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Flávio Gordon

Flávio Gordon

Sua arma contra a corrupção da inteligência. Coluna atualizada às quartas-feiras

Transição nos EUA

Um Thanksgiving especial, mas vigilante

Elise Stefanik foi ameaçada às vésperas do Dia de Ação de Graças
Elise Stefanik (na foto, sendo aplaudida por colegas após sua escolha como embaixadora dos EUA na ONU) sofreu ameaça de atentado às vésperas do Dia de Ação de Graças. (Foto: Allison Robbert/Pool/EFE/EPA)

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Em 18 de julho deste ano, publiquei aqui na Gazeta o artigo intitulado “Do nevoeiro de Washington à orelha de Trump: a ideia de Providência na história americana”, no qual examinei a interpretação de Donald Trump e da maioria de seus apoiadores sobre o fato de o candidato republicano ter sobrevivido, por muito pouco, ao atentado sofrido na cidade de Butler, Pensilvânia, em 13 de julho. Escrevi então:

“Trump interpretou o ocorrido como tantos outros compatriotas e companheiros de credo religioso – como uma intervenção divina. Mas, longe de ser uma mera expressão individual de fé, sua postagem também refletiu uma dimensão cultural profunda, inserindo-se na longa tradição americana de interpretar a história do país como sendo inerentemente marcada pela Providência (...) Assim, do nevoeiro de Washington à orelha de Trump, a história americana segue sendo interpretada por seus protagonistas como um episódio da grande história da salvação humana e como realização da vontade de Deus na Terra.”

Um dos que aludiu claramente a essa tradição foi Eric Metaxas, radialista e escritor conservador. No dia seguinte ao atentado, disse ele:

“Eu disse muitas vezes que aqueles que odeiam Trump fariam de tudo para garantir que ele não volte à Casa Branca, incluindo tentar assassiná-lo. Eu também disse que a mão de Deus está sobre ele e o protegeria, se, Deus me livre, alguém tentasse fazer isso. Na noite passada, vimos isso acontecer. Sua sobrevivência foi nada menos que um milagre. Portanto, tenham certeza de que Deus não abandonou esta nação. Mas precisamos orar. Como escrevi em meu livro Cristianismo Sem Religião, estamos em uma crise existencial, e sem Deus, esse experimento de autogoverno não continuará. Mas é da vontade de Deus que continue. Então, por favor, orem.”

A maioria do povo americano não está interessada em doutrinar seus filhos com ideologias neomarxistas doentias, ter o seu país ser inundado por imigrantes mal-intencionados ou permitir que o Estado mutile partes saudáveis do corpo de seus filhos

Aliviado por se haver livrado da insanidade político-ideológica democrata – que incluía a promoção estatal da ideia de que homens podem menstruar, engravidar, dar à luz e “amamentar” seus bebês; o incentivo à entrada nos EUA de milhares de imigrantes ilegais, muitos deles assassinos e estupradores condenados; o fomento à mutilação dos seios de meninas de 13 e 14 anos e da amputação dos genitais de meninos seduzidos por perversos ideólogos do gênero e médicos inescrupulosos –, o cidadão médio americano, sobretudo o assim chamado blue collar, cada vez mais identificado com o trumpismo e apartado do elitista establishment de esquerda, volta a ter um feriado de Ação de Graças para comemorar e agradecer. Agradecer a Deus não apenas por ter poupado a vida de Trump, mas, por esse intermédio, ter permitido que a normalidade e o common sense retornassem à América.

Com efeito, o landslide de Trump não é difícil de compreender fora da bolha “progressista”. A maioria do povo americano não está interessada em doutrinar seus filhos com ideologias neomarxistas doentias, ter o seu país ser inundado por imigrantes mal-intencionados ou permitir que o Estado mutile partes saudáveis do corpo de seus filhos. Vendo na agenda democrata basicamente esse tipo de pauta, os americanos disseram um sonoro “Hell, no!” à bisonha chapa Harris-Walz. E agora nutrem a esperança de que a administração Trump, cuja montagem da equipe de governo parece ir nessa direção, possa desfazer toda a loucura e a perversidade dos anos Biden.

