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Flávia Mello discute os desafios para a mulher que quer empreender

Flávia Mello*

Mulher empreendedora

Redes de apoio: o escudo e a arma para a mulher que quer empreender

03/12/2021 20:27
Tarefas domésticas, filhos, marido. Para aquelas mulheres que decidem empreender, a chamada rotina familiar ainda impacta muito mais na sua vida profissional do que acontece com os homens. Divididas entre a casa e o trabalho, muitas vezes elas não podem se dedicar integralmente aos seus projetos profissionais. Estimativas do mercado dão conta de que o tempo que as mulheres empregam nos próprios negócios é, em média, 17% menor, se comparado às horas que os empresários do gênero masculino ficam à frente de seus empreendimentos.
Como se isso não bastasse, a cultura machista que ainda impera - apesar dos avanços em relação à igualdade de gêneros no mercado de trabalho – torna mais difícil para as mulheres terem acesso aos recursos e ferramentas necessários para fomentar os seus negócios.
Em meio a todos esses obstáculos, manter uma rede de apoio sólida é algo fundamental para que elas possam dar conta do recado como mulheres, empresárias, mães, esposas e donas de casa. O empreendedorismo, sem dúvida, é uma opção para quem sonha ter horários mais flexíveis (o que nem de longe significa ter mais tempo!), participar mais da vida dos filhos, e, claro, ganhar dinheiro. Mas, para conquistar tudo isso, é preciso se preparar, dedicar-se, investir em capacitação e networking – algo quase impossível de ser feito com os filhos ‘na barra da saia’.
Por isso, a primeira rede de apoio a ser construída normalmente está na própria família. Ou naquele grupo de amigas e vizinhas cujos filhos estudam na mesma escola. Pode ser ainda uma babá confiável e uma boa funcionária do lar em casa que corra até o mercado para fazer uma compra de última hora. O importante é essa mulher estar segura de que poderá contar sempre com alguém de confiança para buscar as crianças na escola, leva-las ao médico ou ficar com elas quando uma reunião de negócios se estender mais do que o previsto.
Tão importante quanto esta, é conquistar e nutrir uma segunda rede de apoio – a do seu negócio. Embora não seja tão fácil de começar quanto a primeira, é fundamental que as empreendedoras coloquem nela todo empenho possível e cultivem o chamado networking de um jeito todo especial: se colocando no lugar de quem está na outra ponta e reconhecendo nessa outra mulher suas próprias forças e fraquezas.
É uma tarefa que exige conhecer gente, colocar a cara na rua, se abrir, pedir ajuda e ajudar na mesma medida. Pois não estamos falando apenas de ter uma lista de contatos na agenda do celular, mas de pessoas que você sabe que podem te ajudar. Esse trabalho leva tempo e, como contrapartida, encurta muitas etapas. Por isso os frutos desse esforço compensam a dedicação.
E se dedicação é a alma do negócio, cuidar bem de suas redes de apoio é o escudo e a arma que permitirão às mulheres focar, de fato, em seu sonho de empreender.
* Flávia Mello tem mais de 10 anos de experiência nas áreas de vendas e publicidade, trabalhou em empresas como Uber e Facebook, além de grandes agências de digital. É investidora e mentora de empresas fundadas por mulheres que estejam desenvolvendo soluções para o público feminino. Entre elas, SafeSpace, Oya, Todas, HerMoney e The Feminist Tea. Apresentou por um ano o podcast Familia Feminista, disponível nas principais plataformas de streaming. É  formada em comunicação social com ênfase em publicidade pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio) e cursou Pós em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-RJ).

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