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Detalhe de "O Angelus", de Jean-François Millet.
Detalhe de “O Angelus”, de Jean-François Millet.| Foto: Wikimedia Commons/Domínio público

No passado, em momentos críticos, clérigos convocavam o povo de Deus para se unir em jejum e oração, para implorar perdão e visitação da parte do Deus uno e trino, o criador soberano. Estamos vivendo tempos críticos, em que urge nos dedicarmos à oração pelo nosso país.

“E Abraão continuou: Não se ire o Senhor, pois falarei só mais esta vez. E se achares ali dez [justos]? O Senhor concordou: Não a destruirei [a cidade] por causa dos dez.” (Gênesis 18,32)

“Se eu fechar o céu para que não chova, ou se ordenar aos gafanhotos que devorem a terra, ou se enviar a praga entre o meu povo; e se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, orar e buscar a minha presença, e se desviar dos seus maus caminhos, então ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra. Os meus olhos estarão abertos e os meus ouvidos atentos à oração que se fizer neste lugar.” (2Crônicas 7,13-15)

“Portanto, confessai vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros para serdes curados. A súplica de um justo é muito eficaz.” (Tiago 5,16)

O The Gospel Coalition (TGC, ou “Coalizão Evangélica”) é uma rede de pastores e líderes evangélicos fundada em 2005, nos Estados Unidos, por D. A. Carson, professor emérito de Novo Testamento na Trinity Evangelical Divinity School, e Timothy Keller, pastor fundador da Redeemer Presbyterian Church, em Nova York. A orientação teológica do TGC é reformada, com ênfase na pregação do Evangelho, na conversão pessoal e na transformação cultural. Sua influência se dá por meio de conferências, de seu site, de publicações e de outros projetos. E esta, como diz Carson, é “uma organização independente – autogovernada, autossustentada e autopromovida [...] – ligada a outras coalizões semelhantes ao redor do mundo em seu compromisso doutrinário e ministerial”.

Em 2018, na 34.ª Conferência Fiel para Pastores e Líderes, foi lançado o segmento brasileiro do TGC, a Coalizão pelo Evangelho. Forjada num ambiente de amizade e colaboração ministerial que, em alguns casos, remonta a 25 anos ou mais, a Coalizão é uma aliança para promover a causa do Reino de Deus e sua mensagem central, isto é, “que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras” (1 Co 15,3-4). A Coalizão é guiada pelos documentos fundamentais do TGC: a Declaração Confessional e a Visão Teológica de Ministério. Ambos são comentados na obra O Evangelho no Centro, organizada por Carson e Keller.

Compartilho um chamado à oração redigido pela Coalizão pelo Evangelho, convocando o povo de Deus a se unir em oração pelo nosso país. Considere incluir ou solicitar a inclusão nas ordens de culto ou liturgias das igrejas cristãs no próximo domingo um momento de confissão de pecados, quebrantamento e intercessão, para que Deus visite com seu Espírito Santo sua igreja, a cruz de Cristo Jesus seja magnificada nesta nação, e graça e misericórdia seja concedida ao povo brasileiro, além de, eventualmente, ler o chamado à oração que segue abaixo.

Bem-aventurados os pacificadores

Em 7 de setembro de 1822, há exatos 199 anos, era proclamada a Independência do Brasil. Aproximando-se dos 200 anos como país independente, em meio à pandemia de Covid-19, a nação está dividida, machucada e mergulhada em tensões políticas, econômicas e sociais.

Em sua primeira epístola, o apóstolo João afirma: “Sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro jaz no Maligno” (1João 5,19). Assim, não deveria nos surpreender que, de tempos em tempos, a humanidade passasse por momentos difíceis, como esta pandemia, e que tivéssemos de nos deparar com crises políticas e inquietações sociais.

Desse modo, diante de uma conjuntura nacional tão desafiadora, a Coalizão pelo Evangelho no Brasil, por meio dos seus membros e associados, vem a público para, mais uma vez, conclamar a igreja brasileira a orar por nossa nação, pois cremos que a oração é um meio de recebermos graça de Deus, de confiarmos em sua providência e governo soberano sobre a terra e de expressarmos nossa total dependência dele.

“Aproximando-se dos 200 anos como país independente, em meio à pandemia de Covid-19, a nação está dividida, machucada e mergulhada em tensões políticas, econômicas e sociais.”

Trecho do chamado à oração da Coalizão pelo Evangelho.

É certo que devemos continuar clamando a Deus pelo fim da pandemia e para que a vacinação da população seja concluída o mais rápido possível, bem como o avanço das pesquisas e estudos que buscam encontrar o tratamento adequado aos efeitos e sequelas produzidos pela Covid-19. Continuemos intercedendo a Deus em favor dos mais drasticamente afetados pela Covid-19, pelos enfermos e pelo consolo das pessoas que perderam entes queridos. Oremos também pelas famílias que tentam se recuperar economicamente.

Contudo, também é tempo de agradecer pelos profissionais de saúde que corajosamente se expuseram durante todo esse tempo. De igual modo, é fundamental que haja intercessão pelas autoridades, que ainda têm muitas decisões importantes a tomar em relação à pandemia, e que precisam de sabedoria para administrar o país à beira de uma convulsão política e social (1Tessalonicenses 5,17; 1Timóteo 2,1-4).

Que lembremos também dos que têm fé no Senhor Jesus Cristo, e que constituem a Igreja de Deus no Brasil, suplicando para que, em todo tempo, estes que fazem parte dessa comunhão no Espírito Santo encontrem refúgio no único que pode protegê-los: “Deus é nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia. Por isso, não temeremos, ainda que a terra trema e os montes afundem nas profundezas do mar; ainda que as águas venham a rugir e espumar, ainda que os montes estremeçam na sua fúria” (Salmo 46,1-3).

Recomendamos aos pastores e lideranças que separem um tempo de sua liturgia no domingo anterior ao feriado da Independência, dia 5, para um tempo de oração comunitária pela pacificação do país, o que seria tão reconfortante neste momento. A leitura deste documento também pode ser feita seguida da leitura de 1Timóteo 2,1-2. Os tempos são difíceis, e o Brasil precisa da graça de Deus.

Por fim, enfatizamos que a igreja de Cristo no Brasil faz bem em adotar uma postura pacificadora em ações, palavras e orações. Que Deus abençoe o Brasil e derrame paz sobre nosso país!

“Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus” (Mateus 5,9).

(Confira no site da Coalizão pelo Evangelho a lista dos signatários da carta)

Conteúdo editado por:Marcio Antonio Campos
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