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Paulo Deitos explica como o setor imobiliário está revolucionando o mercado de investimentos

Paulo Deitos*

Mercado imobiliário

Como o setor imobiliário está revolucionando o mercado de investimentos

03/12/2021 21:23
O mercado imobiliário é um dos motores da economia brasileira de acordo com um estudo da KPMG. No trabalho realizado por esta empresa de serviços em auditoria, fiscalização e consultoria que analisou os padrões de retomada dos 40 principais setores da economia brasileira, o setor imobiliário se manteve no estágio de “transformar para reemergir”. Esse status  indica que as empresas deste setor tendem a se recuperar após um longo período de crise causada pela pandemia da Covid-19.
O nome dado pela KPMG a esse estágio tem coerência. Afinal, o setor imobiliário vem se reinventando e passando por transformações para, de fato, emergir. Outro dado interessante é trazido pelo Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo (SECOVI-SP) que apontou que mesmo diante de uma pandemia como a que ainda estamos vivendo, a capital paulista registrou a venda de 47 mil novos imóveis no primeiro semestre de 2021.
Entretanto, é válido apontar que, assim como a maioria dos setores econômicos, o setor imobiliário se viu obrigado a acelerar sua transformação digital. Diante desta nova realidade, nos últimos cinco anos, houve um crescimento de 235% na quantidade de startups com atuação neste mercado, conforme aponta uma pesquisa da Terracotta Ventures.

Economia Digital

Ao colocar holofotes em tecnologia, este mercado se viu com um leque de opções para aplicação das inovações, tais como em lançamentos de empreendimentos, ou até mesmo na captação de investimentos para tirar um projeto do papel..
Essa cadeia de possibilidades acabou por impactar outros setores da economia. Em especial um: o mercado de investimentos. Esse reflexo do mercado imobiliário no de investimentos/financeiro se deve ao alinhamento com a nova economia ou economia digital como é mais conhecida.
Esse contexto permitiu que as construtoras e incorporadoras saíssem de um cenário onde eram “reféns” dos bancos ou de grandes investidores na busca de recursos para realizar seus empreendimentos. E a nova economia trouxe um ecossistema muito conhecido nos dias atuais, que são os investimentos coletivos.
Dentro desta categoria temos o Peer-to-Peer (P2P) Lending, que nada mais é que a ação de emprestar dinheiro para uma pessoa ou empresa. Graças a internet, hoje o Brasil e o mundo já contam com diversas plataformas P2P Lending do mercado imobiliário, que funcionam dentro da modalidade de renda fixa, mas com uma vantagem muito grande frente aos tradicionais CDB, Tesouro Selic ou Poupança.
Com as plataformas P2P Lending, os investidores aportam seu capital em um empreendimento da incorporação já sabendo o quanto terá de rentabilidade e dentro de um prazo definido. Em muitos casos, essas rentabilidades superam retornos de 16% ao ano.
Mas além da vantagem para os investidores, as incorporadoras também ganham com isso, pois elas acabam pagando uma taxa de juros muito menor que pagaria aos bancos. No final das contas, investidores e construtoras saem do negócio ganhando e fortalecendo ainda mais o conceito de nova economia.

Mas quais são os benefícios? 

Com a funcionalidade do P2P Lending Imobiliário, os benefícios para mercado de investimentos, construção civil e economia brasileira são variados. Por meio da economia digital, os investidores passaram a contar com mais opções de investimentos e que apresentam ganhos mais atrativos que os demais investimentos da economia convencional.
O P2P lending é visto com bons olhos pois tem uma taxa de retorno mais atraente na percepção  dos investidores, além de contar com garantias em caso de inadimplência. E também é benéfico para a economia do país, pois permite que empreendimentos saiam do papel, o que reflete na geração de empregos e renda para trabalhadores da construção civil.
O mercado imobiliário se reinventou com a tecnologia como sua aliada. O reflexo desta boa utilização da economia digital já é visto no mercado financeiro com a criação de novos produtos de investimentos com características vantajosas: menos burocracia e maior acessibilidade a todos da sociedade. Isso contempla desde o investidor qualificado ao investidor pessoa física. O mercado imobiliário em tempos de  economia digital é uma combinação que faz com que todos saiam ganhando.
*Paulo Deitos é cofundador da CapRate, plataforma P2P Lending do ramo imobiliário e a primeira do segmento a atuar como Sociedade de Empréstimo entre Pessoas (SEP) autorizada e regulamentada pelo Banco Central (BC) no país, e CapTable, maior hub de investimentos em startups do Brasil. Formado em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), é professor do MBA Fintech na Universidade Católica da Argentina (UCA) e de Gestão Imobiliária da Faculdade Insted, em Campo Grande. Foi diretor da ABFintechs e da Alianza Fintech Iberoamericana no México.

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