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Vinícius Cordoni*

Revolução de startups

Muito além das fintechs: onde há problemas, há startups

26/02/2021 12:46
A receita para o desenvolvimento de uma startup já está bem presente no imaginário do mundo corporativo. É preciso ser disruptivo, ter modelo escalável, construir processos ágeis por meio de plataformas digitais… e, principalmente, ter vocação para resolver problemas do nosso tempo.
Com pontapé inicial na década passada, isso se materializou primordialmente no setor financeiro, dando visibilidade para as agora icônicas fintechs. O grande contingente de brasileiros desbancarizados ou mal servidos em termos de serviços financeiros criava (e não me entenda mal, ainda cria) diversas avenidas de crescimento na área.
Não por acaso, boa parte dos unicórnios — startups com valor de mercado igual ou superior a US$ 1 bilhão — estabelecidos no Brasil são deste segmento, mesmo que atuando em áreas diferentes. Os bancos digitais Nubank e C6; as empresas de pagamentos Stone e Ebanx e a plataforma de crédito Creditas são exemplos disso.
E a coisa não deve esfriar tão cedo. As startups do setor financeiro captaram US$ 1,9 bilhão em 2020 (de um total de US$ 3,5 bi) em 115 rodadas, 73% a mais do que em 2019, diz o Inside Fintech Report, levantamento feito pelo Distrito Dataminer, braço de inteligência de mercado do Distrito, que contabiliza 876 fintechs no país.⠀
Isso não impede, contudo, que outros setores ganhem mais tração nos anos 20. A verdade é que o mercado como um todo está crescendo e, enquanto as fintechs devem continuar batendo recordes de captação, outros conhecidos gargalos brasileiros deverão ser atacados por jovens empresas.
Nessa linha, temos que nos acostumar rapidamente a falar outros nomes com o sufixo tech. Proptechs, do ramo imobiliário; agtechs, do agribusiness; logtechs, com soluções logísticas; edtechs, do setor de educação; healthtechs, da área da saúde; RHtechs, voltadas para os recursos humanos; retailtechs, de varejo; e muitas outras.
Vamos pegar como base outro relatório do Distrito, o Corrida dos Unicórnios 2021, que busca antever quais empresas atingirão a marca de US$ 1 bi em 2021. O trabalho lista 17 empresas de áreas diversas em posição para ganhar o status mítico.
São elas: ContaAzul, Dr. Consulta, Neon, Minuto Seguros, PetLove, CargoX, Contabilizei, Pipefy, Olist, Solinftec, Superlógica, Tembici, Fazenda Futuro, Zenvia, Buser, Take Blip e Cortex. Uma lista heterogênea que mostra que há bons investimentos em diversos setores da cadeia produtiva brasileira.
Sendo um pouco mais específico, e analisando uma categoria que nem está representada entre os postulantes a unicórnio de 2021, conseguimos entender melhor a magnitude dessa avalanche que está pronta para acontecer.
Um estudo de 2020 da Associação Brasileira de Startups (ABStartups) em parceria com o Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CiEB) mostra que, ao final do ano de 2019, foram mapeadas 449 jovens companhias ativas no segmento educacional, contra 364 no ano anterior.
São iniciativas que vão desde o desenvolvimento de plataformas educacionais, comumente vendidas como um serviço (SaaS), até sistemas de gestão educacional, que buscam resolver as dores dos gestores que trabalham no ramo, seja através de ferramentas acadêmicas, administrativas ou financeiras.
Ou seja, se toda essa estrutura já existia antes do mundo inteiro precisar utilizar plataformas de educação à distância (EAD), imagina o que vem por aí…
*Vinícius Cordoni é CEO do Grupo VCRP Brasil, grupo de comunicação que possui três pilares: VCRP Press, com foco em relações públicas; VCRP Tech, de marketing digital e monitoramento das redes sociais; e VCRP Studio, de conteúdo estratégico para marcas e empresas. 

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