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Faz mais de dez anos que escrevo regularmente sobre política. Comecei a fazê-lo após chegar à conclusão de que não tinha estômago para a prática do assunto. E como cheguei a tal conclusão? Em 2008, após uma campanha para vereador em que atingi pouco mais da metade dos votos de que precisava, fui chamado pelo prefeito eleito para fazer parte do governo, dirigindo a área de tecnologia do município. Bastou um ano no cargo para eu entender que aquilo jamais poderia ser a minha rotina, minha atividade profissional ou meu ganha-pão. Sendo bem sincero, foi o ano mais perdido da minha vida, daqueles que você sente que andou para trás. Enfim, a experiência foi mais que suficiente para me colocar no rumo que, por uma década inteira, entendi ser o melhor para quem deseja “fazer alguma coisa” e que consiste em tentar transmitir ideias e princípios que levem as pessoas a uma consciência aprimorada de seu papel como cidadãs e como agentes ativas de mudanças necessárias e positivas para a sociedade. 

Dois livros e centenas de artigos depois, aqui estou eu. A diferença: minha percepção mudou novamente. Graças a uma breve e recente conversa com um amigo, comecei a pensar frequentemente no assunto e fui levado a uma nova “teoria”, de que nossa maior possibilidade de impactar a sociedade positivamente não se dá através de nossa ação política direta, mas sim através de algo muito mais nobre e com efeitos mais profundos. A melhor maneira de se impactar positivamente a sociedade é tendo e criando filhos piedosos e pautados por princípios corretos e morais. Já escrevi um livro, plantei uma árvore e tive um filho. Não tenho a menor dúvida de que este ato é infinitamente mais valioso que aqueles.

Portanto, feita essa descoberta, há de se ajustar as velas para uma navegação de acordo com a nova percepção. No tocante a esta coluna, isso significa mudar o tema, começar a abordar assuntos que tenham muito mais a ver com família, trabalho, carreira e educação do que com as eternas discussões políticas que, ultimamente, só têm causado brigas e chateação. Some-se a isso minha condição de imigrante em um país altamente propenso à atividade empreendedora e o resultado é um escopo bem interessante para se trabalhar semanalmente.

A partir da semana que vem iniciarei uma série de artigos sobre empreendedorismo nos Estados Unidos da América. Atualmente, estou no quarto ano de operação da minha empresa, tendo passado pela fase mais crítica do processo, que vai da abertura até o alcance do equilíbrio financeiro que permite alçar voos mais longos e mais estruturados. Quando falar sobre o assunto, o farei em cima de outras experiências prévias em território brasileiro, onde fui empresário por mais de dez anos. O foco nesse tema foi escolhido com a ajuda de uma enquete que realizei há dois meses – de longe, “empreendendo na América” foi o assunto que atraiu mais interesse dos participantes. 

Apenas para aguçar a sua curiosidade, prezado(a) leitor(a), deixo alguns dados que indicam o porquê de os Estados Unidos serem um país tão atraente para se fazer negócios, especialmente quando a comparação é com o Brasil (todos os dados foram retirados de publicações da Organização Mundial do Comércio):

PIB dos EUA (2018): USD 20,5 trilhões

PIB do Brasil (2018): USD1,8 trilhão

PIB de algumas cidades americanas em 2018:

Nova York: USD 2,5 trilhões

Los Angeles: USD 1,5 trilhão

Chicago: USD 1,0 trilhão

PIB per capita dos EUA (2018): USD 62.606,00

PIB per capita do Brasil (2018): USD 8.967,00

Número médio de dias para se iniciar uma empresa nos EUA: 5,6

Número médio de dias para se iniciar uma empresa no Brasil: 79,5

Tarifa média de impostos sobre produtos nos EUA:2,79%

Tarifa média de impostos sobre produtos no Brasil: 13,56%

Média de valores gastos anualmente por turistas nos EUA: USD 148 bilhões

Média de valores gastos anualmente por turistas no Brasil: USD 20 bilhões

São esses indicadores que explicam as muitas diferenças que vemos por aqui, como a presença de diversos supermercados, restaurantes e concessionárias de veículos em cidades cujas correspondentes em população no Brasil sequer teriam uma franquia do McDonald’s instalada. Com mais riqueza e menos impostos, sobra muito mais dinheiro nas mãos das pessoas e, por conseguinte, o empresário tem muito mais possibilidades de ganho. Se você achar que vale a pena saber mais sobre isso, não perca os próximos textos. E, para não dizer que abandonei de vez a política, de vez em quando vou estender a análise de algum ponto específico ao seu componente político, já que os governos têm grande possibilidade de atrapalhar determinados setores da economia, especialmente quando sua intenção declarada é “ajudar”. Nós, brasileiros, sabemos muito bem disso. 

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