Mas, como bem alertou Metaxas, a esperança e a gratidão devem ser acompanhadas de vigilância. Afinal, na véspera mesmo de um Thanksgiving tão especial, como noticiou a Fox News, vários dos indicados pelo presidente eleito Donald Trump para o gabinete tiveram suas vidas ameaçadas na noite de terça-feira até a manhã de quarta-feira. “Na noite passada e nesta manhã, vários indicados ao gabinete e nomeados para a administração do presidente Trump foram alvo de ameaças violentas e antiamericanas às suas vidas e às de seus familiares”, disse a secretária de imprensa Karoline Leavitt em um comunicado da equipe de transição Trump-Vance. E acrescentou: “Esses ataques variaram de ameaças de bomba a swatting. Em resposta, as autoridades policiais agiram rapidamente para garantir a segurança dos alvos. O presidente Trump e toda a equipe de transição são gratos pela ação rápida das autoridades”.

O gabinete da deputada Elise Stefanik (R-NY), indicada por Trump para ser embaixadora dos EUA na ONU, divulgou um comunicado informando que ela e sua família foram alvo de uma ameaça de bomba:

“Esta manhã, a congressista Elise Stefanik, seu marido e seu filho de três anos estavam voltando para casa no condado de Saratoga, vindos de Washington para o Dia de Ação de Graças, quando foram informados sobre uma ameaça de bomba em sua residência. As forças policiais estaduais de Nova York, o departamento do condado e a Polícia do Capitólio responderam imediatamente com o mais alto nível de profissionalismo. Somos extremamente gratos pela dedicação extraordinária dos policiais que mantêm nossas comunidades seguras 24 horas por dia, 7 dias por semana. Desejamos à comunidade do norte do estado de Nova York um feliz e seguro Dia de Ação de Graças. Somos especialmente gratos aos policiais e famílias militares que estão de serviço durante a temporada de festas.”

O ex-deputado Lee Zeldin (R-NY), nomeado para a Agência de Proteção Ambiental (EPA), recebeu uma ameaça envolvendo uma bomba caseira. Escreveu ele no X:

“Uma ameaça de bomba caseira direcionada a mim e minha família em nossa residência hoje foi acompanhada de uma mensagem com tema pró-palestino. Minha família e eu não estávamos em casa no momento e estamos seguros. Estamos trabalhando com as autoridades para obter mais informações enquanto a situação se desenvolve. Agradecemos as ações rápidas dos oficiais locais para manter nossa família, vizinhos e comunidade local em segurança.”

A fé na Providência continua sendo fundamental, mas não pode dispensar a vigilância e a combatividade contra um establishment corrupto que não vai cair sem atirar

Pete Hegseth, indicado por Trump para o Departamento de Defesa, também tuitou sobre a ameaça sofrida:

“Esta manhã, um policial chegou à nossa casa – onde nossos sete filhos ainda dormiam. O oficial notificou minha esposa e a mim terem recebido uma ameaça crível de bomba caseira direcionada a mim e à minha família. Estamos todos seguros, e a ameaça foi neutralizada. Queremos agradecer às forças de segurança por seu profissionalismo e bravura. Não serei intimidado ou ameaçado. Nunca. O presidente Trump me convocou para servir – e é exatamente isso que pretendo fazer.”

E Donald Trump Jr., filho do presidente eleito, também tuitou sobre o ocorrido: “A esquerda violenta tem feito ameaças de bomba e ‘swatting’ contra os membros do governo Trump. Já chega desse tipo de loucura!”

Concluiu-se que, num momento em que as forças de esquerda na América encontram-se mais radicalizadas, e em que o próprio Partido Democrata foi tomado por militantes extremistas e antiamericanos, a fé na Providência continua sendo fundamental, mas não pode dispensar a vigilância e a combatividade contra um establishment corrupto que não vai cair sem atirar...

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