profissionais de várias áreas se manifestassem, de repente ganham a força um furacão.

Está aí o PL da maconha para provar. Foi aprovado esta semana na Comissão Especial da Câmara quase na surdina, depois de ter ficado seis longos anos tramitando sem despertar qualquer urgência. Quantas das ONGs financiadas por George Soros não passaram os últimos tempos alardeando que liberar o plantio da maconha no Brasil era algo de extrema importância, que tornaria nossa vida melhor?

Desequilíbrio no debate público 

Seguem dois parágrafos importantes da reportagem publicada no domingo, que pode ser lida na íntegra aqui.

“Em princípio, não há nada de ilegal no trabalho da Fundação Open Society. Mas o volume significativo de recursos injetados em projetos alinhados com as causas de esquerda - e que nem sempre ganha publicidade - pode desequilibrar o debate público”, diz o repórter, antes de apresentar uma planilha com a lista de 12 páginas contendo os nomes das principais entidades beneficiadas pelos milhões de dólares de George Soros.

A reportagem segue explicando por que esse financiamento para lá de robusto chega como armadilha para a formação de opinião pública favorável a diversos assuntos controversos e delicados, que mereciam reflexão profunda, envolvendo toda a sociedade e não apenas uma parte do espectro ideológico. O financiamento é simplesmente escondido.

“A rede financiada pela Open Society é pouco conhecida do público. Os dados sobre as doações ficam em uma parte pouco acessível do site da organização, e não é possível fazer uma separação por país”, explica Gabriel Castro na reportagem.

Muita gente acha que a chegada de determinadas pautas no debate público é fruto do fenômeno das redes sociais, das novas formas de comunicação e da velocidade com que as informações circulam. Isso até pode explicar em parte o que vemos hoje, mas está claro que o grande motivo é outro.

Por trás de muitas dessas agendas, que não são de interesse da maioria e chegam sufocando o debate, é mesmo muito dinheiro.

Fundação Open Society e a pauta da esquerda

A Fundação Open Society foi criada em 1984. Está há quase quarenta anos defendendo a liberação das drogas, a legalização do aborto e a libertação de presos que eles chamam de “não violentos”,entre outras pautas ditas “progressitas”, que não visam progresso algum.

A palavra progressista, aliás, não passa de um jogo de retórica. A fundação de George Soros orgulha-se, por exemplo, de financiar ativistas e empresas que “promovam os direitos em áreas como o reconhecimento legal da fluidez de gênero”.

Ideologia de gênero é uma ideia inventada, que não tem nenhuma comprovação científica. Em outro vídeo, tempos atrás, falei de experiências que tentaram provar que não nascemos homens ou mulheres, apenas somos induzidos a nos identificar com determinado sexo por uma questão cultural. As pesquisas fracassaram.

Essa discussão toda sobre “gênero” só piora a situação dos raros seres humanos que sentem como se estivessem no corpo errado. Além de tudo, a imposição forçada dessa teoria até nas escolas gera uma tremenda confusão não só na cabeça das crianças como em toda a sociedade.

Muitos insistem em chamar de homofóbico ou transfóbico quem recusa-se a aceitar a ideologia de gênero que George Soros orgulha-se de difundir. Não é por refutar uma teoria maluca que a pessoa discrimina homossexuais ou mesmo transexuais. Uma coisa não tem relação com a outra.

ONGs beneficiadas por George Soros

A lista levantada pelo repórter Gabriel de Arruda Castro tem doze páginas, onde destacam-se ONGs e institutos conhecidos no Brasil por, supostamente, trabalhar em prol da educação, dos direitos humanos e da segurança pública.

Embora haja instituições sérias trabalhando pelos direitos que todo ser humano tem de viver com dignidade e de ser respeitado, muitas dessas entidades existem apenas para fazer campanhas de temas que a sociedade em geral não aprova.

Defender a legalização das drogas, afinal, significa destruição do ser humano e não sua defesa. Lutar para tornar o aborto uma prática legal é, claramente, opor-se ao direito do mais frágil dos seres humanos, aquele que ainda nem nasceu. Institutos que defendem o “desencarceramento” de presos estão preocupados com a humanidade de quem cometeu crimes, mas esquecem das vítimas desses bandidos.

Em apenas 4 anos (2016 a 2019), os últimos com prestações de contas fechadas, a Fundação Open Society, distribuiu só para organizações brasileiras 32 milhões de dólares. Calculando pela média da cotação do dólar nesses anos, o valor das doações equivale a quase 117 milhões de reais.

Esse foi o montante aplicado aqui para que institutos, associações e outras empresas desse tipo organizassem congressos, pagassem palestrantes e contratassem gente para ficar divulgando na internet argumentos favoráveis à legalização das drogas ou do aborto, por exemplo, porque isso traz liberdade para as pessoas ao invés de prejuízos.

