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Computador, smartphone, tablet, MP3 player, videogame e muito mais. Realizada em dez países, a pesquisa Digital Diaries, realizada pela AVG Technologies, mostrou que 66% das crianças entre 3 e 5 anos conseguem operar jogos de computador, 47% sabem utilizar um smartphone e 62% ligam o computador. Os novos aparelhos eletrônicos se tornaram indispensáveis para a vida moderna, mas, como um antigo ditado já diz, “tudo que é demais faz mal”. Com a tecnologia, não seria diferente e, por isso, o uso consciente e responsável é a melhor saída.

Para que as ferramentas não dominem nossas vidas e relações em excesso, o assunto precisa ser trabalhado em lares, empresas e escolas. Hoje, é muito comum nos depararmos com crianças pequenas conectadas a celulares ou outros dispositivos, revelando pouco interesse em desligarem-se. Além disso, a saúde de nossos pequenos também está em jogo. Um relatório divulgado pela agência britânica Public Health England indicou que crianças que passam mais de quatro horas conectadas diariamente são mais propensas a desenvolverem problemas de saúde mental, como depressão, ansiedade e baixa autoestima.

No contexto educacional e pedagógico, não se pode deixar de incorporar as novas linguagens ao processo de aprendizagem. Com elas, tornamos as aulas mais dinâmicas e interativas, mas é preciso cuidado. O aluno deve saber diferenciar entretenimento de conhecimento e respeitar o limite da utilização dos recursos em sala. Nem tudo que está online agrega conhecimento e, nesse cenário, o professor assume o papel de guia, orientando estudantes a utilizarem as ferramentas com consciência e a buscarem informações de qualidade para, então, refletir sobre elas.

Podemos citar como exemplo um projeto realizado pelo Núcleo de Ensino da Universidade Estadual de São Paulo, a Unesp, com 400 estudantes de oito turmas de 2o e 3o ano da Escola Estadual Bento de Abreu, em Araraquara (interior de São Paulo). Durante dois anos, as aulas de matemática e física foram divididas entre expositivas e atividades com o que os pesquisadores chamaram de “objetos de aprendizagem”, que consistiam em recursos tecnológicos como animações, jogos ou simulações. Como resultado, o uso das ferramentas tecnológicas educativas melhorou em 32% o rendimento dos alunos em comparação aos conteúdos trabalhados de forma expositiva. Aqueles com média cinco, ou abaixo desse valor, melhoraram em 51% seu desempenho nessas disciplinas.

Além de oferecer acesso ao advento tecnológico, a escola precisa ter professores capacitados para utilizar as ferramentas como um complemento, sabendo adequá-las ao conteúdo e à didática, a fim de criar uma aula inovadora, interativa e instigante. Sem isso, de nada adianta o colégio adquirir tablets, projetores multimídia ou lousas digitais, por exemplo.

A escola necessita da tecnologia, mas também precisa estar conectada com a realidade de estudantes e professores. Assim, unidos, eles trazem consigo inúmeras possibilidades de trabalho e formam times capazes de promover verdadeiras transformações. Com parcimônia, disciplina, foco e responsabilidade, a escola consegue incluir a tecnologia de forma gradual e positiva em seu processo pedagógico. O principal é pensarmos juntos sobre como conseguir isso sem destituir o aluno de sua capacidade de raciocinar e refletir. E esse objetivo alcançamos com a prática e a observação.

*Artigo escrito por Esther Cristina Pereira, psicopedagoga, diretora da Escola Atuação e vice-presidente do Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe/PR). O SINEPE é colaborador voluntário do Instituto GRPCOM no blog Educação e Mídia.  

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