• Carregando...
Educação em Tempos Quarentena
| Foto:

A Organização Mundial de Saúde (OMS), no dia 30 de janeiro de 2020 declarou situação de emergência de saúde pública de importância internacional em decorrência do surto da doença causada pelo novo Coronavírus – COVID-19. Em 11 de março de 2020, a OMS caracterizou a situação como pandemia em virtude da progressão dos casos em escala mundial de contaminação por transmissão comunitária. A partir dessa declaração muitas medidas foram tomadas para o enfrentamento da emergência da saúde pública.

Uma delas foi a necessidade de isolamento das pessoas em suas residências visando prevenir o contágio e propagação da doença.

Decorrente dessa necessidade de quarentena o Ministério da Educação, o Conselho Nacional de Educação e os Conselhos Estaduais de Educação se posicionaram em relação a não continuidade das aulas presenciais nas instituições de ensino.

Ofertar educação não presencial e sim a distância já é uma realidade no Ensino Superior, na Educação Profissional e Educação de Jovens e Adultos. Porém, na Educação Básica a única experiência são os 20% do currículo a distância permitido legalmente para o Ensino Médio.

Nesse sentido, no dia 31 de março de 2020, o Conselho Estadual de Educação do Paraná, divulgou a deliberação 01_20 com orientações de como as instituições de educação devem proceder com estratégias de forma online/remota. A deliberação possibilita “(...)viabilização de alternativas metodológicas não presenciais de desenvolvimento das atividades previstas nas propostas pedagógicas e calendário escolar anteriormente aprovados.”

Com essa deliberação, educadores, pais e alunos foram desafiados a realizarem suas interações a partir de tecnologias como plataformas, softwares e sites, os quais nem todos têm facilidade e segurança. Nesse momento, todos precisaram utilizar de seu protagonismo para aprender, desaprender e reaprender a trabalhar, a se comunicar e a estudar.

Nesse cenário tivemos instituições de ensino que utilizavam pouco a tecnologia como comunicação e para aprendizagem e outras que já utilizavam em suas práticas de educação uma metodologia híbrida onde os alunos e educadores interagem on-line e off-line. Segundo Julia Freeland Fisher, diretora para educação do think tank Clayton Christensen Institute, o ensino híbrido, ou “Blended learning” é o futuro da educação. Para Julia as “escolas que estão utilizando o ensino on-line para possibilitar novas formas de tempo e espaço. Esses modelos permitem que os alunos se movam de forma mais flexível através do aprendizado, e que os professores tenham mais tempo para instruir grupos pequenos.”

Para o grupo de escolas que utilizava pouco a tecnologia, esta quarentena, além de desafiadora gerou a necessidade das instituições e de seus docentes definirem tecnologias, softwares, plataformas, aplicativos para continuarem interagindo com os alunos e pais. Esse momento é a oportunidade de os docentes aprenderem a utilizar diferentes tecnologias para planejar, registrar suas aulas além das interações com os alunos. Segundo pesquisa realizada pelo Instituto Península sobre sentimento e percepção dos professores brasileiros nos diferentes estágios do coronavírus (COVID-19) no Brasil fica como destaque que “os professores precisaram se reinventar no meio dessa confusão e que estão abertos a continuar estudando mesmo nesse caos, a receber informações, mas não querem uma avalanche.”

Por isso, recomenda-se que as direções e coordenações pedagógicas das escolas avaliem qual melhor alternativa para sua realidade, levando em consideração os seguintes fatores: quais tecnologias que os docentes conhecem e já utilizam, quais estão disponíveis em sua instituição, o que é prioridade em sua realidade, tem recurso para investir na aquisição de alguma plataforma ou quais são gratuitas que já podem ser utilizadas. Respondida estas perguntas é necessário fazer escolhas e capacitar os professores no formato on-line de preferência na plataforma escolhida que será utilizada na instituição. Após essa etapa, é importante acompanhar os professores para garantir que tenham mais segurança na tecnologia utilizada, possam ser mentores dos demais colegas, facilitando a integração e o planejamento interdisciplinar.

A partir dessa capacitação e da utilização das tecnologias o professor vai se sentir seguro para continuar se desenvolvendo, nesse momento é a oportunidade que a coordenação pedagógica sugerira novos cursos, palestras e vídeos que existem gratuitos ou pagos na internet para que ele possa continuar seu desenvolvimento profissional.

Para isso, existem diversos recursos que permitem a continuidade do desenvolvimento, que vão desde vídeos e tutorias disponíveis na internet, como cursos completos oferecidos por instituições como Sesi e Senai, que disponibilizam um catálogo de cursos completos e opções gratuitas.

Vivemos um momento de crise, que gera medo, insegurança, mas também aciona nas pessoas seu instinto de sobrevivência, por isso elas passam a ler, aprender, dialogar para criar alternativas, soluções e ideias para resolução de seus problemas.

Essa experiência de quarentena permitiu compreender que a tecnologia serve para aumentar a capacidade humana de comunicação e aprendizagem, além de um exercício de resiliência, de reflexão e de ação tornando cada um protagonista de sua vida.

Texto escrito por Fabiane Franciscone, Pedagoga, Mestre, Doutora em Educação e Gerente de Educação Básica e Continuada do Sistema FIEP. O Sistema Fiep colabora voluntariamente com o Instituto GRPCOM no Blog Educação e Mídia.

**Quer saber mais sobre cidadania, responsabilidade social, sustentabilidade e terceiro setor? Acesse nosso site! Acompanhe o Instituto GRPCOM também no Facebook: InstitutoGrpcom  e Instagram: instagram.com/institutogrpcom.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]