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Enfermeira aplica em uma criança dose da vacina contra a Covid-19 em Jerusalém, Israel, no dia 23 de novembro de 2021. Israel lançou uma campanha para oferecer a dose da vacina contra a Covid-19 para crianças entre cinco e 12 anos de idade
Enfermeira aplica em uma criança dose da vacina contra a Covid-19 em Jerusalém, Israel, no dia 23 de novembro de 2021. Israel lançou uma campanha para oferecer a dose da vacina contra a Covid-19 para crianças entre cinco e 12 anos de idade| Foto: EFE/EPA/Abir Sultan

No Japão, o Ministério da Saúde exigiu recentemente das farmacêuticas produtoras de vacinas de RNA mensageiro, notadamente a Pfizer e a Moderna, a inclusão em sua bula de um alerta claro sobre o risco de miocardite e pericardite como possíveis efeitos colaterais graves da inoculação das substâncias experimentais. O país reafirmou também o seu compromisso de garantir que todos os efeitos colaterais potenciais sejam documentados.

Paralelamente, as autoridades japonesas têm feito questão de enfatizar a necessidade absoluta de consentimento por parte dos candidatos ao experimento vacinal, um princípio de direitos humanos que, até a pandemia, era tipo por inquestionável nas democracias ocidentais, estando consagrado em documentos como o Código de Nuremberg, de 1947, e a Declaração de Helsinque, de 1964. “Embora recomendemos que todos os cidadãos se vacinem contra a Covid-19, a vacinação não é compulsória ou obrigatória” – diz o site do Ministério da Saúde do Japão. “A vacina deverá ser aplicada apenas com o consentimento da pessoa a ser vacinada, desde que devidamente informada. Favor só se vacinar por decisão própria, estando ciente tanto da eficácia na prevenção de doenças infecciosas quanto do risco de efeitos colaterais. Nenhuma vacina será aplicada sem consentimento. Favor não impor a vacinação a ninguém em seu local de trabalho ou ao seu redor, e não discriminar os não vacinados”.

As autoridades japonesas têm feito questão de enfatizar a necessidade absoluta de consentimento por parte dos candidatos ao experimento vacinal, um princípio de direitos humanos que, até a pandemia, era tipo por inquestionável nas democracias ocidentais

Assim age um Estado que respeita os direitos individuais dos cidadãos, e não os trata como propriedade sua. É precisamente o contrário do que acontece no Brasil, onde, justo no momento em que caem os números de mortes e internações – sinal de que, por aqui, a pandemia vai perdendo força –, autoridades ampliam medidas restritivas como o passaporte sanitário, mostrando que a saúde pública não passa de um pretexto para o controle totalitário da vida dos indivíduos. Ademais de violentar direitos pessoais elementares como o de ir e vir, de trabalhar e o de propriedade sobre o próprio corpo, os covidocratas brasileiros – prefeitos, governadores, jornalistas e magistrados que agem em nome de uma “ciência” de bordel – levaram sua patologia moral ao paroxismo, ao pretender, agora, retirar dos pais a prerrogativa de decidir se os filhos devem ou não se submeter ao grande experimento vacinal. “Obrigar as mães a entregar seus filhos ao Estado – eis nossa tarefa” – quase chegam a dizer, fazendo coro com Lilina Zinoviev, precursora da educação soviética.

Não é exagero. No entendimento de alguns advogados “progressistas” consultados pela imprensa covidocrata, crianças de 5 a 11 anos poderão se vacinar mesmo sem autorização dos pais. Segundo matéria do G1, por exemplo:

“‘Existe o princípio, com base no artigo 227 da Constituição Federal e no Estatuto da Criança e do Adolescente, de que [as crianças] são sujeitos de direitos, e a vontade delas deve ser levada em consideração. Entendo que elas podem manifestar a vontade de se vacinarem e isso deve prevalecer, caso os pais ou responsáveis sejam contrários’, afirma o advogado [Ariel de Castro Alves]. Esse princípio, de acordo com o especialista, vale mesmo para as crianças de 5 anos. ‘Elas já se comunicam e podem expressar a vontade delas’, pontua. ‘O ECA e a Constituição Federal garantem a vida e a saúde das crianças e adolescentes, e também a proteção integral. Interpretando o ECA, devemos levar em conta que a vacinação está ligada ao direito a vida e a saúde. Quando os pais se omitem com relação a garantia desses direitos, cabe ao poder público (Estado) e à sociedade garanti-los, inclusive indo contra os pais negligentes’, diz Alves. Se os pais forem contra a vacinação e não autorizarem o filho se vacinar, por exemplo, ‘cabe a atuação dos conselhos tutelares, promotorias da infância e juventude e varas da infância e juventude, para que a vacinação ocorra, com base nos direitos à vida, saúde e à proteção integral’, explica o advogado. ‘Pais e mães ou responsáveis que descumpram, não autorizem ou impeçam a vacinação podem responder por essa infração de descumprimento do poder familiar, prevista no ECA, e também processos de suspensão ou perda do poder familiar por negligência perante as varas da infância e juventude’, avalia. ‘Ou até podem responder criminalmente por maus tratos, já que a vacinação é considerada 'cuidado indispensável’”.

Há alguns dias, como se sabe, a Anvisa decidiu autorizar a vacinação experimental – com tecnologia (de mRNA) inédita – para crianças de idade entre 5 e 11 anos, faixa etária para a qual, na ausência de comorbidades (ou “comordidades”, como diria um dos novos cientistas da nossa república iluminista), a Covid-19 representa riscos irrisórios de complicações, não passando, de fato, de uma gripezinha. A fim de chancelar para a opinião pública a decisão irresponsável da agência sanitária, uma certa imprensa maternal com as grandes farmacêuticas (sem pejo, inclusive, de divulgar conteúdo por elas patrocinado) não se conteve e, convocando seus especialistas prêt-à-porter, extravasou o desejo de “correr para vacinar as crianças contra a Covid”. Sim, a palavra usada foi correr. Nesse contexto, atendendo a um pedido de tutela provisória do seu partido do coração, o ministro ativista Ricardo Lewandowski, integrante do autoproclamado poder moderador brasileiro, correu para exigir urgência do governo brasileiro, dando-lhe generosas 48 horas para incluir as crianças no grande experimento vacinal que, hoje já se sabe, não imuniza ninguém. Mas que importa? A casta dos iluminados têm pressa!

Segundo um boletim médico no Japão, para jovens e crianças, a vacina de mRNA representa um risco sete vezes maior do que o da própria doença. Mas nada parece poder deter os adeptos da orgia sanitária

E essa pressa injustificável vem justo no momento em que começam a se acumular dados alarmantes sobre efeitos colaterais das vacinas de mRNA, especialmente em adolescentes e crianças. Um novo estudo publicado pela American Heart Association, por exemplo, concluiu que 98% dos casos de miocardite em crianças têm relação com esse tipo de vacina. Segundo um boletim médico no Japão, para jovens e crianças, a vacina representa um risco sete vezes maior do que o da própria doença. Mas nada parece poder deter os adeptos da orgia sanitária.

No vídeo-propaganda em que comunica a sua decisão, a Anvisa, aparentemente ciente de que há riscos ainda não adequadamente estimados, parece, ainda assim, querer lavar as mãos ao informar: “Os pais ou responsáveis devem ser orientados a procurar o médico se a criança apresentar dores repentinas no peito, falta de ar ou palpitações após a aplicação da vacina”. Só faltou mesmo acrescentar: em caso de morte da criança, os pais ou responsáveis devem ser orientados a procurar um agente funerário...

Conteúdo editado por:Marcio Antonio Campos
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