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Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil| Foto:

Paixão pela morte

Os democratas parecem ter entrado em ação para garantir que o maior número possível de bebês sejam assassinados nos Estados Unidos. Depois de o governador de Nova York, Andrew Cuomo, ter sancionado a Lei da Saúde Reprodutiva – que permite o aborto em qualquer momento da gravidez, inclusive de bebês saudáveis e prestes a nascer – na semana passada, Kathy Tran, deputada estadual democrata na Virgínia, propôs lei semelhante, permitindo o aborto em qualquer momento da gravidez, bastando que a mãe alegue que sua saúde mental esteja em perigo caso a criança nasça. Durante a discussão na assembleia legislativa, o deputado republicano Todd Gilbert perguntou à proponente da lei: “De acordo com o seu projeto, uma mulher que estivesse prestes a dar à luz, já apresentando dilatação, poderia solicitar um aborto se fosse certificada nos requisitos da lei?” A reposta macabra da deputada foi “Sim, minha lei permitiria isso”. Ainda bem que o projeto foi derrotado na votação, graças ao empenho dos deputados republicanos.

Teorias da conspiração

A tragédia de Brumadinho deu força aos teóricos da conspiração. Nos últimos dias, pulularam mensagens “de fontes sérias e confiáveis” que descrevem reuniões secretas e planos diabólicos para explodir a barragem e desestabilizar o governo Bolsonaro. Na lista de possíveis diabos por trás desses planos estão George Soros, as Farc, o PT, o PSol, o Hamas e o Estado Islâmico. Ainda que esse pessoal seja a nata da maldade do planeta Terra, o fato é que a explicação mais plausível continua sendo incompetência criminosa, mesmo porque a tragédia não é inédita. No país em que os responsáveis por Mariana ainda caminham impunes no meio do povo, supor que Brumadinho seja mais um caso de falha de projeto, execução ou manutenção é somente natural. Que as investigações sejam céleres e tecnicamente precisas, e que os culpados por esse absurdo passem o resto dos dias na cadeia. Não é pedir muito diante de tantas mortes.

Palanque em velório

Enquanto as pessoas se digladiam nas redes sociais, defendendo ou condenando as decisões judiciais sobre a ida de Lula ao funeral de seu irmão, Genival Inácio da Silva, a razão passa longe das discussões. Olhando a questão sem entrar no mérito de quem é o preso, me parece justo e humano permitir que certos tipos de presidiários possam se despedir de um familiar nuclear – quem já perdeu pai, mãe ou irmãos conhece a dor. Digo “certos tipos de presidiários” porque alguns outros tipos, como psicopatas, assassinos em série, estupradores, genocidas e semelhantes não são capazes de compreender a dor humana e, portanto, não devem receber nenhum tipo de benefício por conta de sua própria dor.

Quando se coloca Lula na equação, a coisa muda de figura. Em primeiro lugar, este é o mesmo homem que se aproveitou do aniversário da morte da própria esposa para tentar se livrar da prisão e para perturbar a ordem social, sem falar que teve a pachorra de se embriagar durante uma missa. Em segundo lugar, este é o mesmo homem que não participou do velório de seus outros irmãos quando ainda era um homem livre. Em terceiro e último lugar, os militantes de seu partido já haviam anunciado uma ação política durante o referido funeral, deixando claro que a presença de Lula serviria para inflamar ainda mais os presentes. Diante desses três pontos, me parecia de muito bom senso a decisão que proibiu o ex-presidente cachaceiro de ir ao velório do irmão. Melhor ainda foi a decisão de Toffoli, que o permitiu ir desde que calado. Tão boa que Lula desistiu da viagem.

Tutela militar

A publicação Relatório Reservado divulgou, nesta semana, artigo descrevendo um entendimento, entre os militares, de que Jair Bolsonaro precisa ser tutelado para mitigar a influência cada vez maior de seus filhos e do núcleo ideológico de seu governo. É impossível medir o nível de veracidade do texto, mas se metade dele for verdade a situação do presidente pode ficar bastante insustentável caso ele continue com a mesma postura do primeiro mês de mandato. O recado parece ser claro: se continuar do jeito que está, os militares não apoiarão o presidente quando vierem os inevitáveis pedidos de impeachment, as crises institucionais, as investigações e tudo mais que a oposição conseguir colocar em prática. Como disse um grande amigo meu com longa carreira militar, um general de exército não consegue engolir o fato de que “garotos” de pouco mais de 30 anos de idade pautem as decisões do presidente de um dos maiores países do mundo. É exatamente o oposto de tudo o que se aprende nas Forças Armadas.

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