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Que Deus nos proteja da Covid-19 e de nossos governantes, e tenha misericórdia dos doentes, desempregados e falidos.
Que Deus nos proteja da Covid-19 e de nossos governantes, e tenha misericórdia dos doentes, desempregados e falidos.| Foto: Pixabay

Na live para anunciar, com uso de novilíngua, uma “quarentena restritiva” que é, sem novilíngua, um fechamento de quase todo o estado, o governador do Paraná disse que estava agindo como quem segura um passarinho nas mãos. Que não pode apertar demais, senão mata o passarinho. Pois pergunto à Vossa Excelência: para apertar mais e matar de vez faltaria o quê?

Depois de mais de cem dias com o passarinho sendo sufocado, o estado decidiu esmagá-lo. Não demorou e horas depois já escutamos o bichinho anunciando a sua morte próxima, como se piasse: “Não… consigo… respirar”. Délio Canabrava, dos empresários mais importantes de Curitiba, proprietário de restaurante, confeitaria e do icônico bar CanaBenta, anunciou: “Como não sabemos os efeitos desta medida do governo, decidimos passar para frente. Estou doando o bar.” Isso tem menos a ver com a pandemia do que com a forma escolhida por nossos governantes para enfrentá-la, como disse Délio: “Acho que foi uma medida exagerada. Muitos bares e restaurantes não vão conseguir aguentar.”

Não vão mesmo. Mas se palavras pouco o comovem, leitor apavorado que acha que tem mais é que fechar tudo, assista à Gabriela Quintana, proprietária do renomado Quintana Gastronomia, em desabafo doloroso e indignado, com toda razão, daí quem sabe sua compaixão vá um pouco além do seu umbigo com medo da morte. Como bem disse o autor do texto que acompanhou o vídeo na postagem linkada acima, Gabriela é uma dentre tantas: “A voz delas é a voz de um estado inteiro. As mãos delas são as mãos de todos os cozinheiros, de todos os garçons, 'puxas', entregadores e copeiros. As ações delas têm a força do nosso campo e do nosso mar, elas nos representam. O desagravo delas é o desagravo de cada agricultor, cada produtor, cada pescador e de suas famílias.”

Quando fiz breve comentário sobre isso numa postagem de rede social, uma amiga comentou: “Não é lockdown, é knockdown”. E é isso. É isso o que o governo do estado, e também as prefeituras que aderiram, lavando as mãos como Pilatos, estão fazendo, nocauteando empreendimentos e empregos na aposta de que isso fará diferença no combate à pandemia. Mas, fará? Eles não sabem. E há tanta razão para arriscar assim como para não. Veja, por exemplo, o que o médico Anthony Wong diz, baseado nos dados estatísticos da pandemia na Europa e América Latina até o momento. A tal da curva, com ou sem lockdown, vem seguindo o padrão observado em toda pandemia já acontecida no mundo, como se lê na obra de Robert Edgar Hope-Simpson, The Transmission Of Epidemic Influenza, citada pelo médico em seu vídeo.

Talvez quando o pânico passar e voltarmos a prestar atenção em outra coisa que não no medo, tomaremos consciência da consequência deste knockdown, testemunhando a quantidade de lojas e restaurantes fechados nos shoppings que costumamos passear, e dos pontos de comércio abandonados pelas ruas, com uma depressão econômica absurda, desemprego avassalador e violência explodindo. Aí talvez nos permitamos perguntar: “será que precisava ter fechado tudo mesmo? Será que teria feito grande diferença ter mantido a vida funcional com os mesmos cuidados de uso de máscara, álcool gel, evitando aglomerações, etc., como se fez em supermercados?”

E esta não será a única, nem a pior, consequência nefasta da inépcia histérica que nos governa. Quanto mais a situação se arrasta, mais a própria sociedade vai se tornando indiferente à perda da sua liberdade. Um bom exemplo está neste decreto do governo do Paraná. Quando se lê as medidas adotadas, dentre outros exageros, temos a obrigação de qualquer tipo de reunião, profissional ou particular, ser online, “quando muito, presencialmente com no máximo 5 pessoas”. Como não há definição na norma do que seja uma “reunião particular”, qualquer família de mais de 5 pessoas residindo na mesma casa já poderá ser considerada como descumprindo o decreto. E não venha me refutar alegando bom senso porque se isso ainda estivessem em voga uma barbaridade dessas jamais teria sido decretada.

Mas talvez você não consiga atinar ainda com a gravidade de aceitar que o estado possa ter tamanho poder sobre você. Tentarei demonstrar. Por óbvio, a única forma de fiscalizar a população para fazer valer tamanha arbitrariedade é criando uma estrutura policialesca baseada no denuncismo de vizinhos, gerando desconfiança generalizada entre as pessoas. Não à toa o próprio governador, na live, chegou a falar disso, usando exatamente essa expressão: estado policialesco. Disse não querer algo assim, mas é algo assim que está criando. Isso está em gestação. Um exemplo: se você acessar o site oficial do governo verá em destaque: “Viu uma aglomeração? Denuncie no aplicativo 190 PR”.

Não é difícil perceber que encurtou muito a distância que há para chegarmos no ponto do estado mandar abater quem ousar colocar o pé pra fora de casa. E com a concordância de muita gente. Gente presa por estar numa praça ou na praia já houve. Sobre essas e outras consequências terríveis para a liberdade, recomendo o documentário lançado nesta semana intitulado 7 Denúncias: As Consequências do Caso Covid-19, da Brasil Paralelo. Você pode assistir no youtube de graça, mas sugiro o faça logo, pois é bem possível que seja derrubado em pouco tempo, afinal, basta minimamente questionar a histeria reinante para ser considerado “fake news” e censurado em seguida. Aliás, do jeito que vamos, em futuro breve não será possível escrever um texto como este sem risco de ser preso. Que Deus nos proteja da Covid-19 e de nossos governantes, e tenha misericórdia dos doentes, desempregados e falidos.

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