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Temos vivido um tempo que não imaginávamos que chegaria até nós. Não só pelos efeitos causados pelo novo coronavírus, mas principalmente pelos posicionamentos confusos das nossas lideranças sobre onde estamos e para onde vamos. O que tem se provado nesses dias é a necessidade que temos de ter alguém nos guiando e mostrando o caminho que devemos seguir, mas o triste é que a figura do herói nunca foi tão desconstruída como nos dias de hoje.

Estou falando em todas as esferas, públicas e também privadas. A pandemia nos mostrou que temos muitos chefes de inúmeras coisas, mas raros líderes. Muito raro encontrar pessoas que se comportem de uma maneira que nos inspire a fazermos mais, a sermos melhores, a olharmos a vida e a crise pela ótica de um papel relevante, como parte de uma sociedade que pode realmente - e finalmente - ser a protagonista na construção do amanhã.

O novo mundo não é sobre “quando tudo vai voltar ao normal”, talvez “normal” não seja a melhor palavra para aplicar aqui. O novo mundo é sobre o novo você, sobre a nova jornada que pretende trilhar assim que for restabelecida a nossa liberdade de ir e vir para onde quisermos e da maneira que escolhermos. 

Sei que em alguns momentos a gente se pega pensando: “Será que a sociedade tem jeito? Será que dá para ter esperança em uma mudança do pensar e do agir quando tudo isso passar?”. Eu proponho a você parar de pensar sobre o outro e a olhar para dentro. O que você aprendeu nesses dias? A resposta que você dará a essa pergunta mostrará sinais importantes sobre o novo mundo que está surgindo.

É possível olhar ao redor e perceber mudanças significativas no mundo. Escolas se reinventando no digital, negócios criando novas formas de se comunicarem e de se manterem vivos. O trabalho acontecendo dentro das casas, grandes empresas entendendo o valor do posicionamento claro e legítimo social, não só econômico. Empresas, antes resistentes às mudanças, inovando, aplicando tecnologias, cuidando das pessoas. Bancos dividindo fortunas, quando você tinha visto isso antes?

A descoberta do quanto estávamos nos movendo mal, que o problema da mobilidade pode ser resolvido com novos hábitos. Que problemas ambientais podem ser resolvidos com novos hábitos. A indústria dos eventos buscando maneiras de ser relevante e presente, não somente fisicamente. O segmento de viagens preocupado com a percepção aflorada sobre a real necessidade de tantas viagens, especialmente os deslocamentos por motivos de trabalhos e reuniões.

Em nossas casas, mais rodas de conversa, mais inversão de papéis, onde o pai assume novas funções, a mãe cria forças - físicas e emocionais - para lidar com tudo, dando um novo olhar sobre a maternidade e paternidade.

Casais que redescobrem a troca sincera, amigos que dividem palavras de amor e espalham abraços virtuais. Ideias, ideias e mais ideias de como enfrentar a solidão e acalmar os ânimos em um momento delicado. Enfim, olhando para fora, são inúmeras mudanças acontecendo. Mas volto a perguntar: o que você aprendeu nesses dias?  Olhe para dentro para responder.

A pandemia revelou um vírus muito mais mortal que o da Covid-19, ela desnudou o vírus do medo e da inércia. Não é de hoje que temos ficado amedrontados e paralisados em relação ao futuro, temos sido contaminados há um bom tempo por esse vírus, e mesmo que a quarentena física tenha acontecido só agora, existe uma quarentena emocional que muitos de nós temos vivido há muito tempo. Só que, agora, enxergamos ele com mais clareza e podemos encarar esse vírus mortal, olhar ele de frente e perceber que já existe a cura há muito tempo.

A cura para esse vírus que tem paralisado a sociedade por tanto tempo é o amor. Sim, o amor. Ele cura seus medos e te coloca em movimento de novo. Quando você olha para dentro de si, percebe nesses dias que existe muito mais aí dentro do que o mundo conhece.

Infelizmente, o vírus do medo e da inércia te fez acreditar por muito tempo que você é um passageiro nesse mundo, um espectador aguardando o futuro começar. Esse vírus tem destruído sua autoestima e feito você acreditar que não tem mais idade para o que sonhou, ou que não tem o perfil ideal para mostrar o que sempre quis mostrar ao mundo. Esse vírus fez você comprar dezenas de livros de autoajuda para te fazer rodar em círculos dentro de você mesmo. Fez acreditar que uma vida robotizada gera mais segurança.

E aí vem uma pandemia sem precedentes na história e eu questiono: que segurança podemos ter repletos de temor com o amanhã? O amor é o que te faz colocar o coração em tudo o que move você, seja seu trabalho, seus projetos, sua família, seus valores. O amor te faz entender que a própria Bíblia tem lições profundas sobre nossa jornada, e se você ler ela inteira não encontrará nada lá que diga que você nasceu para ser amado, reconhecido, perdoado, querido e valorizado. O que ensina lá é sobre você amar, reconhecer, perdoar, agradecer e valorizar.

O amor te ensina que a sua jornada não é para dentro, é para fora, é você entender que saindo da inércia você caminha em direção a algo, e esse movimento é externo. Grave esta frase no seu coração: “Felicidade é um subproduto de utilidade”. Quanto mais útil você for, mais feliz você será. Chega de esperar, agora é a hora de fazer. Chega de assistir, agora chegou a hora de mostrar. Chega de sonhar com o perfeito, agora é a hora do feito. Chega de duvidar, chegou a hora de acreditar, pois se você acreditar com a fé de um grão de mostarda, até os montes se moverão.

Uma cura chegou nesses dias de pandemia, não esqueça de se vacinar e seja bem-vindo ao novo você: a pessoa que vai construir o novo amanhã.

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