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Antifragilidade, Covid-19 e Educação
| Foto: Pixabay

Aí está uma preocupante pandemia, a pleno vapor, testando a nossa capacidade de solucionar problemas complexos e tomada de decisão.

Há tempos sabemos que frágil é algo que se espedaça ou quebra facilmente. E, que algo resiliente ou robusto, seria o oposto disso. Ou seja, aguenta pancada e volta ao seu estado original. Mas seria isso suficiente? Que lições poderíamos tirar dessa pancada mundial para que ficássemos melhores, incorporássemos novas características, ganhássemos novos aprendizados e evoluíssemos?

O tema antifragilidade foi abordado em 2012 pelo Prof. Nassim Taleb, da Universidade de New York, e trata sobre coisas que se beneficiam diante do caos, reflexão bastante pertinente diante dos acontecimentos globais, decorrentes do Covid-19. Será que a educação do presente, que prepara para o futuro (será...???), sairá fortalecida e mais sábia diante da pandemia e circuit breaks? Estaria a educação disposta a aprender?

É muito estranho que, em pleno século XXI, gestores educacionais tenham que se reunir presencialmente, vários na mesma sala, para decidirem se suspendem, ou não, as aulas nas instituições A, B ou C em função da pandemia, que exige redução de aglomerados de pessoas num mesmo ambiente. Num mundo altamente conectado e repleto de novas tecnologias, preferiu-se o tradicional do encontro presencial, em detrimento do híbrido. Puro reflexo do mais do mesmo. Tentar resolver novos problemas com um framework obsoleto.

Imaginem se, ao invés de se reunirem na mesma sala para decidirem fechar ou manter abertas as instituições de ensino, estivessem esses líderes em seus escritórios institucionais, ou home offices, conectados online decidindo juntos ativar, por apenas algumas semanas, o modo "a distância" para entrega de conteúdos, chats, vídeo-aulas, atividades, avaliações e fóruns de discussões?

O que? Não temos estrutura para isso? As pessoas não foram preparadas para agir sabiamente diante de problemas reais? É claro que não. Passaram mais da metade da sua vida escolar resolvendo listas de exercícios nada aderentes ou convergentes ao mundo real. Uma eterna inércia do "copiar" o que já foi feito e "colar" em novas cabeças. Teremos que cancelar aulas, antecipar férias, ou qualquer coisa do tipo, simplesmente pelo fato de que o mundo mudou, avançou exponencialmente, e a educação continua encarcerada nas salas de aula? É realmente inacreditável!

Há tempos levantei a bandeira do hibridismo na educação. Conteúdos e insights incríveis entregues a distância, revezando com momentos memoráveis presenciais no espaço físico da escola. O estudo prévio e interações por meio de tecnologia, somadas ao desenvolvimento das competências sociomemocionais e habilidades para o viver e conviver no mundo real, numa efervescência ativa entre alunos e professores.

Como entusiasta que sou, ficarei aqui em movimento e na torcida para que, diante do caos impulsionado pelo coronavírus, a educação aprenda a ser antifrágil. Ou seja, que ela sobreviva e retorne bem melhor que antes dos últimos dias. Mesmo porque, tudo que é mecânico desgasta, tem vida útil, padece. E, aquilo que é orgânico, se mexe, aprende, evolui e parte para a próxima.

* Texto Escrito por José Motta Filho, professor, engenheiro, gestor educacional, especialista em Principles of Technology, Mestre em Tecnologias Emergentes em Educação e Consultor em Metodologias Ativas de Ensino, Inovação Educacional e Tecnologias Educacionais. Atualmente é Consultor Especialista em Metodologias Ativas de Ensino. Palestrante, pesquisador e entusiasta em Tecnologias Educacionais. Head of EdTech na Beenoculus e Diretor Educacional da SiliconValley.com.br.

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