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O capitalismo mudou, e para melhor
| Foto: Paula Prekopova/Unsplash.

Hoje, em outubro de 2020, estamos vivendo o zênite da maior revolução histórica nas bases do nosso sistema econômico mundial. E podemos celebrar porque o novo capitalismo emerge com uma sólida base inclusiva, sustentável e voltada ao bem-estar social, econômico e ambiental em todo o planeta. Essa renovação desponta não como uma proposta ou um ensaio teórico, mas após 15 anos de resultados efetivos comprovados de empresas que colocaram o impacto positivo e proativo como prioridade em seus modelos de negócio.

Mas como tal transição se fez e se faz possível? Pela articulação de alguns dos principais movimentos e organizações mundiais como B Lab/Sistema B, Capitalismo Consciente, The B Team, Just Capital, CECP e GIIN, que criaram em conjunto o Imperative 21. Uma coalização global de negócios que visa redefinir o papel dos negócios na economia e no planeta, representando mais de 72 mil empresas em 80 países e 150 setores, 20 milhões de funcionários, U$ 6,6 trilhões em receitas e U$ 15 trilhões em ativos sob gestão.

E nesse mês lança-se a primeira campanha do Imperative 21, chamada “Reset Capitalism” ou "Redefina o Capitalismo". Há exatamente 50 anos, em setembro de 1970, Milton Friedman, economista vencedor do Prêmio Nobel em 1976, definiu que “a responsabilidade social de uma empresa é a maximização dos lucros” e, portanto, o objetivo central do capitalismo. Entretanto, desde então a desigualdade social e econômica extrema, as mudanças climáticas, as crises econômicas, a pandemia global de saúde e os protestos por justiça racial revelaram um problema profundo e fundamental nessa lógica: um sistema econômico que recompensa a maximização da riqueza e a acumulação de capital acima do bem-estar coletivo e prioriza o individualismo à interdependência. O resultado foi que nosso sistema econômico, como solução de desenvolvimento sustentável, ruiu.

Hoje, temos a oportunidade de reimaginar e redesenhar nosso futuro. A proposta do Imperative 21 se baseia em três pilares: (a) design para um sistema econômico mais saudável que reconhece a interdependência entre as pessoas, o planeta e as economias; (b) investimentos para que todos os passos do sistema produtivo sejam mais justos e gerem oportunidades seguras e acessíveis de forma inclusiva e (c) criação de valor para todos os stakeholders, transcendendo a priorização dos acionistas (shareholders), e equilibrando as relações entre o setor privado, o governo e a sociedade civil. Esta equação prova que somente a soma de todos pode gerar uma sociedade melhor.

Como isso acontece na prática? As mais de 3,5 mil Empresas B certificadas pelo BLab no mundo comprovam como é possível ter um modelo de negócios inovador, rentável, lucrativo e ao mesmo tempo gerador de impacto social e ambiental proativo e positivo. O B Lab, cujo braço na América Latina é o Sistema B, é uma organização sem fins lucrativos que atende a um movimento global de pessoas e organizações que usam os negócios como uma força do bem, criando as melhores empresas para o mundo. E junto aos seus parceiros e apoiadores no Brasil como B3, Instituto Ethos e Rede Pacto Global Brasil, disponibiliza pelo Imperative 21 uma série de ferramentas e práticas que podem ser aplicadas por toda e qualquer pessoa e empresa que deseja fazer parte dessa redefinição do capitalismo.

São ferramentas como a Avaliação de Impacto B, o SDG Action Manager - que permite mensurar sua contribuição para cada um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), o programa de investimento CoVida20, a campanha Seja Antirracista, a Pesquisa Humanizadas do Brasil e o programa de embaixadores do Capitalismo Consciente. Para saber como se envolver, envolver a sua organização e saber mais informações, acesse o site imperative21.com.br.

*Paulo Cruz Filho é empreendedor social, consultor e palestrante em impacto social, expansão de consciência e liderança integral. Co-fundador da We.Flow e co-líder da Comunidade do Sistema B na Paraná.

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