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Daniel Lopez

Daniel Lopez

Jornalista e teólogo, autor de ‘Manual de Sobrevivência do Conservador no Séc. XXI’. É doutor em linguística pela UFF

Geopolítica estratégica

Mancada inaceitável ou jogada de mestre?

Vitória de Donald Trump deve ajudar cristãos em todo o mundo
Donald Trump, presidente eleito dos EUA (Foto: Cristobal Herrera-Ulashkevich/EFE)

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Scott Bessent, o escolhido por Trump para secretário do Tesouro tem dado o que falar. Muitos ficaram escandalizados. Outros interpretaram como uma jogada de mestre. Mas por que tanta polêmica? Bem, são muitas. Comecemos pela mais óbvia. Trump tem sido um dos maiores críticos de George Soros, que de certa forma pode ser considerado um de seus arquiinimigos. Porém, o que muitos descobriram é que Scott Bessent ficou famoso por ter desempenhado o papel de diretor de investimentos exatamente de George Soros, administrando com sucesso bilhões em seus investimentos.

Aqueles que gostaram da nomeação de Scott Bessent afirmam que ele não se relaciona com Soros há anos. Porém, sua carreira recente não favorece esse argumento. Isso porque, quando ele deixou seu posto de diretor de investimentos de Soros, ele montou o Key Square Group, com um investimento âncora de US$ 2 bilhões exatamente de George Soros. Além disso, ele empregou em suas empresas muitos dos ex-alunos de bilionário. Sem falar que Soros convenceu Bessent a comandar novamente sua diretoria de investimentos entre os anos de 2011 e 2016. Ou seja, o novo secretário do Tesouro de Donald Trump deve boa parte de seu bilionário sucesso a Soros.

Estão dizendo que Trump está sendo pragmático, trazendo um especialista com larga experiência para conseguir contornar as turbulências econômicas que aguardam os EUA para 2025. Ou será que essa escolha teria sido parte de um acordo feito por Trump com as elites?

Mas as proximidades com o alto escalão do poder não param por aí. Bessent, em sua longa temporada trabalhando para Soros em Londres, desenvolveu uma amizade com o então príncipe Charles, e o ajudou com sua fundação de arquitetura, a Kings Foundation. À primeira vista, as políticas ambientais propostas por Charles são diametralmente opostas às visões de Trump. Porém, há aqueles que defendem que ambos compartilham uma visão comum sobre o tema.

Mas a escolha de Scott Bessent continua a comprometer a postura de Trump como anti-establishment. Isso porque ele preside o comitê de investimentos e é membro do comitê executivo no conselho de curadores da Universidade Rockefeller. Bessent também é membro do Council on Foreign Relations, instituição geralmente apontada pelos apoiadores de Trump como proponente do “globalismo”, visão que o presidente diz combater.

Agora vem a parte mais polêmica. Quando Bessent trabalhou no escritório de Soros em Londres, este era chefiado por Peter Soros, sobrinho de George. O detalhe é que Alfredo Rodriguez, o ex-mordomo de Jeffrey Epestein, apontou Peter Soros como tendo atuado diretamente em suas atividades de tráfico sexual.

Estão dizendo que Trump está sendo pragmático, trazendo um especialista com larga experiência para conseguir contornar as turbulências econômicas que aguardam os EUA para 2025. Ou será que essa escolha teria sido parte de um acordo feito por Trump com as elites? Fica a dúvida.

Conteúdo editado por: Jocelaine Santos

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