Nenhuma dessas ONGs financiadas por George Soros se presta a falar pelo feto que está na barriga de uma mãe desesperada por causa de uma gravidez indesejada, pelo ser humano minúsculo que está ameaçado de morte e não tem voz.

Nenhuma fala em apoiar psicologicamente essas mães para que elas entendam a grandeza de gerar uma vida ou tenham algum apoio financeiro após o nascimento do bebê. Também não falam pelos pais de jovens viciados em drogas, que destroem a si próprios e às famílias. São, ao contrário, entidades que costumam depor contra a família e os valores cristãos.

O repórter descobriu que o valor das doações é ainda maior, porque parte do dinheiro é repassado diretamente a pessoas físicas e é contabilizadas à parte. Youtubers feministas, por exemplo, que ficam enchendo a cabeça das jovens brasileiras com argumentos de “meu corpo minhas regras”, receberam dinheiro do George Soros para ficar o dia inteiro fomentando discussões pró-aborto nas redes sociais.

Essas jovens “influenciadoras” jamais lembram que essa regra de “cabe a mim decidir o que fazer com o meu corpo”, ignora o direito à vida de um bebê que está dentro daquele corpo e que não escolheu estar ali. Como pódem vender a ideia de “meu corpo, minhas regras”, se há dois corpos na jogada, sendo que um é inocente e não tem voz?

Reforço que não há crime algum em fazer doações. O multibilionário George Soros tem a origem da fortuna questionável, mas banca quem ele quiser. As ONGs também não estão erradas em aceitar doações de fontes supostamente lícitas. Mas todos os atingidos pelas mensagens vindas de fundadores e ativistas desses institutos e empresas deveriam saber o que está por trás de todo o trabalho desenvolvido.

A lista dos beneficiados

A reportagem traz uma planilha de doze páginas com os nomes das associações, institutos, ONGs e demais órgãos beneficiados. Sete receberam mais de um milhão de dólares em quatro anos.

As três primeiras da lista são a Associação Direitos Humanos em Rede, conhecida como Conectas (US$ 2.339.000, o equivalente a quase 8,5 milhões de reais na cotação da época); Instituto Sou da Paz (US$ 1.856.000, quantia próxima de 7 milhões de reais) e Instituto Igarapé (US$ 1.535.847 ou 5, 6 milhões de reais).

O Instituto Igarapé é o da cientista política Ilona Szabó, aquela que foi nomeada pelo então ministro da Justiça Sérgio Moro para integrar o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária - e quase ficou no cargo mesmo sendo uma defensora do “desencarceramento de presos” e do desarmamento da população civil, que fica sem ter como se defender de bandidos.

Ela só não ganhou o cargo, devido à enorme repercussão negativa nas redes sociais, com pessoas do país inteiro demonstrando repúdio à indicação de alguém que prega contra o que pensam os brasileiros em sua maioria, contra a agenda aprovada nas urnas em 2018 para um cargo que ajuda o governo na tomada de decisões sobre questão de Segurança, até sobre indulto de Natal.

Entre os que saíram em defesa da nomeação de Ilona Szabó na época estão outras ONGs financiadas por George Soros, como o Instituto Sou da Paz, que levou a segunda maior bolada em doações da Open Society. Não é só nos discursos que essas instituições estão interligadas.

Outras ONGs beneficiadas com o dinheiro do multimilionário americano George Soros para trabalhar aqui no Brasil defendendo a agenda de esquerda são: Nossas Cidades (US$ 1.197.482); Instituto de Estudos Socioeconômicos-INESC (US$ 1.132.864); Instituto de Defesa do Direito de Defesa-IDDD (US$ 1.103.595) e Fórum Brasileiro de Segurança Pública (US$ 1.047.915).

A lista inclui também a Anistia Internacional Brasil, o Instituto Fernando Henrique Cardoso, órgãos ligados a universidades públicas (como o Laboratório de Análise da Violência da UFRJ), um tal de Centro Feminista de Estudos e Assessoria, o Observatório de Favelas do Rio de Janeiro, o site de esquerda Quebrando o Tabu e empresas que, pelo nome, se dispõem a ensinar ou a fazer jornalismo.

Estão na prestação de contas da Open Society as entidades Escolas de Jornalismo, Ponte de Jornalismo, Agência Mural de Jornalismo das Periferias e, acredite, até a empresa Folha da Manhã, que é Folha de São Paulo.

Dá para entender a indignação dos assinantes que leram a reportagem publicada aqui na Gazeta do Povo no último domingo. Compartilho da indignação. Defender um debate público equilibrado é defender a própria democracia. Quando a balança pende só para um lado há algo de muito errado com as instituições do país e com a parcela da população que acha isso justo.

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